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Brasil quer linha direta com EUA para rastrear peças de fuzis

Publicado 04/12/2025 • 19:13 | Atualizado há 12 minutos

KEY POINTS

  • Haddad busca criar um canal direto com os EUA para rastrear peças de fuzis enviadas ao Brasil, permitindo identificar quem exportou, para quem e em quais condições
  • Investigações brasileiras miram 55 fundos ligados ao crime organizado, sendo 40 no Brasil e 15 no exterior, incluindo movimentações associadas ao grupo Refit
  • EUA sinalizam disposição para cooperação, após orientação de Donald Trump, e devem enviar proposta formal para ampliar o combate conjunto ao tráfico de armas e lavagem de dinheiro

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Fernando Haddad

Os Estados Unidos devem apresentar ao Brasil uma proposta formal de cooperação voltada ao enfrentamento do crime organizado, disse nesta quinta-feira (4) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o embaixador interino americano, Gabriel Escobar, demonstrou forte disposição em avançar na articulação e em atender ao pedido do governo brasileiro de um canal direto entre os dois países para rastrear peças de fuzis.

“Nós vamos informar uma autoridade competente lá que vai cuidar dos assuntos brasileiros para saber quem exportou, por que exportou, para quem exportou, se houve participação do exportador, se houve uma operação dentro do porto para colocar as peças dentro do contêiner”, declarou o ministro após se reunir nesta tarde com Escobar.

Haddad destacou que 55 fundos de investimento são alvo de apurações por suspeita de financiar atividades criminosas no âmbito da Operação Poço de Lobato, dos quais 40 funcionam no Brasil e 15 no exterior. O ministro ressaltou que as investigações revelaram que peças de fuzis enviadas dos Estados Unidos ao país acabam nas mãos de facções.

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De acordo com o ministro, as investigações mostram que organizações criminosas transferem recursos entre diferentes países para ocultar patrimônio e driblar o Fisco. O grupo Refit, proprietário da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, aparece como principal alvo das apurações. Na terça-feira (2), Haddad havia relatado em entrevista à TV Globo que parte das cargas que deixam os Estados Unidos chega ao Brasil sem passar por procedimentos considerados essenciais, como o escaneamento de contêineres.

Segundo Haddad, o encontro foi pedido pela própria embaixada norte-americana, após o envio de uma carta do governo brasileiro decorrente da ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O ministro afirmou que Escobar se comprometeu a apresentar uma resposta ao governo brasileiro e demonstrou otimismo com a proposta.

Haddad também disse que o embaixador mencionou orientação direta de Trump para aprofundar o diálogo com o Brasil. Escobar deixou o Ministério da Fazenda sem falar com a imprensa.

Proposta de cooperação

Haddad declarou que pretende estabelecer um canal de comunicação “célere” entre os dois países para que autoridades norte-americanas sejam notificadas imediatamente quando um contêiner vindo dos Estados Unidos chegar ao Brasil com componentes de fuzis.

O ministro explicou que a intenção é que os EUA possam identificar a origem e o destino das cargas, verificar quem enviou o material e apurar eventuais irregularidades ocorridas em portos de embarque.

Haddad afirmou também que acordos internacionais vigentes permitem brechas utilizadas por criminosos e reforçou que Escobar demonstrou receptividade à ideia de ampliar a cooperação bilateral no enfrentamento ao crime organizado.

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Compartilhamento de investigações

O ministro disse ter compartilhado detalhes das investigações brasileiras de fundos registrados nos Estados Unidos e informou que a documentação será enviada às autoridades daquele país, de modo a evitar questionamentos jurídicos futuros.

Durante o encontro, Haddad ressaltou ao embaixador o trabalho conjunto da Polícia Federal, Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e ministérios públicos estaduais, e defendeu a participação norte-americana nessa integração para ampliar a eficácia no combate à lavagem de dinheiro e na identificação de organizações criminosas.

Escobar apresentou exemplos de cooperação já em curso entre os Estados Unidos e o México, mas Haddad ponderou que a realidade brasileira difere da mexicana. O ministro argumentou pela adoção de termos ajustados ao contexto atual do Brasil. Haddad relatou que o embaixador estava com a carta enviada pelo governo brasileiro em mãos e afirmou ter saído da reunião com a impressão de que os EUA vão acelerar a análise da proposta.

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