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Economia Brasileira

Cenário internacional tem sido vetor principal na determinação dos preços de mercado, diz presidente do BC

Publicado 22/04/2025 • 12:50 | Atualizado há 4 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (22) que o cenário internacional tem sido o principal vetor para determinar os preços de mercado e que atualmente se está em uma nova fase que é a leitura do mercado sobre o governo de Donald Trump. A afirmação foi realizada em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
  • Galípolo disse que, em virtude do cenário de aquecimento da economia brasileira com inflação alta, cabe à autoridade monetária exercer seu papel de fazer a política anticíclica.
  • Para o presidente do Banco Central, a revisão da projeção de crescimento global feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), na esteira da guerra tarifária, já mostra alguns desdobramentos possíveis para o ano em função do cenário dos Estados Unidos.
Presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, em pronunciamento na CAE.

Presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, em pronunciamento na CAE.

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (22) que o cenário internacional tem sido o principal vetor para determinar os preços de mercado e que atualmente se está em uma nova fase, sendo a leitura do mercado sobre o governo de Donald Trump. A afirmação foi realizada em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Galípolo frisou que a leitura que ele faz é a de como o mercado entende o governo, e que essa interpretação do governo Trump se deu em três etapas. Na primeira, correspondente ao último trimestre de 2024, havia uma leitura de que a nova gestão do republicano seria mais pró-mercado, com redução de impostos e regulamentação sobre empresas.

Já no primeiro trimestre de 2025, a interpretação de que o impacto das mudanças tarifárias poderia desacelerar a economia americana e, por consequência, a economia global foi ganhando força. O presidente do BC explicou que essa corrente estendeu o entendimento para a possibilidade de desaceleração das tarifas, num cenário de muita incerteza sobre o que vai ocorrer, em virtude das idas e vindas das decisões do governo americano e seus desdobramentos.

“Você tem dúvidas sobre o que vai ocorrer e quais são os efeitos sobre aquilo que vai ocorrer. Esse cenário foi ganhando força ao longo desse primeiro trimestre, o que sinalizou já uma ideia de um dólar mais fraco e uma atividade econômica mais fraca nos Estados Unidos”, disse.

No atual momento, Galípolo pondera que impera a interpretação que oscila entre a desaceleração em função da incerteza e um cenário de possível aversão ao risco, indicando uma escalada na disputa tarifária com consequências mais abruptas.

“Num cenário como esse, é comum que os investidores busquem se proteger com ativos mais líquidos e ativos que ofereçam menos risco. O que costuma já ser absolutamente desafiador para economias emergentes, quando isso acontece, não é positivo do ponto de vista da dinâmica econômica. Porém, agora está num cenário ainda mais complexo, porque nós estamos falando de um cenário de aversão a risco, onde aquilo conhecido como o ativo de última instância, ou o ativo mais seguro da economia, está sendo um pouco questionado. Ou seja, historicamente, quando você tem um cenário de aversão de risco, o que você costuma fazer é correr para o dólar, ou correr para títulos soberanos norte-americanos”, explicou.

Ao iniciar sua fala, o presidente destacou que cabe à autoridade monetária explicar e dar transparência sobre o que faz. “Tenho sempre defendido que cabe à autoridade monetária explicar e dar cada vez mais transparência sobre o que faz e o porquê faz. Esse é um fórum absolutamente privilegiado para eu ter esse tipo de oportunidade. Agradeço demais ao presidente Renan Calheiros pela possibilidade de poder vir aqui explicar e também ouvir, não só falar, mas também ouvir, que é super importante para todos nós”, disse.

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Papel do Banco Central é fazer política anticíclica, afirma Galípolo

Galípolo disse que, em virtude do cenário de aquecimento da economia brasileira com inflação alta, cabe à autoridade monetária exercer seu papel de fazer a política anticíclica.

Ele destacou que o Brasil cresceu pelo quarto ano seguido acima do que modelos indicam ser o PIB potencial e que esse crescimento está bastante disseminado em diversos setores da economia. Ele salientou alguns indicadores, como o desemprego na mínima histórica e com queda acentuada, e o aumento do crédito bancário.

O presidente da autarquia disse que o crédito, ao redor de 55% do PIB, está num dos maiores patamares da série histórica. Diante desse cenário da economia brasileira, mostrando “dinamismo excepcional” e bastante aquecida, Galípolo disse que cabe ao BC ser o “chato da festa”.

“A vida do banqueiro central sempre é uma vida de estar meio no contrapé, porque o que o Banco Central tem de fazer, se conseguir fazer bem feito, é estar numa política anticíclica ou contracíclica. Eu usei já a metáfora do chato da festa algumas vezes, mas não é o chato da festa quem tem algum tipo de satisfação em ser chato, e simplesmente porque o seu papel é, quando a economia está aquecida, tentar fazer uma política anticíclica”, comentou.

Ele frisou que o aquecimento da economia pode gerar pressões inflacionárias, que indicam a necessidade de freá-la. “Você deveria tentar segurar a economia, refrear um pouquinho a economia para que essa pressão inflacionária não virasse uma espiral e, a partir daí, não se perdesse o controle da estabilidade monetária”, disse.

Galípolo: é possível importar desinflação com desaceleração global, mas a incerteza é elevada

Para o presidente do Banco Central, a revisão da projeção de crescimento global feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), na esteira da guerra tarifária, já mostra alguns desdobramentos possíveis para o ano em função do cenário dos Estados Unidos.

Ele disse que há interpretações possíveis. Uma delas é de que a guerra tarifária pode “desescalar”, com acordos sendo firmados entre os países.

“Essa desaceleração vai se esvaindo e você vai caminhando para a trajetória que já era mais ou menos aguardada e retomando a trajetória que era pensada”, comentou.

Outra possibilidade é uma escalada nas tarifas, provocando desarticulações nas cadeias produtivas. “O trade-off tradicional, a troca tradicional que você está imaginando entre preços e atividade econômica, talvez não responda da maneira que a gente foi treinado para pensar num cenário como esse. Você pode ter menos atividade econômica e preços mais elevados”, explanou.

Nesse caso, há a possibilidade de se importar desinflação em função de uma desaceleração global que tende a reduzir os preços de commodities. Outra perspectiva é de racionalizar onde os Estados Unidos cheguem a um termo com a maior parte dos países que são historicamente parceiros e aliados, restringindo a disputa tarifária à China. “Estamos em um ambiente de elevada incerteza tanto sobre o que deve ocorrer quanto sobre quais são as consequências da aplicação das tarifas”, reiterou.

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