Publicado 02/01/2025 • 11:17
KEY POINTS
Logotipo da BYD.
GREG BAKER/AFP
Os veículos híbridos estão se tornando mais populares do que os modelos totalmente elétricos na China, mesmo com os consumidores migrando para longe dos carros movidos exclusivamente a combustão. Dados do ano inteiro mostram essa tendência crescente.
A BYD, líder absoluta de mercado, anunciou em um comunicado na última quarta-feira (1º) que vendeu cerca de 4,3 milhões de carros de passeio em 2024. Desse total, quase 2,5 milhões eram veículos híbridos, marcando uma inversão em relação a 2023, quando a BYD vendeu ligeiramente menos carros híbridos do que modelos totalmente elétricos.
A Tesla, que vende apenas veículos elétricos, deve superar 600 mil carros vendidos na China pelo segundo ano consecutivo, de acordo com cálculos da CNBC baseados em dados da Associação de Carros de Passeio da China. A empresa de Elon Musk deve divulgar os números finais de 2024 na manhã de quinta-feira, nos Estados Unidos.
“Ainda vemos crescimento no mercado chinês em termos de veículos totalmente elétricos, mas acreditamos que está se estabilizando”, disse Joe McCabe, presidente e CEO da AutoForecast Solutions. Ele prevê que, até 2031, ainda haverá demanda por veículos baseados em motores a combustão, incluindo os modelos híbridos.
Logo atrás da Tesla está a Li Auto, com um recorde de 500.508 veículos entregues no ano passado, segundo comunicado da empresa na quarta-feira. A maioria dos carros da empresa inclui um tanque de combustível para ampliar a autonomia das baterias.
A Leapmotor, parceira chinesa da Stellantis e vendedora de carros tanto híbridos quanto elétricos, anunciou ter entregado quase 300 mil veículos em 2024 e estabeleceu uma meta de 500 mil para o ano seguinte.
As startups chinesas de carros elétricos, que até agora vendem apenas veículos totalmente elétricos, ficaram atrás em números anuais de entrega. A Zeekr vendeu 222.123 veículos, enquanto a Nio entregou 221.970 e a Xpeng, 190.068. Os resultados finais da Nio e da Xpeng incluem as vendas de marcas de menor preço, que começaram as entregas na segunda metade de 2024.
Em novembro, a Xpeng revelou seu próprio sistema híbrido de extensão de autonomia, enquanto a Zeekr anunciou, em agosto, planos para lançar seu primeiro carro híbrido em 2025.
As marcas de carros elétricos enfrentaram uma concorrência mais dura no ano passado, com a entrada da Xiaomi no mercado. A fabricante de smartphones lançou seu sedão elétrico SU7 em março e, até dezembro, já havia entregado mais de 135 mil unidades. A Xiaomi estabeleceu uma meta de 300 mil carros para 2025.
A Zeekr, por sua vez, almeja 320 mil entregas em 2025, após ficar ligeiramente abaixo de sua meta de 230 mil carros em 2024.
O esforço da China para desenvolver seus próprios carros elétricos alcançou um ponto de inflexão em julho, quando os veículos de nova energia representaram mais da metade de todos os carros de passeio vendidos naquele mês, segundo a Associação de Carros de Passeio. Veículos de nova energia incluem tanto os modelos totalmente elétricos quanto os híbridos.
Essa tendência continuou até novembro, com uma taxa de penetração de 52,3%, de acordo com os dados da associação. Em julho de 2023, essa taxa era de 36%.
“Quando analisamos o crescimento do mercado, é importante lembrar que a China ainda oferece muitos incentivos para os moradores comprarem veículos de nova energia”, disse McCabe. Ele acrescentou que essa estratégia faz parte dos esforços da China para fortalecer empresas locais em vez de depender de marcas estrangeiras.
Cidades como Pequim estão tornando mais fácil para os residentes obter placas para veículos de nova energia em comparação aos carros movidos a combustível. Parte dos esforços recentes da China para estimular o consumo tem incluído subsídios para a compra de veículos de nova energia.
Nos Estados Unidos, os híbridos também impulsionaram as vendas de veículos leves no segundo trimestre de 2024, elevando a penetração combinada de carros híbridos e elétricos para 18,7%, de acordo com dados da Wards Intelligence publicados pela Administração de Informações sobre Energia dos EUA.
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