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Relatório da FGV aponta que Congresso deve assumir contenção de gastos para não colapsar economia
Publicado 30/06/2025 • 08:28 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 30/06/2025 • 08:28 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
FGV aponta que Congresso deve pautar temas estruturantes ao país.
Congresso Nacional
Em sua quarta edição — a segunda de 2025 —, o Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV) traz um mapa macroeconômico que auxilia o segmento varejista a pautar seus passos. E coloca o dedo na ferida. “Hora de o Congresso Nacional endereçar as imprescindíveis reformas estruturais no gasto público”, afirmou o autor do relatório, o economista Ricardo Meirelles de Faria.
Para ele, sem a redução de subsídios tributários, sem a isonomia tributária e sem o fim do que chama de “mirabolantes privilégios” de parte do funcionalismo público, irá ocorrer em um futuro muito próximo o “colapso da gestão pública, do equilíbrio econômico e da efetividade do controle monetário do país”.
Meirelles de Faria é professor da Fundação Getulio Vargas-SP, sócio-diretor da Linus Galena Consultoria Econômica e colunista da Agência de Notícias DC NEWS. O ITCV é produzido sob o Centro de Excelência em Varejo da FGV (FGVcev), coordenado por Maurício Morgado.
Na edição de junho, o relatório aponta para problemas domésticos e externos. No front externo, chama a atenção para a solvência da dívida pública norte-americana, que se “mostrará como foco central de atenção e volatilidade global” ao longo dos próximos anos. E, como cita Meirelles, “uma crise leva muito tempo para ser gestada, mas quando se manifesta, o faz de forma repentina”. No campo interno, outra encrenca das grandes a caminho.
Para ele, as notícias mais recentes de Brasília são uma tragédia anunciada. “Fica claro que Executivo e Legislativo, tendo o Judiciário feliz com tal letargia, não buscarão (até as eleições) um ajuste estrutural nas contas públicas”, afirmou. “Até a mudança de governo, será empurrado com a barriga. Deixarão o meteoro para 2027!”
Meirelles cita Werner Baer (1931-2016), economista e brasilianista, que afirmava que os diferentes governos brasileiros nunca conseguiram decidir, explicitamente, quais grupos econômicos iriam suportar o peso do financiamento dos programas governamentais e da busca por estabilização fiscal. O professor da FGV diz que “o cobertor é curto para um corpo grande demais, e nos encaminha para uma pneumonia”.
Para ele, isso decorre dos inúmeros lobbies existentes, cada um buscando um naco dos dois quintos de renda orbitando ao redor do setor público. A lista é longa.
O autor do ITCV enumera: não queremos aumento do IOF, fim de alguns títulos isentos de imposto, redução dos subsídios fiscais, enquadrar os super salários no teto constitucional, reformar a Previdência que ele chama de nababesca dos militares e de alguns setores do funcionalismo público, desvincular salário mínimo e previdência, isonomia fiscal da renda… “Nenhum de nós se vê responsável pelo tamanho do cobertor.”
Na avaliação de Meirelles, Fernando Haddad buscará entregar, em 2025 e 2026, “tão somente o limite inferior da meta fiscal, o déficit de 0,25% do PIB”. O que leva a outro problema, bem conhecido pelos brasileiros, que é a grande descoordenação entre a política fiscal e a monetária.
Com a política fiscal pouco comedida numa ponta, a política monetária restritiva perde em grande medida sua força. Segundo o autor do relatório, isso gera três graves efeitos colaterais.
O primeiro é não trazer as expectativas inflacionárias para a meta. Também é incapaz de estabilizar a dívida pública. Por último, gera um efeito desastroso e assimétrico aos balanços das empresas. “Para o varejo, um dos setores mais competitivos da economia, de margens bastante reduzidas, o efeito é deletério.”
O ITCV-FGVcev se baseia em dados das Contas Nacionais do primeiro trimestre de 2025, com crescimento do PIB puxado pela safra recorde do setor agropecuário, dados da PNAD e resultados do comércio varejista (ambos de abril), divulgados pela PMC-IBGE.
A partir daí faz projeções para os próximos 18 meses por meio de uma média ponderada das principais variáveis macroeconômicas que influenciam o setor varejista — evolução da massa de renda das famílias, crédito à pessoa física (deflacionado pelo IPCA), confiança dos consumidores (indicador produzido pelo FGV-Ibre) e, por fim, pelo nível de endividamento das famílias.
O relatório ainda traz, a partir desse cenário político-econômico e dados setoriais, projeções segmentadas para o varejo restrito e ampliado. Confira a seguir.
