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Petróleo a US$ 100 o barril? O papel dos EUA na disputa entre Irã e Israel alimenta o nervosismo do mercado
Publicado 23/06/2025 • 06:05 | Atualizado há 9 horas
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As importações de petróleo da China dispararam em março e continuaram a acelerar apesar das preocupações de que a economia global vá enfraquecer
Imagem de atlascompany no Freepik criada com IA
Os mercados de petróleo estão entrando em uma nova fase de incerteza depois que os EUA entraram na guerra entre Irã e Israel, com especialistas alertando para preços de três dígitos.
Os investidores estão observando atentamente a reação do Irã após os ataques dos EUA às suas instalações nucleares, com o ministro das Relações Exteriores do Irã alertando que seu país reservou “todas as opções” para defender sua soberania.
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Os contratos futuros de petróleo subiam mais de 2% no início do pregão na Ásia. O petróleo bruto WTI, dos EUA, subiu mais de 2%, para US$ 75,22 o barril, enquanto o Brent, referência global, subia quase 2%, para US$ 78,53 o barril.
“Há um risco real de o mercado sofrer interrupções de fornecimento sem precedentes nas próximas semanas, de natureza muito mais grave do que o choque do preço do petróleo em 2022 após a guerra na Ucrânia”, disse Saul Kavonic, analista sênior de energia da MST Marquee.
Embora a reação do mercado após os ataques dos EUA tenha sido menos agressiva, em comparação a pouco mais de uma semana atrás, quando Israel lançou ataques aéreos contra o Irã, observadores da indústria acreditam que os últimos acontecimentos inauguram uma era de volatilidade para os mercados de petróleo, especialmente enquanto aguardam por potenciais contramedidas iranianas.
Ameaças de bloqueio do Estreito de Ormuz, depois que o parlamento iraniano aprovou seu fechamento, segundo a mídia estatal, aumentaram o nervosismo do mercado.
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Andy Lipow
Lipow Oil Associates
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O estreito, que liga o Golfo Pérsico ao Mar Arábico, é uma artéria crucial para o comércio global de petróleo, com cerca de 20 milhões de barris de petróleo e derivados passando por ele por dia. Isso representa quase um quinto dos embarques globais de petróleo.
Se o Irã fechar o Estreito de Ormuz, as forças ocidentais provavelmente “entrarão diretamente na briga” e tentarão reabri-lo, disse Kavonic à CNBC, acrescentando que os preços do petróleo podem chegar a US$ 100 por barril e testar novamente as máximas vistas em 2022, se o fechamento durar mais do que algumas semanas.
“Mesmo um certo grau de restrição à passagem pelo Estreito, que não seja um fechamento total, ainda pode causar um aumento sério nos preços do petróleo”, disse o analista sênior de energia.
A opinião de Kavonic é compartilhada por outros especialistas do setor.
Os EUA e os militares aliados eventualmente reabririam o Estreito, mas se o Irã empregasse todos os seus meios militares, o conflito poderia “durar mais do que as duas últimas Guerras do Golfo”, disse Bob McNally, presidente do Rapidan Energy Group. E caso o Irã decida atacar a produção ou os fluxos de energia do Golfo, consegue interromper o transporte de petróleo e GNL, resultando em uma forte alta nos preços.
“Um fechamento prolongado ou a destruição de infraestruturas energéticas essenciais do Golfo poderia elevar os preços do petróleo bruto para mais de US$ 100”, disse ele.
Índice de volatilidade do petróleo bruto CBOE, que mede a expectativa do mercado de volatilidade de 30 dias nos preços do petróleo bruto, está nos níveis de março de 2022, atingidos logo após a Rússia invadir a Ucrânia.
Embora tenha havido algum nível de incerteza com relação a como os acontecimentos no Oriente Médio podem afetar o fornecimento de petróleo, Andy Lipow, da Lipow Associates, observou que os acontecimentos atuais têm um peso diferente.
“Desta vez parece diferente, dada a enxurrada de mísseis disparados por mais de uma semana e agora o envolvimento direto dos EUA”, disse ele, acrescentando que o petróleo pode chegar a US$ 100 por barril caso as exportações pelo Estreito de Ormuz sejam afetadas.
Embora uma tentativa de bloquear a hidrovia de Ormuz, entre o Irã e Omã, possa ter consequências profundas para a economia em geral, as ameaças de bloquear o estreito têm sido, em grande parte, retóricas, com especialistas dizendo ser fisicamente impossível fazê-lo.
“Portanto, o cenário é um pouco confuso, e acredito que os traders optarão pela cautela e não entrarão em pânico, a menos que haja mais evidências reais para fazê-lo”, disse Vandana Hari, fundadora e CEO da Vanda Insights.
Em 2018, o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz em meio ao aumento das tensões após a saída dos EUA do acordo nuclear e o restabelecimento das sanções. Ameaças semelhantes foram emitidas em 2011 e 2012, quando autoridades iranianas de alto escalão — entre elas o então vice-presidente Mohammad-Reza Rahimi — alertaram para um possível fechamento se os países ocidentais impusessem mais sanções às exportações de petróleo do Irã devido às suas atividades nucleares.
Além disso, vale a pena notar que a infraestrutura energética iraniana não tem sido um alvo até agora, mesmo com as recentes conflagrações, disse Rebecca Babin, trader sênior de energia da CIBC Private Wealth.
“Parece que ambos os lados têm um incentivo para manter o petróleo fora da linha de fogo, pelo menos por enquanto”, disse ela.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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