Bolsonaro tem alta prevista para 1° de janeiro

A equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, detalhou nesta quarta-feira (31) o quadro de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Após sete dias de internação para uma cirurgia de hérnia, o foco da coletiva desviou para a complexidade do tratamento de soluços persistentes e para o estado emocional do paciente, que iniciou o uso de antidepressivos durante a estadia hospitalar.

Origem neurológica

A tentativa de cessar as crises de soluço por meio do bloqueio do nervo frênico não entregou o resultado definitivo esperado pela equipe. Segundo o cirurgião Cláudio Birolini, a persistência dos espasmos, mesmo após o procedimento, indica que a causa pode estar no Sistema Nervoso Central.

“O bloqueio do diafragma dos dois lados diminuiu a intensidade dos soluços, mas não cessou a crise. Isso nos leva a entender que o estímulo não é do pescoço para baixo, mas é da cabeça para cima. É provavelmente um estímulo de origem do sistema nervoso”.

A partir de agora, o manejo será focado em medicamentos e terapias alternativas, como fonoaudiologia e recrutamento diafragmático, descartando intervenções cirúrgicas definitivas no nervo.

Saúde mental e apneia severa

Um ponto sensível da coletiva foi a revelação de que Bolsonaro apresenta um quadro depressivo e dificuldades severas de sono. O cardiologista Brasil Caiado relatou que o estado de ânimo do ex-presidente oscila drasticamente conforme a duração das crises de soluço.

Leia mais:
Oscar Maroni, empresário e dono do Bahamas Club, morre aos 74 anos
Neta de John F. Kennedy, Tatiana Schlossberg morre vítima de leucemia

“Há diferença no estado emocional e físico; ele fica bem abatido nas noites ou nos dias que ele passa com o soluço. Inclusive, o próprio presidente pediu para fazer uso de algum medicamento antidepressivo. Então, foi introduzido”.

Além disso, exames de polissonografia confirmaram uma apneia do sono severa, com cerca de 50 episódios de obstrução respiratória por hora. Bolsonaro começou a utilizar o aparelho CPAP no hospital e deverá manter o uso contínuo ao retornar para a carceragem.

Recuperação cirúrgica e plano de alta

Apesar dos picos hipertensivos registrados após os procedimentos de bloqueio nervoso, o quadro clínico geral é considerado estável. A cirurgia de herniorrafia inguinal bilateral evoluiu bem e não apresenta intercorrências. A alta está programada para a manhã desta quinta-feira (1°).

“A nossa previsão de alta é para amanhã. Eu e o doutor Cláudio passaremos em visita pela manhã, e a partir disso, o horário da remoção fica a cargo da superintendência”, completou Caiado.

Os médicos enfatizaram que entregarão uma lista de recomendações rigorosas à Polícia Federal, incluindo cuidados para evitar quedas (especialmente pelo uso do CPAP e medicações) e orientações dietéticas fracionadas para evitar o refluxo, que agrava a esofagite e os soluços.

Resumo do boletim médico de 31 de dezembro:

• Procedimento: Pós-operatório de hérnia (7 dias).
• Exames: Endoscopia revelou esofagite e gastrite erosiva.
• Estabilização: Picos de pressão controlados; sem arritmias nas últimas 24 horas.
• Recomendação: Uso de CPAP noturno e fisioterapia respiratória.

—

Felipe Pjevac

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no