Conheça o projeto da fábrica de celulose que vai gerar mais empregos do que o número de habitantes de Inocência-MS

A chegada da chilena Arauco consolida o Mato Grosso do Sul como um dos maiores polos mundiais de produção de celulose. O estado, que já abriga as gigantes Suzano, Bracell e Eldorado Brasil, passa a reunir quatro das maiores produtoras do setor no país — um movimento que o governo estadual tem chamado de “Vale da Celulose”.

A Arauco está construindo em Inocência (MS) o Projeto Sucuriú, que será a maior fábrica de celulose do mundo erguida em uma única fase, com investimento estimado em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões). A entrega da licença de instalação foi realizada na última sexta-feira (10), em Campo Grande, com a presença do governador Eduardo Riedel, do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, e de executivos da empresa.

“A obtenção da licença de instalação é um marco fundamental para o Projeto Sucuriú, já que nos permite avançar às próximas etapas determinantes para iniciarmos a construção da planta”, afirmou o CEO da Arauco no Brasil, Carlos Altimiras. “Esse avanço é resultado da sinergia entre a empresa e os governos estadual e municipal, que acreditaram no legado que a Arauco deixará para Inocência e para Mato Grosso do Sul”, completou.

Leia mais:

Com entrada da Arauco, Mato Grosso do Sul se consolida como polo mundial de celulose
EXCLUSIVO: investimento de R$ 25 bilhões da Arauco transforma MS em potência da celulose
Arauco: Maior fábrica de celulose do mundo criará vagas de emprego que superam o número de habitantes da cidade sede em MS

Emprego e transformação regional

Com o início das obras, previsto para julho, o projeto deve empregar cerca de 12 mil trabalhadores no pico da construção e gerar 500 empregos diretos na operação.
Na prática, o impacto é ainda maior: Inocência tem apenas 8 mil habitantes, e a Arauco estima criar 6 mil vagas permanentes nas áreas industrial, logística e florestal — mais do que o total da população adulta do município.

O prefeito Antônio Ângelo define o projeto como “um divisor de águas” para a economia local.

“A chegada da Arauco simboliza um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social para o nosso município. Seremos referência em geração de emprego, renda e qualidade de vida”, afirmou.

Atualmente, mais de mil trabalhadores já estão na região para preparar a infraestrutura. Durante as obras, serão erguidas novas vias de acesso, moradias e estruturas de apoio para receber os profissionais.

Infraestrutura e energia

Entre as obras complementares estão a construção de um acesso rodoviário pela MS-377, a pavimentação de 38 quilômetros da MS-316 (entre Inocência e Paraíso das Águas) e a implantação de um aeroporto regional.

O Projeto Sucuriú ocupará uma área de 3.500 hectares, a 50 quilômetros do centro de Inocência e às margens do Rio Sucuriú. A planta será totalmente digital, com tecnologias de Indústria 4.0, integração entre as etapas de produção e controle automatizado de qualidade.

A unidade operará em ciclo fechado de energia, com capacidade de geração superior a 400 megawatts (MW) — dos quais 200 MW serão utilizados internamente e o restante injetado no Sistema Interligado Nacional, volume suficiente para abastecer uma cidade de mais de 800 mil habitantes.

Produção e destino das exportações

A fábrica deve entrar em operação no fim de 2027, com capacidade para 3,5 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano, das quais até 98% serão destinadas à exportação para China, Europa e América do Norte.

Com o novo empreendimento, o Mato Grosso do Sul reforça sua posição como referência global na produção de celulose, especialmente na região leste do estado, que já concentra as operações da Suzano e da Eldorado Brasil.

A Arauco, que atua no Brasil desde 2002 com fábricas no Paraná e no Rio Grande do Sul, é uma das maiores produtoras de celulose e produtos de madeira do mundo, com operações também no Chile, Argentina e Uruguai.
Com o Projeto Sucuriú, a capacidade global da companhia passará de 5,2 milhões para 7,7 milhões de toneladas anuais de celulose a partir de 2028.

“Mesmo antes do início das obras, já há mais de mil trabalhadores na região. Com o cronograma avançando, teremos grandes oportunidades nos próximos quatro anos”, afirmou o governador Eduardo Riedel, ao reforçar o papel do empreendimento no crescimento de Mato Grosso do Sul.

Chico Fireman

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no