Publicado 25/11/2024 • 12:59
KEY POINTS
Para a Febraban, a expectativa de crescimento em torno de 10% reflete a recuperação do crédito na primeira metade do ano.
Reprodução Unsplash.
Os bancos brasileiros reduziram a previsão de crescimento do crédito de 10,6% para 10,5% neste ano, em comparação ao ano passado. Essa informação foi divulgada na edição de novembro da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A revisão foi motivada principalmente pelo crédito direcionado, segundo a entidade.
Para a Febraban, a expectativa de crescimento em torno de 10% reflete a recuperação do crédito na primeira metade do ano. Esse cenário foi impulsionado pela queda dos juros no primeiro semestre, pelo controle da inadimplência, pelo aumento da renda das famílias e pelo lançamento de novos programas governamentais, como o Acredita.
“O resultado da pesquisa confirma a expectativa de expansão do crédito na casa dos dois dígitos este ano, em um ambiente econômico e de mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado”, afirmou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da entidade.
Ele acredita que o cenário positivo deve continuar no próximo ano, mesmo com a retomada do ciclo de alta da Selic pelo Banco Central. “A sensação é que, caso haja uma redução da incerteza fiscal e, consequentemente, uma elevação mais moderada da taxa Selic, poderíamos ver um novo aumento do crédito na faixa dos dois dígitos no ano que vem”.
Os bancos esperam que a carteira de recursos direcionados cresça 11,7% este ano, em comparação à projeção anterior de 11,9% feita em setembro. A revisão foi motivada pela redução das expectativas para a carteira de crédito direcionado a pessoas jurídicas, de 12,1% para 10,7%.
Essa revisão está ligada a uma reavaliação do impacto de programas públicos voltados para empresas, especialmente aqueles lançados para o público do Rio Grande do Sul após as enchentes que afetaram o estado em maio deste ano. Segundo a Febraban, o desempenho desses programas ficou aquém do esperado.
Por outro lado, o crédito direcionado para pessoas físicas teve a projeção ajustada para cima, de 11,6% para 11,9%. O mesmo ocorreu com o crédito livre para empresas, cuja previsão de alta passou de 8,2% para 8,5%. Já o crédito livre para pessoas físicas teve uma revisão negativa, com expectativa de crescimento de 11,1% este ano, em comparação à projeção anterior de 11,3%.
Os bancos melhoraram a previsão de crescimento do crédito para o próximo ano, de 9,1% para 9,3%. Esse aumento veio com a revisão para cima na projeção da carteira com recursos livres, de 8,9% para 9,2%.
Por outro lado, as instituições pioraram as expectativas para a inadimplência neste ano e no próximo. Agora, espera-se um índice de atrasos de 4,5% em ambos os anos, enquanto em setembro a previsão era de 4,4% para 2024 e 4,3% para 2025.