Otimismo com o Brasil aumenta após superquarta e dinheiro deve entrar via bolsa e juros

Tudo aconteceu conforme o planejado nesta superquarta. Isso não reduziu o ânimo do mercado com os ativos brasileiros, ao contrário. O Ibovespa bateu novo recorde e os juros futuros – expressão numérica e objetiva do humor do mercado – registraram queda ao longo da curva.

A queda dos juros futuros aponta que as empresas terão mais facilidade para contratar crédito, financiar investimentos e crescer. Aquelas que estão endividadas terão algum alívio.

“Com o fechamento da curva de juros, isso facilita quanto a tomar recursos no mercado. Então, as companhias abrem novas perspectivas de crescimento e isso traz boas perspectivas de resultados corporativos para o futuro, o que também favorece o Ibovespa”, diz David Martins, sócio da NextCapital.

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Evidentemente, essa relação entre queda dos juros futuros e redução dos riscos nas empresas possui muitas variáveis, mas, à primeira vista, esses fatores se correlacionam. Uma prova disso foi o resultado acima da média de ações de empresas como RD Saúde (+6,06%), Magazine Luiza (+5,31%) e Assaí (+4,55%), que são mais dependentes de crédito e, por consequência, das perspectivas sobre juros.

Diante de tudo isso, o índice futuro do Ibovespa também subiu, mostrando que o IBOV deve registrar novas altas ao longo das próximas semanas. “O Bolsa Futuro, índice futuro da bolsa, para outubro avançou 1,07 ponto, tocando 147 mil pontos”, destacou Bruna Centeno, economista e sócia da Blue3 Investimentos. Com isso, o futuro da bolsa teve valorização em patamar semelhante ao do Ibovespa à vista (índice do dia), que subiu 1,06%, aos 145.594 pontos.

E não deve parar por aí, ao menos nas projeções do mercado. O rali de final de ano, quando os investidores pelo mundo todo recalibram suas carteiras para a entrada no ano novo, pode acelerar as altas do Ibovespa.

“Várias instituições trazem projeções na casa dos 150 mil a 160 mil pontos para o Ibovespa até o final do ano”, destaca o sócio da NextCapital. Segundo a Genial Investimentos, os próximos objetivos para o índice ficam em 147.636 e 150.885 pontos.

Nesse cenário, a valorização do real contra a moeda dos Estados Unidos é mais uma boa notícia para os ativos brasileiros, porque o real mais forte torna os ativos locais mais atrativos. “A tendência do dólar até o final de 2025 é de perda de valor ante o real. E 70% a 80% disso está diretamente ligado ao diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos”, avalia Alexandre Viotto, chefe de Banking da EQI Investimentos.

Com a queda nos juros americanos e manutenção da Selic em 15%, aumenta o diferencial de juros a favor de quem investe no Brasil, com riscos mantidos nos mesmos patamares, o que melhora a situação do real contra o dólar.

E, para completar, o comunicado do Copom, interpretado como “duro” pelo mercado, acrescentou segurança na manutenção das taxas de juros altas nos atuais patamares pelos próximos meses, “o que deve continuar beneficiando o real”, avalia a Warren em comunicado. Com isso, os títulos públicos brasileiros também se tornam mais atrativos.

Chico Fireman

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