“O BC começa a analisar formalmente o negócio”, diz presidente do BRB sobre compra do Master
Publicado 31/03/2025 • 20:34 | Atualizado há 2 meses
Publicado 31/03/2025 • 20:34 | Atualizado há 2 meses
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Em uma movimentação que pode redefinir a dinâmica do sistema financeiro brasileiro, o Banco de Brasília (BRB) anunciou a aquisição de 58% do Banco Master por cerca de R$ 2 bilhões. A operação, que ainda depende da aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), representa um passo ousado na estratégia de crescimento nacional do BRB.
Em entrevista exclusiva à jornalista Cristiane Pelajo, para o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, destacou que a operação foi tema central de uma reunião realizada recentemente com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central. “Foi um encontro muito positivo. Apresentamos a documentação oficial e iniciamos o processo de avaliação institucional da operação. A partir de agora, o Banco Central começa a analisar formalmente o negócio”, afirmou.
A escolha pelo Banco Master se insere na revisão do planejamento estratégico do BRB, feita em 2019, com o objetivo de transformar o banco regional numa instituição de alcance nacional, diversificada e competitiva. “Já avançamos em várias frentes do varejo, como crédito imobiliário, rural, cartões e investimentos. O Master nos ajuda a crescer em segmentos em que ainda não temos força, como atacado, mercado de capitais e câmbio”, explicou Costa.
Segundo ele, há uma complementaridade clara entre os dois bancos. Enquanto o BRB atua principalmente no Centro-Oeste, com mais de mil pontos físicos de atendimento em 20 estados, o Banco Master tem presença consolidada no Nordeste e Sudeste, além de operar fortemente no atacado. A aquisição inclui também o Willbank, banco digital do grupo Master, que agrega quase 4 milhões de clientes digitais ao ecossistema do BRB.
Ao ser questionado sobre os riscos da operação, especialmente diante da reputação do Banco Master por práticas mais agressivas — como emissão de CDBs com juros acima da média e ativos considerados problemáticos, como precatórios — o presidente foi enfático: “Esses ativos estão fora do escopo. Não fazem parte do perímetro da operação e serão retirados da estrutura do Master antes do fechamento.”
Costa afirmou que os CDBs existentes serão naturalmente substituídos ao longo do tempo por fontes de captação mais baratas e alinhadas ao padrão do BRB e dos grandes bancos do país.
O executivo projeta que, com a consolidação da operação, o novo grupo se tornará o 9º maior banco do Brasil em carteira de crédito, com uma base de mais de 15 milhões de clientes. “Estamos estruturando um banco completo, com capacidade de oferecer todos os produtos e serviços financeiros necessários, com taxas competitivas e atendimento diferenciado”, destacou.
Além dos benefícios para clientes e acionistas, Costa reforça que a operação tem impacto direto no Distrito Federal, controlador do BRB. A rentabilidade aumentada do banco deverá gerar mais dividendos e, consequentemente, mais recursos para obras e investimentos públicos.
A reunião com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, simboliza o início da fase mais decisiva da transação: a análise regulatória. Embora o BRB não tenha estipulado um prazo definitivo para o fechamento, a expectativa é de que, uma vez superadas as etapas regulatórias, a operação transforme a instituição em um dos principais players do setor bancário brasileiro.
“Esse é um banco que nasce com musculatura, com foco no cliente e na competitividade. Um banco que representa o futuro do sistema financeiro nacional”, concluiu.
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