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Alexandre de Moraes abre votação do julgamento de Bolsonaro no Supremo: o que teme o mercado?

Publicado 08/09/2025 • 20:00 | Atualizado há 2 meses

KEY POINTS

  • TF julga Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado entre terça e sexta-feira.
  • Condenação pode superar 30 anos de prisão, mas prisão imediata não é automática.
  • Mercado teme impactos na relação com os EUA, dólar mais forte e pressão sobre inflação.

Investidores e analistas financeiros acompanham com cautela a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para esta terça-feira (9), com o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, lendo seu voto a partir das 9h. A decisão final, porém é aguardada para sexta-feira (12).

Mercado

Os agentes do mercado não poderão alegar “surpresa” diante de uma condenação. Bolsonaro fora da disputa eleitoral de 2026 já é dado como “favas contadas” desde a decisão do TSE que o tornou inelegível. O temor, no entanto, é que o desfecho do caso possa extrapolar o campo político e trazer efeitos imediatos sobre câmbio, juros e Bolsa de Valores.

Para analistas, o julgamento aumenta a incerteza no cenário econômico. Adriana Ricci, fundadora da SHS Investimentos, afirma que a expectativa de instabilidade política pode mexer diretamente no câmbio.

“O investidor é movido pela confiança. O risco de atrito com os Estados Unidos pode fortalecer o dólar e aumentar a volatilidade da Bolsa”, disse. Segundo ela, a valorização da moeda americana encarece importados, pressiona a inflação e pode alterar expectativas sobre juros. “Isso chega até o consumidor. Combustíveis, crédito e viagens internacionais são alguns dos itens que podem ficar mais caros.”

‘Risco diplomático’

O tema ganha relevância extra porque Donald Trump, ao anunciar em julho tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mencionou Bolsonaro como alvo de perseguição política. Especialistas temem que uma eventual condenação abra espaço para novas medidas retaliatórias dos EUA, como sanções a instituições financeiras brasileiras e restrições comerciais.

Para o economista André Perfeito, é certo que Trump irá endurecer as sanções contra o Brasil. “Não tem muito o que dizer, apenas lembrar que caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja condenado – e tudo indica que sim – Trump irá retaliar o Brasil. Não podemos saber o que irá fazer, mas deve fazer pois uma vez que não faça aí que ele perde sua ‘alavancagem’ sobre o Brasil e o mundo vai acabar acreditando que realmente TACO (a expressão Trump Always Chickens Out – ou Trump sempre amarela) faz sentido”, disse.

“Caso não retalie o Brasil acho que devemos redobrar a nossa atenção, tudo vai ficar pendurado na negociação com a China e se Trump perder essa frente virá com tudo sobre o Brasil”, completou.

Esperança por anistia?

É o que avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos: “A condenação é dada como certa tanto pela esquerda quanto pela direita. O peso das manifestações bolsonaristas indica que o julgamento caminha nesse sentido. Isso aumenta a percepção de risco diplomático”, comentou.

Para a Ajax Asset Management, o tom adotado por aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mostra que a anistia já entrou na pauta e que Bolsonaro dificilmente terá espaço político sem esse tipo de articulação.

Erich Decat, analista da Warren Investimentos, diz o movimento de alguns setores do Centrão de apoiar o PL na questão da anistia aos envolvidos na trama golpista, tem a ver com uma mudança de estratégia, que até então, era a de ver Bolsonaro perder seu capital político e ficar isolado.

Segundo Decat, o Centrão planeja assim abrir caminho para Tarcísio de Freitas não ter que estar em choque com parte do Judiciário em um ano eleitoral. “A anistia seria também uma moeda de troca com Bolsonaro para ele apoiar Tarcísio, numa eventual campanha presidencial”, disse.

Lembrando que, mesmo com uma possível anistia, Bolsonaro permanece inelegível, mas livre de uma possível prisão.

Punhal

Bolsonaro e outros sete aliados respondem por participação em uma tentativa de golpe de Estado. A denúncia envolve o plano “Punhal Verde e Amarelo” — que previa sequestros e assassinatos de autoridades — e a chamada “minuta do golpe”, documento que poderia ser usado para decretar estado de sítio e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.

Os réus são: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Mauro Cid.

Julgamento

Depois da leitura de Moraes, os demais integrantes da Turma vão proferir seus votos. A sequência será: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação ou absolvição vai ocorrer com o voto de pelo menos três dos cinco integrantes da Turma. A expectativa é que o voto de Moraes dure toda a manhã de hoje e que o voto de Dino seja feito na parte da tarde. Os votos dos demais ministros devem ficar para os dias seguintes.

Caso algum ministro peça vista, o julgamento será interrompido e retomado em 90 dias. Se houver condenação, a prisão pode não ser imediata. As defesas ainda têm direito a recursos, e se o placar terminar em 3 a 2 com votos pela absolvição, o caso poderá ser levado ao plenário.

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