Transações digitais crescem e Pix lidera como meio de pagamento no Brasil, segundo Google

O sistema de pagamentos brasileiro atravessa uma fase de consolidação de tecnologias digitais, com destaque para o Pix, que em 2024 ultrapassou o cartão de crédito e o débito em volume de uso. O dado faz parte da nova edição da pesquisa “Pagamentos em Transformação: Do Dinheiro ao Código”, lançada pelo Google nesta semana.

“Estamos presenciando uma era onde a escolha e a experiência do usuário são o centro da transformação digital dos pagamentos. O Pix não apenas redesenhou a velocidade e a facilidade das transações, mas empoderou o consumidor com mais opções”, afirmou Gustavo Pena, head de indústria do Google Brasil, que destacou também o papel do cartão de crédito na manutenção da competitividade e da inovação.

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Segundo a pesquisa, o dinheiro em espécie caiu de 43% em 2019 para 6% em 2024 entre os que o utilizavam com frequência. Já o Pix alcançou 47% do volume de transações no último trimestre de 2024 e é usado por 93% da população adulta, sendo o principal meio de pagamento para 62% dessas pessoas. O aumento foi registrado em todas as faixas etárias, regiões e classes sociais.

Escolha estratégica e perfis de uso

A decisão de qual meio de pagamento utilizar é estratégica. A pesquisa mapeou quatro perfis principais de comportamento: Pix-dependente, Equilibrista de crédito, Pix-estrategista e Maximizador de Crédito. Os principais fatores de escolha apontados pelos entrevistados foram segurança (41%), facilidade de uso (37%) e ausência de taxas (36%).

A expansão do Pix também alcança o setor empresarial. As transações entre pessoas e empresas (P2B) cresceram 47% em valor entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. Com o lançamento do Pix Automático em junho de 2025 e a previsão do Pix Parcelado para setembro, espera-se novo avanço na adesão.

Cartão de crédito mantém relevância

Apesar do crescimento do Pix, o cartão de crédito segue como meio dominante para compras online de maior envolvimento. Itens como passagens, hotéis, móveis e eletrônicos continuam sendo adquiridos prioritariamente com o cartão. Programas de pontos e milhas (57%) e ausência de anuidade (81%) são apontados como os principais atrativos.

A emissão de cartões triplicou na última década. Mais da metade dos brasileiros (58%) afirma ter ampliado o uso do cartão de crédito nos últimos cinco anos.

Adoção tecnológica e regulação

O consumidor brasileiro é receptivo à inovação. Entre os entrevistados, 16% se identificam como “Entusiastas” e 18% como “Abertos a novas tecnologias”. Formas de autenticação como impressão digital e reconhecimento facial já são consideradas viáveis para pagamentos, com 74% dizendo que usariam a biometria digital.

O ambiente regulatório também contribuiu para o cenário atual, com marcos como a Lei dos Meios de Pagamento (2013), a regulamentação das fintechs (2018), o lançamento do Pix (2020) e o início do Open Finance (2021).

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Raphael Panaro

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