Em recado a Trump, governo evoca soberania em Desfile da Independência

No primeiro Dia da Independência desde o início da crise diplomática com os Estados Unidos, o governo brasileiro evocou a soberania nacional para mandar recados ao presidente americano, Donald Trump. O tradicional desfile cívico-militar de 7 e Setembro teve como tema “Brasil Soberano” e reuniu 45 mil participantes, de acordo com dados divulgados pelo Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem apostado no conceito de soberania para sinalizar à Casa Branca que o Palácio do Planalto não aceita discutir uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro – demanda do governo americano e da oposição – como forma de reverter a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. 

Diferentemente de anos anteriores, desta vez ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não compareceram ao desfile de 7 de setembro. Apesar do caráter institucional do evento, magistrados buscaram manter distanciamento do governo federal em meio ao julgamento de Bolsonaro na Corte, que deve finalizado até sexta-feira (12). 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, também não compareceram. O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi acompanhado da família, assim como a maioria dos ministros de Estado.

Dentro do tema “soberania”, o governo federal apostou em três eixos: “Brasil dos Brasileiros”, “COP30 e Novo PAC”, e “Brasil do Futuro”, além da programação tradicional das tropas das Forças Armadas.

Na ala da COP, um carro levava o Curupira, personagem do folclore brasileiro escolhido como mascote da cúpula climática, marcada para novembro, em Belém.

Natália Manginelli

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