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Escassez global de semicondutores reacende alerta na indústria automotiva, aponta especialista da FGV
Publicado 23/10/2025 • 16:31 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 23/10/2025 • 16:31 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
A escassez global de semicondutores volta a preocupar a indústria automotiva. De acordo com a Anfavea, algumas fábricas na Europa já sofrem com falta de componentes e há risco de paralisação de montadoras no Brasil “em questão de semanas”. Para entender o cenário, o Fast Money, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, entrevistou Antônio Jorge Martins, coordenador dos cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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Martins explica que o problema atual tem origem em disputas geopolíticas, especialmente entre Estados Unidos e China. “Hoje, os problemas geopolíticos assolam o mundo, principalmente nos setores de tecnologia e automotivo. A China é o maior fornecedor mundial de terras raras e também responsável pelo refino desses materiais, fundamentais para a fabricação de ímãs e semicondutores”, afirmou.
Segundo o professor, a recente decisão dos Estados Unidos de restringir a exportação de semicondutores de alta tecnologia à China provocou uma reação. “Como contrapartida, a China passou a limitar a exportação de terras raras. No entanto, não acredito que isso vá afetar gravemente o setor automotivo, porque o país tem uma estratégia de longo prazo para se consolidar como potência tecnológica”, disse.
Martins lembrou que o Brasil também possui reservas significativas de terras raras, embora ainda não domine o processo de refino. “De toda forma, não vejo um risco crítico imediato. Muitas montadoras já importaram materiais nos últimos meses por meio de licenças obtidas em junho e julho”, explicou.
O analista Felipe Machado, que também participou da entrevista, destacou a ascensão da BYD, que recentemente ultrapassou a Tesla como maior fabricante de carros elétricos do mundo. Ele perguntou como a China deve administrar sua relação com as montadoras ocidentais diante das restrições comerciais.
Martins respondeu que a China não deve usar o fornecimento como arma de pressão. “Um país que se posiciona como líder em tecnologia não vai se fortalecer restringindo o fornecimento. A China não quer paralisar o mercado mundial, e sim mostrar o poder que tem. Ela busca se equilibrar com os Estados Unidos, que ainda dominam a produção de semicondutores de alta tecnologia”, avaliou.
O professor acrescentou que o governo chinês tem investido pesado no setor, com mais de cem startups voltadas à produção de chips. “Não vejo a China tentando prejudicar as montadoras. Ela quer demonstrar sua força, mas não travar o mercado global. Os impactos, até o momento, são pontuais”, afirmou.
Durante a pandemia da Covid-19, o setor automotivo foi um dos mais afetados pela escassez de semicondutores. Martins acredita que as empresas aprenderam com aquela crise. “Na pandemia, houve uma interrupção total no fornecimento, o que paralisou a produção global. Agora, é diferente: não há falta de terras raras, e sim uma questão geopolítica”, explicou.
Segundo ele, desde então as montadoras têm buscado diversificar fornecedores. “Antes, a China oferecia preços muito baixos, o que levava as empresas a dependerem quase exclusivamente dela. A pandemia mostrou o risco disso. Agora, há uma pulverização das fontes de fornecimento, embora o processo ainda esteja em curso”, afirmou.
O especialista destacou que essa mudança tem custo. “Ao buscar novos fornecedores, as montadoras encaram aumento de despesas. Isso ajuda a explicar o encarecimento dos veículos nos últimos anos”, disse.
Questionado sobre o cenário nacional, Martins avaliou que o alerta da Anfavea é válido, mas ainda sem motivo para pânico. “No Brasil, vejo um alerta de médio prazo. No curtíssimo prazo, não há sinais de escassez. Nossas montadoras são europeias, americanas e asiáticas, e não há registro de paralisações iminentes”, afirmou.
Ele explicou que o risco maior depende de como a China vai conduzir sua política de exportações. “Se houver ampliação das restrições, pode haver impacto, mas não acredito que seja uma estratégia de longo prazo para um país que quer se consolidar como potência tecnológica mundial”, disse.
Martins reforçou que o principal ponto de atenção está nos fornecedores de motores e equipamentos que dependem de ímãs fabricados com terras raras. “Esse é um elo mais sensível da cadeia. Mas, por enquanto, o cenário brasileiro é de observação e não de emergência”, concluiu.
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