Pesquisa revela desgaste entre Lula e Câmara e aponta dificuldade na articulação política

A pesquisa Genial/Quaest com 203 deputados federais, divulgada nesta quarta-feira (2), revela que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta dificuldades na articulação política com o Congresso e encontra resistência para avançar sua agenda legislativa. O levantamento ouviu cerca de 40% da Câmara dos Deputados entre os dias 7 de maio e 30 de junho.

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Segundo os dados, 46% dos parlamentares avaliam o governo Lula de forma negativa, enquanto 27% o classificam positivamente e 24% o consideram regular. Apenas 32% dos deputados se identificam como governistas, mesmo percentual dos que se dizem de oposição. Outros 27% se declaram independentes, o que evidencia um cenário de fragmentação.

Expectativa negativa para a agenda do governo

A maioria dos parlamentares acredita que o governo terá dificuldade para aprovar propostas relevantes no Congresso. Apenas 12% esperam que Lula consiga aprovar a maior parte da sua agenda, enquanto 62% avaliam que poucas propostas devem avançar e 18% acreditam que quase nada será aprovado. Quando questionados sobre a capacidade do governo em aprovar as pautas da própria Câmara, 57% consideram as chances pequenas, contra 36% que enxergam possibilidade de êxito.

Falta de articulação e baixa responsividade

A pesquisa também aponta para a falta de coordenação entre o Executivo e sua base aliada. Parlamentares relatam desorganização e incerteza na estratégia política do governo. Embora 84% tenham sido recebidos por algum ministro, apenas 43% afirmam que seus pedidos foram atendidos. 30% dizem que não obtiveram retorno, 16% não foram recebidos, e 69% consideram que o governo dá menos atenção do que deveria ao Parlamento.

Perfil político e institucional

O levantamento revela uma Câmara majoritariamente conservadora: 45% dos deputados se identificam como de direita, 25% como de centro, e 21% como de esquerda. A gestão do presidente da Casa, Hugo Motta, é bem avaliada por 68% dos parlamentares.

Já em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), 48% avaliam negativamente a atuação da Corte, enquanto 27% têm visão positiva e 18% a consideram regular. O número reforça a percepção de tensão entre os Poderes e a possibilidade de avanço em pautas que propõem contenção de poderes, como a discussão sobre impeachment de ministros.

Eleições de 2026 e principais preocupações

Metade dos deputados aponta um nome da oposição como favorito para a eleição presidencial de 2026. 35% apoiam Lula ou algum candidato governista, enquanto 15% não têm opinião formada. Entre os nomes mais citados pela oposição estão Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Michelle Bolsonaro. A inelegibilidade de Jair Bolsonaro também impacta o cenário, com parte dos deputados defendendo que ele atue como cabo eleitoral.

Em relação às principais preocupações do país, 31% apontam a economia, 23% a violência e 16% a corrupção. Outros temas como saúde, educação e questões sociais aparecem em proporções menores.

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henrique.almeida

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