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Indústria de Goiás relata retração de 15% no comércio com os EUA e cobra ação diplomática contra tarifa de 50%

Publicado 17/07/2025 • 06:43 | Atualizado há 5 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Presidente da Fieg avalia que o impacto pode ser ainda maior se não houver uma ação diplomática efetiva e coordenada do governo brasileiro.
  • “Os impactos já são terríveis. A insegurança, às vezes, é pior do que a própria medida. Goiás já sente os efeitos nos setores exportadores. Cancelamentos e interrupções na produção estão acontecendo porque não se sabe o que vai acontecer a partir de agosto”, afirmou Rassi, em entrevista.

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) alertou nesta quarta-feira (16) que a tarifa de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos para produtos importados do Brasil já começa a provocar danos antes mesmo de entrar em vigor. Segundo o presidente em exercício da entidade, Flávio Rassi, a insegurança gerada pela medida levou à retração de 15% no fluxo comercial com os EUA e ao cancelamento de embarques. Ele avalia que o impacto pode ser ainda maior se não houver uma ação diplomática efetiva e coordenada do governo brasileiro.

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“Os impactos já são terríveis. A insegurança, às vezes, é pior do que a própria medida. Goiás já sente os efeitos nos setores exportadores. Cancelamentos e interrupções na produção estão acontecendo porque não se sabe o que vai acontecer a partir de agosto”, afirmou Rassi, em entrevista.

O dirigente defendeu que o Brasil atue de forma pragmática e técnica, deixando disputas ideológicas de lado. Para ele, o diálogo deve ser conduzido por canais diplomáticos oficiais, como o Itamaraty e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem liderado negociações com os Estados Unidos. “A gente precisa negociar. Deixar a questão ideológica de lado e entender que os Estados Unidos são clientes importantes. Não dá para discutir isso em rede social”, disse.

Queda nas exportações e risco de empregos

De acordo com nota técnica da Fieg, o comércio bilateral com os Estados Unidos já encolheu 15% nas últimas semanas. Rassi destacou que os empresários ainda tentam manter as operações acreditando numa reversão, mas que a instabilidade atrapalha decisões logísticas e operacionais, como encontrar novos mercados, adaptar embalagens e redesenhar cadeias de produção.

“Essa tarifa não tem lógica tributária nem comercial. E o maior problema é o tempo exíguo. A indústria precisa de previsibilidade para reorganizar seus meios de produção e buscar outros mercados”, afirmou.

A Fieg estima que cerca de 110 mil empregos qualificados estejam em risco no Brasil, com forte impacto sobre o setor industrial. “É onde mais dói. Vamos perder geração de valor, renda e arrecadação. A tarifa pode paralisar a produção industrial e fazer o Brasil retroceder em agregação de valor”, disse.

Pedido por prorrogação e resposta coordenada

O setor defende que o governo busque uma prorrogação de 90 dias no prazo para entrada em vigor da tarifa, atualmente previsto para 1º de agosto. Para Rassi, esse intervalo seria importante para que as equipes técnicas do Brasil e dos EUA analisem os impactos, proponham alternativas e construam possíveis acordos bilaterais para setores estratégicos.

“A prorrogação de 90 dias seria fundamental para um acordo mais racional. Precisamos de tempo para demonstrar os efeitos negativos da tarifa aos próprios EUA. Não é só o Brasil que perde: empresas americanas também são afetadas”, afirmou.

O presidente em exercício da Fieg elogiou a atuação do Itamaraty e de Alckmin, mas alertou para os riscos da politização do tema. “Não podemos permitir que essa questão vire espetáculo político. Isso aqui é sobre a vida de milhões de pessoas. O Brasil precisa ter projeto de Estado, não de governo. Internamente podemos divergir, mas para fora temos que agir unidos”, completou.

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