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Mercado reage com cautela à fala de Lula sobre Trump e tarifas dos EUA, aponta analista
Publicado 06/08/2025 • 17:55 | Atualizado há 17 horas
Publicado 06/08/2025 • 17:55 | Atualizado há 17 horas
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Apesar das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à forma como os Estados Unidos impuseram tarifas de até 50% a produtos brasileiros, o mercado financeiro reagiu com relativa estabilidade nesta quarta-feira (6). O Ibovespa fechou em alta de 1,04%, aos 134.537 pontos, impulsionado principalmente por balanços corporativos positivos e pelo otimismo internacional com possível corte de juros nos EUA.
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o analista Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, disse que as declarações de Lula pouco impactaram o pregão desta quarta-feira, justamente porque a expectativa de uma solução política direta entre os dois líderes já era baixa.
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Durante entrevista à agência Reuters, Lula afirmou que não pretende ligar para o ex-presidente Donald Trump, responsável pelo decreto tarifário, e classificou a atitude da Casa Branca como “intromissão inaceitável”. Segundo ele, “não existe outro dono do Brasil a não ser o povo brasileiro”.
“Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele mandou e nas decisões, ele não fala em negociação. O que ele faz é nova de ameaça. E eu não vou agir como ele”, disse Lula, afirmando ainda que Trump age como se pudesse ditar regras ao Brasil.
“Acho que a expectativa do mercado hoje é muito baixa de que haja algum tipo de caminho diplomático ou acordo político entre Lula e Trump, dadas as visões de mundo completamente antagônicas dos dois”, afirmou Corleta em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Apesar da ausência de danos imediatos ao índice Ibovespa, Corleta aponta que a postura do presidente contrasta com os esforços diplomáticos de membros do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Hoje o Haddad celebrou o agendamento de uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, o que é positivo. Mas Lula adota uma linha mais dura. Isso cria uma dissonância dentro do governo.”
Além da retórica política, o mercado segue atento ao plano de contingência que será apresentado por Haddad ao presidente Lula. A proposta inclui crédito subsidiado e compras governamentais para apoiar os setores mais afetados pelas tarifas.
Corleta alerta para os riscos fiscais envolvidos:
“Se forem usados recursos do Tesouro de forma expressiva, e se houver tentativa de excluir essas compras do arcabouço fiscal, isso pode gerar um mal-estar importante. Além disso, um volume alto de crédito subsidiado pode interferir nas expectativas sobre a taxa Selic, complicando o trabalho do Banco Central.”
Apesar do discurso mais firme de Lula, o analista considera que possíveis avanços nas negociações no segundo escalão – como a reunião de Haddad com Scott Bassett, secretário do Tesouro norte-americano – podem abrir margem para algum acordo setorial.
“É uma relação comercial complexa. Talvez o segundo escalão consiga se conversar e chegar a termos pontuais. Isso pode ser positivo para determinados setores, mas não muda o cenário macro de forma significativa.”
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