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Leia na íntegra a carta de Trump taxando produtos brasileiros em 50%
Publicado 09/07/2025 • 17:52 | Atualizado há 11 horas
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Publicado 09/07/2025 • 17:52 | Atualizado há 11 horas
KEY POINTS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta terça-feira (9) uma carta oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. O documento, com tom crítico, também classifica o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “vergonha internacional”.
Segundo Trump, a medida é uma resposta a ações que, segundo ele, violam princípios democráticos e afetam a liberdade de expressão de cidadãos americanos, citando ordens de censura supostamente emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a plataformas digitais nos Estados Unidos. A carta foi publicada em sua íntegra nas redes sociais do presidente norte-americano.
Confira a carta na íntegra:
“A CASA BRANCA
WASHINGTON9 de julho de 2025
Sua Excelência
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
BrasíliaPrezado Sr. Presidente,
Conheci e tive contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, por quem sempre tive grande respeito, assim como a maioria dos demais líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro — um líder altamente respeitado no mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos — é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar ocorrendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!
Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como ilustrado recentemente pela Suprema Corte brasileira, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, separadamente das tarifas setoriais. Mercadorias reexportadas para tentar driblar essa tarifa de 50% também estarão sujeitas a esse valor mais alto.
Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar de uma relação de comércio antiga e muito injusta, criada pelas políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil. Nossa relação tem sido, infelizmente, longe de ser recíproca.
Por favor, entenda que essa tarifa de 50% é muito inferior ao que seria necessário para termos igualdade de condições com seu país. E essa medida é necessária para corrigir as graves injustiças do regime atual. Como é de seu conhecimento, não haverá tarifa se o Brasil — ou empresas dentro do seu país — decidirem construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos. Faremos tudo ao nosso alcance para aprovar esses projetos com rapidez, profissionalismo e regularidade — ou seja, em questão de semanas.
Se, por qualquer razão, o Brasil decidir aumentar suas tarifas, o percentual será adicionado aos 50% que já cobramos. Estas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais brasileiras que causaram déficits comerciais insustentáveis com os Estados Unidos. Esse déficit representa uma ameaça grave à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional.
Adicionalmente, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais injustas, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação sob a Seção 301 contra o Brasil.
Se o senhor desejar abrir os mercados comerciais — até agora fechados — do Brasil aos Estados Unidos e eliminar suas políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais, poderemos, talvez, considerar um ajuste a esta carta. Essas tarifas poderão ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo de nossa relação com seu país.
Os Estados Unidos da América jamais decepcionarão.
Agradeço pela atenção a este assunto.
Com os melhores cumprimentos, sou,
Sinceramente,
DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA”
Na carta, Trump afirma que a tarifa será aplicada a todos os produtos brasileiros, de forma separada das tarifas já existentes por setores. Ele também adverte que qualquer tentativa de reexportação para driblar a medida será igualmente tributada com os 50%.
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“Se, por qualquer razão, o Brasil decidir aumentar suas tarifas, o percentual será adicionado aos 50% que já cobramos”, afirma o presidente dos EUA.
Além disso, Trump anunciou a abertura de uma investigação formal sob a Seção 301 do Ato de Comércio, que permite a imposição de sanções a países considerados desleais no comércio com os EUA. Ele acusa o Brasil de manter políticas tarifárias e barreiras comerciais que teriam contribuído para déficits comerciais considerados “insustentáveis” e “ameaças à segurança nacional americana”.
Trump declarou que as tarifas poderão ser ajustadas “para cima ou para baixo”, dependendo da relação bilateral, e que empresas brasileiras poderiam ser isentadas da tarifa caso optem por instalar fábricas ou centros de produção em território americano.
“Não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produto dentro dos Estados Unidos”, escreveu.
O presidente norte-americano também afirmou que “os Estados Unidos jamais decepcionarão” e que “estão abertos a rever a medida”, desde que o Brasil elimine as políticas que classifica como injustas no comércio bilateral.
A carta ocorre em meio ao aumento da tensão entre o governo Trump e o bloco do Brics, após declarações anteriores do presidente dos EUA sugerindo que países alinhados ao grupo poderiam ser punidos com tarifas adicionais. Lula, por sua vez, rebateu as ameaças em encontros recentes, afirmando que o Brasil é um país soberano e que não aceitará “intromissão de quem quer que seja”.
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