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Estreito de Ormuz: a logística global comprimida em 48 km de largura

Publicado 16/06/2025 • 17:45 | Atualizado há 15 horas

Alberto Ajzental

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Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

A segurança energética mundial depende, em larga medida, da fluidez de poucos corredores marítimos. Conhecidos como chokepoints, ou pontos de estrangulamento, estes concentram volumes significativos de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) em passagens estreitas e vulneráveis. O mais estratégico entre eles é o Estreito de Ormuz.

Localizado entre Irã e Omã, o Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao Mar Arábico. Em 2023, transitaram por essa via 20,9 milhões de barris por dia (b/d) de petróleo bruto, condensado e derivados, o equivalente a aproximadamente 20% do consumo global de líquidos petrolíferos. Além disso, cerca de 20% do comércio global de GNL também depende dessa rota.

Estreito de Ormuz

A relevância de Ormuz é ampliada pela ausência de rotas alternativas economicamente viáveis. Embora Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos disponham de oleodutos com capacidade combinada de até 2,6 milhões b/d para contornar o estreito, a maior parte do volume exportado pelos países do Golfo continua integralmente dependente dessa passagem.

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A Tabela 1 e o Gráfico 1 apresentam a série histórica do volume total transportado por Ormuz, desagregado entre petróleo cru/condensado e derivados. Nota-se uma queda durante o período da pandemia e uma recomposição parcial nos anos seguintes, com aumento expressivo do volume de produtos refinados.

Tabela 1 – Volume total de petróleo e derivados transportado pelo Estreito de Ormuz (2018–2023)
milhões de barris por dia (b/d)

Gráfico 1 – Volume total de petróleo e derivados transportado pelo Estreito de Ormuz (2018–2023) milhões de barris por dia (b/d)

Fonte: U.S. Energy Information Administration, com base em Vortexa e FACTS Global Energy.

Em termos geográficos, logísticos e geopolíticos, Ormuz permanece um ativo estratégico. Em 2023, cerca de 83% do petróleo transportado pelo estreito teve como destino mercados asiáticos, com China, Índia, Japão, Coreia do Sul e outros países asiáticos, respondendo por 84% desse total. Os Estados Unidos, por sua vez, reduziram significativamente sua exposição à rota, importando apenas 0,5 milhão b/d — metade do volume observado em 2018 — em razão do aumento da produção doméstica.

A Tabela 2 e o Gráfico 2 apresentam o detalhamento por origem e destino do petróleo bruto e condensado transportado por Ormuz entre 2018 e 2023.

Do lado da oferta a Arábia Saudita (42%) permanece como principal origem, seguida por Iraque (21%), Emirados Árabes (14%), Kwait (10%), Irã (9%) e Qatar (4%).

Do lado da demanda, o destino majoritário continua sendo a Ásia, com destaque absoluto para a China (33%) seguido por Índia (13%), Coreia do Sul (12%) e Japão (11%). Europa responde por apenas (7%) enquanto os EUA por (3%).

Tabela 2 – Volume de petróleo bruto transportado pelo Estreito de Ormuz, por origem e destino (2018–2023)
milhões de barris por dia (b/d)

Gráfico 2 – Volume de petróleo bruto e condensado transportado pelo Estreito de Ormuz

milhões de barris por dia (b/d)

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Nota: todas as estimativas estão em milhões de barris por dia.
Fontes: U.S. Energy Information Administration, com base em Vortexa.

A estabilidade das cadeias de suprimento energéticas globais depende da resiliência de rotas como Ormuz. No entanto, a segurança desse corredor segue condicionada a fatores externos — diplomáticos, militares e comerciais — que escapam ao controle técnico da logística. A geopolítica, portanto, continua ditando o ritmo da economia energética global.

Fonte: U. S. Energy Information Administration

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