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Publicado 08/01/2025 • 21:12
KEY POINTS
Dólar
Valter Campanato/Agência Brasil
Após dois pregões consecutivos de queda, em que acumulou desvalorização de 1,26%, o dólar encerrou a sessão desta quarta-feira, 8, em alta de 0,08%, cotado a R$ 6,1090, após mínima a R$ 6,1029 na última hora de pregão. Apesar de sinais de que o governo Lula vai apertar o cinto neste início de ano terem trazido certo alívio aos prêmios de risco, o mercado de câmbio local praticamente replicou hoje o comportamento da moeda americana no exterior.
Nas primeiras duas horas de negócios, o dólar ensaiou uma alta mais forte e superou R$ 6,15 na máxima, embalado pela aversão ao risco provocada pelo temor de novas medidas protecionistas de Donald Trump. Segundo relatos da rede americana CNN, o presidente eleito dos EUA estaria cogitando declarar emergência nacional como forma de abrir espaço legal para imposição de tarifas universais.
A moeda perdeu parte do ímpeto altista ainda pela manhã, após dados sugerirem acomodação do mercado de trabalho americano, com geração de vagas aquém da esperada no setor privado em dezembro, segundo relatório ADP. Houve também comentários de dirigentes do Federal Reserve acenando com espaço para continuidade do movimento de redução dos juros.
Divulgada no fim da tarde, a ata do encontro de política monetária do Fed em dezembro, quando o presidente da instituição, Jerome Powell, reiterou que integrantes do BC americano concordaram em indicar que o ajuste adicional da política monetária será mais lento daqui para frente.
A ausência de novidades na ata do Fed contribuiu para que investidores mantivessem a aposta majoritária em novo corte de 25 pontos-base na taxa básica dos EUA, apesar dos ruídos provocados por ameaças de Trump. Teme-se que a conjunção de política protecionista com corte de impostos traga pressões inflacionárias.
Para o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, a taxa de câmbio nos níveis atuais ainda embute prêmios de risco elevados, em razão de um quadro de muitas incertezas neste início de ano.
Do lado externo, há receio dos impactos econômicos da nova administração Trump, o que ficou evidente na reação dos ativos a ameaça de imposição de tarifas. Do lado interno, investidores monitoram o quadro fiscal, diante de acenos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de maior rigor na execução orçamentária e até de novas medidas de contenção de gastos.
“O real se descolou muito do índice do dólar (DXY) em dezembro com a discussão do pacote fiscal. Estamos vendo uma recuperação recente do real nos últimos dias, mas ainda devemos ter muita volatilidade”, diz Chiumento, que trabalha com taxa de câmbio média de R$ 5,90 neste ano. “Com fiscal mais acomodado e taxa Selic chegando a 15% no primeiro semestre, a tendência é de carry positivo mesmo com o Fed mais cauteloso, o que pode atrair investidores”.
A ausência de uma lei orçamentária aprovada pode facilitar o trabalho da Fazenda e do Planejamento em convencer o restante do governo a adotar um decreto de execução de despesas mais restritivo neste início de ano. A avaliação é de integrantes da ala econômica ouvidos pelo Broadcast.
A proposta estudada pela equipe é de limitar as despesas dos ministérios a um dezoito avos (1/18) do orçamento no início do ano. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo Broadcast com fontes da equipe econômica.
Lá fora, termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY, que chegou a superar os 109,300 pontos pela manhã, perdeu força e trabalhou pontualmente abaixo dos 109,000 pontos após a divulgação da ata do Fed, levando o dólar às mínimas da sessão no mercado local, na casa de R$ 6,10.
Entre as demais moedas, destaque para a alta do peso chileno, uma das raras divisas emergentes a se fortalecer hoje, em novo dia de valorização do cobre. Na outra aponta, a libra esterlina perdeu mais de 80% diante da disparada das taxas dos Gilts de 10 anos, que atingiram o maior nível desde 2008, reflexo de preocupação com as contas públicas no Reino Unido.
Ibovespa B3 cai 1,27%
A cautela externa reforçada nesta quarta, 8, pela possibilidade de um tarifaço geral na largada do governo Trump, de volta no dia 20, manteve os ativos brasileiros na defensiva, levando o Ibovespa B3 a retroceder aos 119 mil pontos e a colher a terceira perda em cinco sessões neste começo de ano. Hoje, o índice da B3 oscilou dos 119.351,34 aos 121.160,25 pontos, e encerrou em queda de 1,27%, aos 119.624,51, com giro a R$ 19,4 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa B3 ainda sustenta ganho de 1,16%, mas volta ao negativo no mês, em baixa de 0,55%.
