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EXCLUSIVO: arquiteto do Plano Real fala da política monetária do BC e diz que Brasil precisa ter “sangue frio” nas negociações com os EUA
Publicado 25/09/2025 • 12:49 | Atualizado há 2 meses
Publicado 25/09/2025 • 12:49 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
O ex-presidente do Banco Central e um dos arquitetos do Plano Real, Gustavo Franco, avalia que o Brasil precisa ter “sangue frio” nas negociações com os Estados Unidos diante do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump.
Em entrevista exclusiva ao apresentador Marcelo Torres, Franco analisou os impactos da disputa comercial, a política fiscal brasileira, a trajetória dos juros e a atuação de Gabriel Galípolo à frente do BC.
Para Franco, o gesto de Trump ao propor um encontro com o presidente Lula segue o estilo do republicano: “combinar rompantes, anúncios bombásticos com recuos e passos para trás”. Segundo ele, esse padrão exige paciência da diplomacia brasileira.
“É preciso ter sangue frio, é claro. É um tipo de negociação incomum e não muito da tradição diplomática. Mas é preciso jogar o jogo”, disse.
Ele ressalta que o governo brasileiro reagiu de forma correta ao adotar uma postura discreta até a sinalização de abertura da Casa Branca.
Questionado sobre os efeitos práticos da taxação norte-americana, Franco minimizou a necessidade de ajustes imediatos, mas não escondeu o incômodo:
“É um estresse a mais, como se a gente já não tivesse problemas dentro de casa, sobretudo fiscais e de juros muito altos. É uma novidade ruim, que espero que seja passageira.”
Na avaliação do ex-presidente do BC, o Brasil segue crescendo abaixo do potencial porque as escolhas fiscais e monetárias caminham em direções opostas.
“O crescimento do Brasil é constrangido pelas escolhas fiscais do governo, que são gastar, e pelas escolhas do Banco Central, voltadas à defesa da moeda. É como pisar no acelerador e no freio ao mesmo tempo. O resultado é um crescimento muito pequeno diante do potencial.”
Franco critica a postura do governo de não reconhecer os problemas fiscais, o que, em sua visão, compromete a eficácia da política monetária.
Apesar dos desafios, Franco vê otimismo no mercado. Para ele, a valorização recente da bolsa e o fortalecimento do real estão ligados à expectativa de queda da Selic.
“Prevalece uma visão otimista sobre os juros. Existe quase certeza de que vão cair, porque estão muito altos e o único caminho é para baixo. A questão passa a ser quando começa a cair.”
Ele ressalta que essa percepção já influencia os preços dos ativos: “Tudo que vai acontecer, o mercado tende a achar que já está acontecendo. Então, a alegria se instalou um pouquinho no mercado financeiro.”
Sobre a gestão de Gabriel Galípolo, Franco elogiou a capacidade de transição e a manutenção da “cultura da casa” no BC.
“Ele absorveu muito bem essa cultura e se tornou peça importante em um momento histórico. O estilo do Galípolo não é muito diferente do Campos Neto, e isso é positivo: o Banco Central deve ser conduzido pelas regras, pelo regime de metas de inflação. É isso que garante a independência.”
Franco também comentou a tentativa do governo Javier Milei de estabilizar a economia argentina. Para ele, os avanços fiscais iniciais foram “surpreendentes”, mas os desafios de câmbio e inflação ainda exigem apoio internacional.
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