As avaliações negativas do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguem em patamares altos e estáveis no primeiro semestre de 2025, mostraram duas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira (12), pela Ipsos-Ipec e pelo Datafolha.
A pesquisa Ipsos, realizada em junho com 2.000 eleitores em 132 municípios, indica que 43% dos brasileiros avalia a administração de Lula como “ruim ou péssima” — um aumento de dois pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, realizado em março.
A aprovação da gestão caiu de 27% para 25%, e 55% desaprovam a forma como o presidente governa, percentual que se manteve estável desde março.
Pior resultado em três mandatos
Além disso, 58% da população afirma não confiar no presidente, número que também se manteve semelhante ao resultado do levantamento anterior. A diretora da Ipsos-Ipec, Márcia Cavallari, destacou que “esse é o pior resultado obtido por Lula em seus três mandatos”, ressaltando a dificuldade em recuperar a popularidade até o momento.
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Datafolha reforça cenário
Os dados do Datafolha, que também divulgou a pesquisa nesta quinta-feira, reforçam esse cenário.
A pesquisa, realizada entre os dias 10 e 11 de junho com 2.004 eleitores em 136 municípios, aponta que 40% dos brasileiros classificam o governo Lula como “ruim ou péssimo”, número que oscilou dois pontos para mais em relação ao levantamento de abril, mas dentro da margem de erro.
Já os que consideram a gestão “ótima ou boa” somam 28%, uma leve queda em comparação aos 29% registrados no mês anterior. No quesito aprovação, 50% dos entrevistados desaprovam o governo, enquanto 46% aprovam.
O estudo também destaca que a queda na popularidade tem relação com episódios recentes, como o escândalo de fraudes nos descontos para aposentados pelo INSS, que impactou negativamente a imagem da gestão após uma breve melhora em abril.
Perfis e tendências
Ambas as pesquisas identificam variações no apoio e na desaprovação conforme segmentos demográficos. A aprovação é mais forte entre eleitores que votaram em Lula em 2022, moradores do Nordeste, pessoas com menor escolaridade e renda, e em municípios menores.
Por outro lado, a desaprovação predomina entre eleitores que votaram em Jair Bolsonaro, pessoas com maior renda e escolaridade, evangélicos, homens e moradores das regiões Norte e Centro-Oeste.
A confiança no presidente também é maior entre grupos que avaliam positivamente seu governo e menor entre os que desaprovam a administração, com destaque para a desconfiança expressiva entre os jovens de 25 a 44 anos.
Contexto político e desafios
O cenário de popularidade de Lula em 2025 reflete desafios acumulados desde o início de seu terceiro mandato, quando a aprovação à sua forma de governar já registrava queda significativa.
Problemas como a “crise do Pix”, a alta dos preços dos alimentos e os recentes escândalos contribuíram para a deterioração da imagem do governo diante da opinião pública.
Especialistas apontam que, além da necessidade de respostas efetivas para os problemas econômicos e sociais, o governo enfrenta o desafio de recuperar a confiança e melhorar sua comunicação com a população para reverter os índices negativos.
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