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De fator de custo a motor de economia: o papel da semaglutida no futuro do Brasil
Publicado 13/09/2025 • 15:19 | Atualizado há 17 minutos
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Publicado 13/09/2025 • 15:19 | Atualizado há 17 minutos
KEY POINTS
Semaglutida
Unsplash
A obesidade é um dos maiores fatores de custo no mundo. O World Obesity Atlas 2025, da World Obesity Federation, projeta que o impacto econômico global da doença pode ultrapassar US$ 4 trilhões por ano até 2035, peso comparável ao das mudanças climáticas ou do tabagismo. São mais de 1,6 milhão de mortes prematuras anuais e 160 milhões de anos de vida saudável perdidos.
No Brasil, o retrato também preocupa. Segundo o Ministério da Saúde (Vigitel) e o Mapa da Obesidade da ABESO, a prevalência entre adultos saltou de 12,2% em 2003 para 26,8% em 2019. A estimativa é de que alcance 31% em 2025. Até a próxima década, quase metade da população adulta pode ter obesidade. Isso significa maior pressão sobre o SUS, mais afastamentos no trabalho e queda de produtividade — custos que recaem sobre governos, empresas e famílias.
É nesse contexto que a semaglutida aparece como possível divisor de águas. Conhecida no tratamento do diabetes tipo 2, a molécula mostrou reduções médias de até 17% do peso corporal em pacientes. O ponto, porém, não é apenas perder peso, mas ganhar saúde.
“Não basta perder quilos. O que importa é como se emagrece”, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, pesquisador da Unicamp. Segundo ele, dietas radicais podem levar à perda muscular e desnutrição, enquanto os medicamentos modernos preservam massa magra e oferecem ganhos metabólicos: menos infartos, menos cirurgias, menos internações. “Isso é economia”, resume.
Em entrevista ao Times Brasil – licenciado exclusivo CNBC, durante o evento CoNNexões Internacionais, que celebra um ano da semaglutida no país, Geloneze reforçou que o medicamento não deve ser visto como solução isolada, mas como parte de um cuidado contínuo em obesidade.
Apesar do potencial, a incorporação ao sistema público ainda encontra barreiras. A Conitec já avaliou a inclusão no SUS, mas não aprovou. Para Geloneze, a questão vai além do preço: grande parte dos médicos foi formada em um período em que a obesidade não era tratada como doença crônica. “É preciso investir em educação médica continuada. Sem isso, há risco de usar a ferramenta de forma inadequada.”
Enquanto isso, experiências internacionais indicam caminhos. Nos Estados Unidos, seguradoras privadas já cobrem o tratamento, apostando que cada dólar investido hoje poupa múltiplos gastos futuros. Na Inglaterra, a incorporação é feita dentro do sistema público, com acompanhamento estruturado. O consenso é claro: a semaglutida funciona como apoio às mudanças de estilo de vida, não como substituto.
A pergunta que fica é: quem ganha com a medicação em larga escala? A resposta de Geloneze é direta: “Quem ganha é a economia”. Pessoas mais saudáveis vivem mais, trabalham mais e movimentam mais riqueza. Ele ressalta, no entanto, que esse ciclo positivo só se concretiza se houver preparo médico adequado e políticas públicas consistentes. “A conta fecha, desde que a ferramenta esteja nas mãos certas.”
Para o endocrinologista, o desafio para o Brasil vai além da incorporação de um medicamento: está em decidir se continuará tratando a obesidade como um fator de custo ou se terá condições de convertê-la em motor de economia.
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