Mesmo com juros elevados, maiores bancos privados expandem carteira de crédito em 10,5% sobre 2024
Publicado 10/05/2025 • 12:49 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 10/05/2025 • 12:49 | Atualizado há 5 horas
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Pessoa fazendo conta na calculadora
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Os três principais bancos privados brasileiros expandiram suas carteiras de crédito no primeiro trimestre em relação a 2024, mesmo em um cenário de juros mais elevados.
O volume somado de Bradesco, Itaú e Santander chegou a R$ 2,8 trilhões, alta de 10,5% na comparação anual, com inadimplência sob controle. As instituições mantiveram projeções (guidances) para o ano.
No caso do Bradesco, uma revisão não foi descartada. O CEO do banco, Marcelo Noronha, disse que o “apetite mais moderado” a que ele se referiu no início do ano continua válido. “Mas a gente ajusta modelo o tempo inteiro.”
Com lucro líquido de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre (+39,3% sobre igual período de 2024), o Bradesco teve carteira de crédito de R$ 1 trilhão, alta de 2,4% sobre o trimestre encerrado em dezembro e de 12,9% na comparação anual. Segundo Noronha, o resultado indica que a carteira está “absolutamente controlada”.
O banco projeta crescimento anual entre 4% e 8% na Carteira de Crédito Expandida, mas o executivo não descartou revisão no segundo semestre. Ele avalia que o segundo e o terceiro trimestres concentrarão o pico da taxa básica de juros (Selic).
“Apesar de ver uma atividade desacelerando no segundo semestre, trabalhamos com uma perspectiva bem positiva”, afirmou o CEO ao divulgar os resultados. “A gente continua apostando num crescimento gradual, step by step.” O crédito para pessoas físicas cresceu 16,2% ante 2024, somando R$ 432,9 bilhões.
No caso das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), a alta foi de 29,6%, para R$ 222,5 bilhões. Segundo o banco, a carteira cresce “de forma segura, refletindo em inadimplência e custo de crédito controlados”.
A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) ficou em R$ 7,6 bilhões, -2,2% em relação a igual período do ano passado. “Estamos tracionados em todos os segmentos de negócio”, disse Noronha. Ele vê oportunidade de continuar crescendo em “carteiras colateralizadas”, como o consignado.
O Itaú teve lucro recorrente de R$ 11,1 bilhões, alta de 13,9% sobre 2024. A carteira de crédito no Brasil foi a R$ 1,147 trilhão (alta de 12,3% sobre o primeiro trimestre de 2024) – se incluir a operação na América Latina, passa de R$ 1,4 trilhão.
Para MPMEs, a carteira somou R$ 273,2 bilhões, crescimento de 14,7%. Para pessoas físicas, R$ 448,8 bilhões (+8,6%). O guidance foi mantido entre 4,5% e 8,5% de expansão neste ano – ante 15,5% em 2024.
Segundo o CEO do Itaú, Milton Maluhy, o movimento macroeconômico já era esperado. “Quando fizemos os guidances de 2025, já consideramos o cenário de desaceleração do PIB”, disse. E a inadimplência segue domada. “A gente continua com atrasos [de 90 dias] muito comportados, melhores da série em todas as linhas”, afirmou Maluhy.
No caso da pessoa física, o índice caiu a 3,6%, mínima histórica. Para pequenas e médias empresas, ficou em 1,8%. Segundo Maluhy, no entanto, ele voltará aos níveis observados nos trimestres anteriores, entre 2,3% e 2,5%.
O CEO do Itaú definiu-se como “otimista cauteloso”. Lembrou que o país está com o maior nível de juros dos últimos 19 anos, o que afeta a demanda, e num cenário local e global que exige cautela. “A gente continua muito dedicado e focado na nossa gestão de risco, de portfólio”, afirmou Maluhy.
Isso significa crescer em públicos que o banco considera “resilientes em ciclos mais longos” e perder share (fatia de mercado) em outros. A estratégia combina “gestão de alocação de capital com visão de longo prazo”.
Já o Santander registrou lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, crescimento anual de 27,8%. A carteira de crédito ampliada somou R$ 682,3 bilhões (+4,3% sobre um ano antes), com custo estável.
Desse valor, R$ 252,4 bilhões referem-se a pessoas físicas (+2,3%) e R$ 78 bilhões, a pequenas e médias empresas (+13,2%). O índice de inadimplência acima de 90 dias variou de 3,2% para 3,3% – 4,3% para pessoas físicas e 1,9% para pessoas jurídicas.
“No crédito, seguimos focados nos negócios estratégicos, sem perder de vista nossa forte disciplina na alocação de capital, com foco em linhas de maior rentabilidade e boa qualidade de ativos”, disse o banco no informe de resultados.
O resultado de PDD cresceu 5,7% na comparação anual e somou R$ 6,4 bilhões. Em parte, por efeito da Resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que altera conceitos e critérios contábeis nas provisões de crédito.
Segundo o CFO Gustavo Alejo, o tema está dentro da estratégia e das previsões do Santander. “Porque a gente quer ter cada vez mais qualidade nas operações”, afirmou. Para o executivo, embora o cenário macro esteja mais desafiador pela frente, eles seguem confiantes em relação à qualidade dos portfólios.
“Com gestão bem ativa de riscos, disciplina na formação de preços e rigor técnico na alocação de recursos.”
Na segunda-feira (12), o BTG divulgará seus resultados do primeiro trimestre.
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Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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