Varejo Restrito
2021: +1,4%
2022: +1,0%
2023: +1,7%
2024: +4,1%
Projeção 2025: +2,2%
Projeção 2026: +1,0%
Varejo Ampliado (inclui Construção, Veículos, Partes & Peças)
2021: +4,5%
2022: -0,6%
2023: +2,3%
2024: +3,7%
Projeção 2025: +1,1%
Projeção 2026: -0,4%
Artigos Farmacêuticos & afins
2021: +9,8%
2022: +6,3%
2023: +4,6%
2024: +7,4%
Projeção 2025: +4,2%
Projeção 2026: +4,9%
Combustíveis & Lubrificantes
2021: +0,3%
2022: +16,6%
2023: +3,9%
2024: -1,6%
Projeção 2025: -2,1%
Projeção 2026: -0,5%
Equipamentos & Materiais de Escritório, Informática e Comunicação
2021: -2,0%
2022: +1,7%
2023: +2,0%
2024: +0,7%
Projeção 2025: -2,2%
Projeção 2026: -0,7%
Hiper/Supermercados, Alimentos, Bebidas e Fumo
2021: -2,6%
2022: +1,4%
2023: +3,7%
2024: +4,6%
Projeção 2025: +1,5%
Projeção 2026: +0,1%
Só Hiper/Supermercados
2021: -2,4%
2022: +1,5%
2023: +4,0%
2024: +5,2%
Projeção 2025: +1,90%
Projeção 2026: +0,20%
Livros, Jornais, Revistas e Papelaria
2021: -16,8%
2022: +14,8%
2023: -4,6%
2024: -7,7%
Projeção 2025: -6,0%
Projeção 2026: -8,2%
Móveis & Eletrodomésticos
2021: -7,0%
2022: -6,7%
2023: +2,1%
2024: +4,1%
Projeção 2025: +2,7%
Projeção 2026: -1,7%
Tecidos, Vestuário & Calçados
2021: +13,7%
2022: -0,5%
2023: -4,6%
2024: +2,9%
Projeção 2025: +1,0%
Projeção 2026: -5,7%
Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico
2021: +12,7%
2022: -8,4%
2023: -10,8%
2024: +7,1%
Projeção 2025: +5,1%
Projeção 2026: +0,9%
Autos, Motos, Partes & Peças
2021: +14,9%
2022: -1,7%
2023: +8,4%
2024: +11,6%
Projeção 2025: -1,3%
Projeção 2026: -0,5%
Material de Construção
2021: +4,4%
2022: -8,7%
2023: -1,8%
2024: +4,8%
Projeção 2025: +1,1%
Projeção 2026: -1,7%
PIB
2021: +4,8%
2022: +3,0%
2023: +3,2%
2024: +3,4%
Projeção 2025: +2,3%
Projeção 2026: +2,3%
Consumo das Famílias
2021: +3,0%
2022: +4,1%
2023: +3,2%
2024: +4,8%
Projeção 2025: +3,0%
Projeção 2026: +3,1%
Gastos do Governo
2021: +4,2%
2022: +2,1%
2023: +3,8%
2024: +1,9%
Projeção 2025: +1,9%
Projeção 2026: +1,2%
Comércio
2021: +4,5%
2022: +0,9%
2023: +0,8%
2024: +3,8%
Projeção 2025: +2,0%
Projeção 2026: +1,6%
Serviços
2021: +4,8%
2022: +4,3%
2023: +2,8%
2024: +3,7%
Projeção 2025: +2,2%
Projeção 2026: +2,6%
Desemprego
2021: 11,1%
2022: 7,9%
2023: 7,4%
2024: 6,2%
Projeção 2025: 6,1%
Projeção 2026: 6,0%
Renda (variação anual)
2021: -1,8%
2022: +12,8%
2023: +5,0%
2024: +7,4%
Projeção 2025: +3,2%
Projeção 2026: +1,4%
Crédito (Pessoa Física, deflacionado)
2021: base 100
2022: +11,2%
2023: +5,6%
2024: +7,3%
Projeção 2025: +6,2%
Projeção 2026: +5,5%
Endividamento (% da Renda Bruta das Famílias)
2021: 49,4%
2022: 49,0%
2023: 47,4%
2024: 48,4%
Projeção 2025: 48,8%
Projeção 2026: 48,0%
Inadimplência
2021: 3,0%
2022: 3,9%
2023: 3,7%
2024: 3,5%
Projeção 2025: 4,0%
Projeção 2026: 3,7%
Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV)
(Previsão de crescimento para o varejo em 2025)
ITCV (relatório 4, jun2025): +1,10%
ITCV (relatório 3, abr2025): +3,03%
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