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‘Luz no fim do túnel’: analistas acreditam em possibilidade de acordo comercial com os Estados Unidos
Publicado 23/09/2025 • 22:05 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 23/09/2025 • 22:05 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (23) que vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana que vem. Durante discurso na 80ª Assembleia-Geral da ONU, ele relatou ter se encontrado rapidamente com Lula nos bastidores e ter combinado o encontro.
“Ele parece ser um homem muito bom, e eu só faço negócio com gente que eu gosto”, disse o líder dos EUA, surpreendendo a plateia. Ele ainda destacou que teve “uma química excelente” com o presidente brasileiro, “que pareceu um cara muito agradável”.
Os elogios de Trump a Lula, feitos em plena Assembleia-Geral da ONU, derrubaram a cotação do dólar e impulsionaram o Ibovespa B3 à máxima histórica. A reação imediata foi recebida no Palácio do Planalto como uma boa surpresa.
Também na Assembleia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a regulação das big techs é essencial para impedir que a internet se transforme em uma “terra sem lei”. Segundo ele, o ambiente digital pode trazer benefícios sociais, mas também representa ameaças à democracia, à saúde e à vida das pessoas.
O analista do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC Eduardo Gayer apontou que os elogios de Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrubaram a cotação do dólar e potencializaram o Ibovespa B3 à máxima histórica na terça-feira. A reação imediata foi recebida no Palácio do Planalto como uma boa surpresa.
Passada a euforia inicial, porém, auxiliares de Lula pregam cautela quanto aos próximos passos, especialmente em relação à conversa direta entre os dois chefes de Estado. O Planalto quer evitar que o brasileiro enfrente situação semelhante à vivida pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que, em maio, foi constrangido durante encontro presencial na Casa Branca.
Para blindar Lula desse risco, a orientação é que a reunião com Trump ocorra de forma virtual, com cada líder em seu gabinete, em um ambiente considerado mais neutro e controlado.
Significado político
O analista do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC Marcelo Torres explicou que, ao não mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro em seu discurso, Trump poderia estar ignorando o caso, o que seria uma derrota para a família Bolsonaro, que conta com o apoio dos Estados Unidos durante o julgamento. Ele afirma que a tendência de conversa entre Brasil e EUA é um enfraquecimento para a causa do ex-presidente.
Sobre a possibilidade de resolução do tarifaço, Torres afirma que havia “escuridão total” — sem diálogo e sem portas abertas. Agora, há “uma janelinha”, que não se sabe no que vai resultar, mas que pode representar luz no fim do túnel para um acordo.
A repercussão do possível encontro não ficou restrita à política: os mercados brasileiros reagiram, e o Ibovespa B3 fechou em nível recorde no pregão de terça-feira. Sobre a reação e as possíveis consequências econômicas, Bruna Allemann, head de Investimentos da Nomos, disse que o movimento pode ter sido um “catalisador”, em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Apesar disso, e de sinais positivos para o Brasil — como o corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos —, ela afirma que ainda não é possível prever se os mercados permanecerão assim.
“A gente sabe que o cenário com Trump carrega incerteza. No próprio discurso, ele trouxe pontos negativos em relação ao Brasil e críticas duras, mesmo com o quadro positivo. Ao mesmo tempo, o corte de juros do Fed e essa reaproximação acabam trazendo algum capital para emergentes como o Brasil, sinalizando uma trégua”, disse.
Para a discussão entre Lula e Trump, Allemann afirma que a “moeda de troca” do Brasil na mesa de negociação são as terras raras, commodity de interesse dos EUA, que pode tornar o país um ponto de extração e parceiro relevante.
Porém, ela pondera que “o Brasil, sozinho, nessa negociação não tem peso tão relevante” para grandes reversões. Um conjunto de fatores — como o corte de juros do Fed e a queda do dólar em emergentes — pode contribuir para as tratativas, “já que é isso o que Trump quer para um alívio fiscal em seu país”.
Sobre um possível exagero na reação dos mercados, diante de não haver negociação formal por enquanto, Allemann diz que o que ocorreu foi “uma movimentação devido às incertezas que vinham se acumulando”. Ainda assim, mesmo com choques positivos ou negativos de notícia, “os investidores mantêm uma lógica baseada no que deve acontecer”.
“O mercado financeiro sempre se antecipa; essa volatilidade já vinha sendo considerada por N fatores nas últimas semanas. Ou seja, esse encontro não aconteceu do dia para a noite — estava relativamente premeditado”, explicou.
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