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Distribuidoras de combustíveis pedem suspensão do mandato do biodiesel após fraudes

Publicado 12/03/2025 • 20:47 | Atualizado há 7 meses

KEY POINTS

  • Distribuidoras pediram suspensão da obrigação de mistura de biodiesel no diesel B até que a ANP tenha condições de fiscalizar o mercado.
  • Como o biodiesel segue mais caro que o diesel, sua não adição à mistura é vantajosa ao fraudador, que tem ganho de até R$ 0,31 por litro.
  • Raízen e Ipiranga eram favoráveis ao pleito há mais tempo, mas a iniciativa não foi à frente em fevereiro porque a Vibra não endossou o movimento à época.
A principal influência para cima nesta leitura do IPC-M partiu da gasolina, de 0,28% para 1,99%, segundo a FGV.

A principal influência para cima nesta leitura do IPC-M partiu da gasolina, de 0,28% para 1,99%, segundo a FGV.

Pixabay

As maiores distribuidoras de combustíveis do país pediram nesta quarta-feira (12) que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) suspenda por 90 dias a obrigação de mistura de biodiesel no diesel B comercializado em postos de abastecimento, até que a agência tenha condições de fiscalizar o mercado a contento.

Cogitado desde o início do ano, o movimento é uma reação à profusão de fraudes ao mandato de biodiesel identificada pelas empresas nos Estados do Paraná e de São Paulo, mas que já alcançaria Minas Gerais, Goiás e Bahia.

O pedido foi formalizado esta tarde junto à ANP pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) na forma de um requerimento administrativo. Integram o Sindicom Vibra, Raízen e Ipiranga, além de Shell, TotalEnergies, YPF, Castrol, Iconic, Moove e Petronas Lubrificantes.

No pedido, as empresas citam levantamentos das próprias empresas lesadas e do Instituto Combustível Legal (ICL), think tank financiado pelo setor, que apontam prevalência de 37% de irregularidades em amostras testadas, porcentual considerado alto.

A justificativa legal para o requerimento estaria na própria lei 13.033/2014, segundo a qual a ANP pode dispensar excepcionalmente a adição mínima obrigatória de biodiesel ao diesel, considerando “critérios de aplicabilidade, razoabilidade e segurança do abastecimento nacional de combustíveis”.

O Sindicom argumenta que a suspensão da mistura obrigatória se encaixaria no princípio de razoabilidade previsto na lei em função do atual contexto do mercado, atravessado por fraudes.

Como o biodiesel segue mais caro que o diesel, sua não adição à mistura é vantajosa ao fraudador, que tem ganho de até R$ 0,31 por litro na comparação com o produto que respeita especificações legais. Hoje é obrigatório que a mistura do diesel tenha 14% do biocombustível. No momento, o biodiesel está entre R$ 1,50 e R$ 1,60 por litro mais caro que o diesel A, diferença que chegou a superar a casa dos R$ 2,00 por litro no fim de 2024.

Fontes do setor não acreditam que a ANP venha a liberar as empresas do mandato do biodiesel e definem o pedido como um instrumento de pressão por mais fiscalização. Ainda assim, espera-se que, antes de dar uma resposta oficial, a agência reguladora escute os principais envolvidos, a saber, o mercado de distribuição, o varejo de combustíveis e produtores de biodiesel – este último especialmente afetados em caso de suspensão do mandato.

Noventa dias

O pedido de liberação da mistura por 90 dias tem a ver com o tempo que os requerentes julgam necessário para a ANP se organizar junto ao setor a fim de intensificar a fiscalização nos postos. Quando o assunto começou a ser discutido, não havia um prazo em vista.

Três meses seria o tempo necessário para que um convênio entre ANP e empresas do setores de distribuição e combustíveis e fabricantes de biodiesel saia do papel, por exemplo com a compra de novos espectrofotômetros a serem doados para a agência. O equipamento identifica imediatamente se a mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel está sendo cumprida. A ANP só possui um aparelho do tipo e o convênio prevê a doação de outras sete unidades.

Articulação

Raízen e Ipiranga eram favoráveis ao pleito há mais tempo, mas a iniciativa não foi à frente em fevereiro porque a Vibra não endossou o movimento à época. Procuradas, as distribuidoras citadas não se manifestaram. Teria pesado, também, a relação com os fabricantes de biocombustíveis, que desejam manter suas vendas, ainda que as receitas de momento estejam abaixo daquela que a observância plena do mandato de biodiesel resultaria.

A escalada contínua das fraudes identificadas pelo setor, porém, teria reforçado a percepção das partes sobre a necessidade de interpelar a ANP. Sob maior pressão do setor nas últimas semanas, a ANP tem intensificado a fiscalização do teor de biodiesel, inclusive com o fechamento de distribuidoras. Mas, para as partes envolvidas, as ações ainda são insuficientes para eliminar a concorrência desleal dos fraudadores.

O diagnóstico das distribuidoras sobre a escalada de fraudes estaria reforçado pelo fato de o consumo de diesel ter aumentado em janeiro, ao passo que o de biodiesel caiu no mesmo período, indicando que há mais combustível fóssil circulando no País sem que seja acompanhado pela parcela de biocombustível correspondente.

Segundo um alto executivo do setor, o balanço de massas do setor indica que, a cada mês, entre novembro e janeiro, cerca de 150 milhões de litros de diesel B foram vendidos sem biodiesel no Brasil, um volume que chegaria perto de 2 bilhões de litros se extrapolado para o período de um ano.

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