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Resistência de França e Itália mantém Mercosul-UE na corda bamba
Publicado 19/12/2025 • 22:33 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 19/12/2025 • 22:33 | Atualizado há 2 horas
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Reprodução/Portal Gov
Acordo UE-Mercosul
A União Europeia adiou para janeiro a assinatura do acordo comercial com o Mercosul após uma rodada de negociações tensa entre os 27 países do bloco, em meio à pressão de França e Itália por salvaguardas mais robustas para agricultores. O tema dominou a cúpula europeia e derrubou o plano da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de viajar à América Latina para uma cerimônia em 20 de dezembro, que acabou cancelada.
O recuo expõe um impasse político que vai além do calendário. De um lado, Alemanha, Espanha e países nórdicos tratam o acordo como um instrumento de estratégia econômica e comercial, sobretudo em um contexto de endurecimento tarifário dos Estados Unidos e de busca por novas rotas de acesso a insumos e mercados. Do outro, Paris e Roma tentam impor condições adicionais para reduzir a percepção de que o agronegócio europeu ficaria mais exposto à concorrência de importações latino-americanas em preço e práticas de produção.
A posição italiana foi descrita como decisiva para o adiamento. A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou apoiar o acordo, mas condicionou o avanço a “respostas” concretas para produtores rurais italianos. Após uma ligação com Meloni, o presidente Lula afirmou ter ouvido que a aprovação poderia ocorrer “em 10 dias a um mês”, em um sinal de que janeiro está sendo tratado, em Bruxelas, como uma janela curta para costura política, e não como reabertura ampla do texto.
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O problema é que a matemática europeia é estreita. O acordo exige maioria qualificada para avançar, e há um grupo disposto a endurecer: França, Polônia e Hungria se colocam contra. Áustria e Bélgica indicaram que poderiam se abster. Já a Irlanda levantou preocupações sobre proteção a agricultores. Em um cenário assim, qualquer movimento de um país grande, como a Itália, altera o equilíbrio e reduz a margem de manobra da Comissão.
O adiamento também serve para acomodar uma disputa concreta sobre o “pacote” de proteções. A França insiste em mecanismos como as “cláusulas-espelho”, e defende que produtos do Mercosul cumpram padrões equivalentes aos europeus em temas como pesticidas, bem-estar animal e inspeções sanitárias.
Segundo a agência de notícias Reuters, instituições europeias discutiam salvaguardas e o aperto de alguns controles sobre importações agrícolas. Mas, para aliados de Meloni, o que está na mesa ainda não garante “competição em condições iguais”.
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Há, ainda, um risco político do lado sul-americano: apoiadores do acordo na Europa temem que a hesitação prolongada leve o Mercosul a desistir, depois de décadas de negociação. Lula subiu o tom ao reagir à resistência de França e Itália, dizendo que poderia não assinar o acordo enquanto for presidente e afirmando que o Brasil já cedeu “o que a diplomacia podia”. O governo brasileiro também lembra que o Mercosul negocia com outros parceiros, como Japão, Emirados Árabes Unidos, Índia e Canadá, o que aumenta a pressão por uma definição.
O problema agora é janeiro. A UE precisa fechar isso rápido — mas “fechar” significa convencer Meloni, acalmar Paris e não perder Berlim de vista. Nenhuma dessas peças se move sozinha. Do outro lado, Lula parece cansado, com um acordo que está pronto há um ano. E isso, janeiro vai deixar claro se resolve ou enterra de vez.
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