O dia foi de perdas bem distribuídas pelas ações de maior peso e liquidez, como Vale (ON -0,96%), Petrobras (ON -0,95%, PN -0,81%) e as de grandes bancos, como Itaú (PN -1,62%) e Bradesco (ON -1,89%, PN -1,55%). Na ponta perdedora do Ibovespa B3, Carrefour (-12,20%), CSN (-7,18%) e Magazine Luiza (-6,52%). No lado oposto, Pão de Açúcar (+1,06%), São Martinho (+0,93%) e Marfrig (+0,89%). Apenas nove das 87 ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa B3 subiram na sessão.
Em ruidosa maré que antecipa a segunda posse na Casa Branca, o presidente eleito Donald Trump tem movimentado o noticiário em base diária com promessas de anexação do Canadá e da Groenlândia, retomada do Canal do Panamá – administrado pelos americanos até 1999 – e, agora, não apenas a intenção de asfixiar os vizinhos do norte (Canadá) e do sul (México) com um torniquete tarifário para forçá-los a conter a entrada de imigrantes e de fluxos ilegais, como também a adoção de uma “emergência econômica nacional” para a implementação de sobretaxas “universais”, segundo apurou a rede americana CNN.
Hoje, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, sugeriu em tom sarcástico que a América do Norte, incluindo os Estados Unidos, poderia ser chamada de “América Mexicana”, em resposta à recente fala de Trump, que demonstrou desejo de renomear o Golfo do México como “Golfo da América”. Ela disse também que Trump é “mal informado” por dizer que o México é governado por grupos criminosos.
Por mais fantasioso que possa parecer a princípio e em sua integralidade, o projeto de fortaleza América tende a dar impulso ao dólar ante moedas de referência como o euro, o iene e a libra, e também ante as de emergentes, como o real. No Brasil, a moeda americana foi cotada a R$ 6,1563 na máxima da sessão e fechou a R$ 6,1090, quase convergindo para a estabilidade no fechamento (+0,08%).
O endurecimento do discurso de Trump a poucos dias da posse vem em momento de enfraquecimento político de lideranças tradicionais da Europa, como a França e a Alemanha – no segundo caso, com eleições próximas que devem trazer de volta os democratas-cristãos, à frente de mais uma coalizão, possivelmente com os próprios social-democratas, hoje à testa do governo com o chanceler Olaf Scholz.
No plano imediato, a expectativa para novos dados de inflação na China, a serem conhecidos nesta noite, também contribuiu para a cautela na Bolsa brasileira neste meio de semana, pela exposição das ações de commodities às flutuações de humor em relação à segunda maior economia do mundo.
Em outro desdobramento desta quarta-feira, assessores de Donald Trump estão considerando como reformularão a liderança do Federal Reserve (Fed), incluindo tornar a diretora Michelle Bowman a próxima vice-presidente de Supervisão do banco central, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, reporta a Bloomberg.
Segundo a agência de notícias americana, assessores de Trump também começaram a elaborar uma lista de possíveis substitutos para o presidente do BC americano, Jerome Powell, cujo mandato termina apenas em maio de 2026. E estão observando de perto os comentários sobre taxas de juros feitos pelos atuais integrantes do Fed.
“Basicamente, o Ibovespa B3 deu prosseguimento hoje à tendência de baixa iniciada ainda em agosto e intensificada em dezembro. Há continuidade nesse movimento corretivo, e hoje se viu tal ajuste nos principais papéis, após a recuperação vista ontem e anteontem. Veio, contudo, certa estabilização na curva de juros doméstica, com movimentos mais comedidos”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “Comunicação do ministro Fernando Haddad tem sido mais branda, com o reconhecimento da necessidade de pragmatismo com relação a gastos este ano, mas o externo, com a iminente posse de Trump, traz um pouco mais de tensão para o mercado, dificultando recuperação sustentável para a Bolsa.”
“A notícia de que Trump considera declarar emergência econômica nacional para justificar tarifas de importação mais agressivas trouxe cautela. Há muitas incertezas em torno das políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, e o mercado segue cauteloso, aguardando mais sinais sobre os rumos da economia global e das políticas monetárias nos principais países”, diz Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research.
Destaque da agenda econômica desta tarde, os ativos de risco no exterior tiveram reação limitada à divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), que corroborou a expectativa de redução do ritmo de cortes de juros este ano na maior economia do mundo, e pouco alterou as perspectivas para os próximos passos da política monetária americana, conforme a plataforma de monitoramento do CME Group.
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