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PGR: Braga Netto tentava obter informações sobre delação de Cid e entregou dinheiro para golpe em sacola de vinho

Publicado 14/12/2024 • 11:29

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão do general Walter Souza Braga Netto, alegando que ele e seu assessor, coronel Flávio Botelho Peregrino, interferiram em investigações da Polícia Federal e acessaram dados sigilosos da delação de Mauro Cid.
  • A PGR aponta também o envolvimento de Braga Netto na organização de uma reunião em sua casa, em novembro de 2022, onde foi planejada uma tentativa de golpe de Estado, com esforços para convencer comandantes militares a aderirem ao plano.
  • O documento apreendido pela Polícia Federal reforça as suspeitas, mencionando conteúdo da delação de Mauro Cid e outras ações de obstrução realizadas por Braga Netto e Peregrino.

Na representação da Procuradoria-Geral da República em que foi solicitada a prisão do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), afirma-se que foi encontrado um documento com informações a respeito da delação de Mauro Cid. O general foi preso pela acusação de obstruir a Justiça.

Em nota, a defesa de Braga Netto afirmou que se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos e que terá “a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações”.

O texto da PGR também afirma que Mauro Cid relatou ao STF que Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho para um tenente-coronel operacionalizar o golpe (veja mais abaixo).

Na manhã deste sábado (14), a Polícia Federal prendeu o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL). A operação contou com o apoio do Exército.

Segundo o texto da PGR, o documento foi encontrado na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, um assessor de Braga Netto que era funcionário do PL.

O documento tem perguntas e respostas sobre o acordo de delação de Mauro Cid.

Esse documento tem uma menção ao conteúdo da delação de Cid –por exemplo, afirma-se que “perguntaram muito do general Mario” (uma referência ao general Mario Fernandes, que foi preso em uma operação anterior da PF).

A PGR também diz que Braga Netto já tentou interferir em outras ações da PF, citando uma conversa com o pai de Mauro Cid.

“Prováveis responsáveis por interferir”

Segundo a representação da PGR, Braga Netto e Flávio Botelho Peregrino são “prováveis responsáveis por interferir na investigação, notadamente a partir de ações voltadas à obtenção de dados sigilosos fornecidos pelo colaborador Mauro Cid à Polícia Federal”.

O texto também afirma que os dois também participaram da tentativa de golpe de Estado, “inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução das investigações”.

Na sua manifestação, a PGR afirma também que houve uma reunião na casa de Braga Netto em 12 de novembro de 2022 na qual foi planejada a tentativa de golpe.

Também é citada a tentativa de Braga Netto de convencer os comandantes da Aeronáutica e do Exército de aderir ao plano.

Dinheiro em sacola de vinho

A PGR também afirma que Mauro Cid declarou ao Supremo que no fim do mandato de Bolsonaro, o general Braga Netto se encontrou com o tenente-coronel Rafael de Oliveira no Palácio do Planalto e entregou “o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”.

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