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Resort premiado vira alvo de críticas por referências à escravidão no Brasil
Publicado 26/12/2025 • 13:57 | Atualizado há 6 minutos
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Publicado 26/12/2025 • 13:57 | Atualizado há 6 minutos
KEY POINTS
O Kenoa Exclusive Beach & Spa Resort, reconhecido internacionalmente após receber uma Chave Michelin em outubro de 2025, passou a ser alvo de fortes críticas por seu conceito arquitetônico e estético, considerado por especialistas e hóspedes como problemático e insensível à história brasileira.
O empreendimento que, segundo críticos, incorpora referências diretas a um dos períodos mais sombrios do Brasil, a escravidão, pertence ao engenheiro português Pedro Marques, responsável por todo o projeto arquitetônico.
Entre os principais pontos levantados:


Funcionários do hotel, segundo hóspedes, fazem reclamações de forma reservada, demonstrando medo de represálias. Ainda assim, reconhecem a importância econômica do resort para a pequena cidade alagoana, destacando as oportunidades de emprego e renda geradas pelo empreendimento.
Comentários publicados em redes sociais e plataformas de avaliação mostram indignação e espanto. Alguns hóspedes compartilharam imagens comparativas, colocando lado a lado cenas do hotel e registros históricos do Brasil escravocrata, questionando como um empreendimento com esse conceito recebeu um selo internacional de excelência.
Até o momento, não houve posicionamento oficial público do hotel sobre as críticas.

O caso do Kenoa reacende um debate delicado e ainda pouco enfrentado no Brasil: até que ponto o luxo pode se apropriar de símbolos históricos sem reproduzir violências simbólicas?
O arquiteto Carlos Fernando Andrade, doutor pela FAU UFRJ e especialista em projetos de restauração, explica que a questão central não é um “limite formal” da arquitetura e decoração, mas sim o contexto e a intenção do uso desses símbolos:
“Não se trata de limite, mas de contexto. Você pode, e deve, preservar testemunhos de atos e períodos que não desejamos que se repitam. Há museus no mundo inteiro sobre a Inquisição, o Holocausto, a Diáspora, as ditaduras. Mas, nesses casos, nenhuma discussão estética se sobrepõe à denúncia.”
Segundo Andrade, fora de um contexto museológico ou educativo, o uso desses símbolos pode assumir outro significado: “Pense no uso da suástica. Em um museu sobre o nazismo, ela tem um sentido. Em uma passeata contra a imigração, tem outro.”
O arquiteto comenta também que não se pode demonizar materiais escolhidos para a construção. “Há milhares de obras contemporâneas de excelente arquitetura que utilizam materiais naturais [como as palhas]. O que me parece despropositado são as correntes.”
Ele lembra que correntes, isoladamente, podem ter usos funcionais ou históricos diversos, como em sistemas de drenagem ou no caso da chamada “área das correntes”, em Paraty,Rio de Janeiro, onde elas impedem o trânsito de veículos.
No entanto, Andrade aponta que o aspecto mais perturbador talvez não esteja apenas na arquitetura: “O hotel choca mais por manter claramente os serviços em padrões oitocentistas”.
A polêmica envolvendo o uso de imagens e símbolos ligados à escravidão em hotéis não é inédita no Brasil. Em 2019, integrantes da banda baiana Àttøøxxá foram surpreendidos ao chegar ao Dayrell Hotel & Centro de Convenções, em Belo Horizonte, onde se hospedariam durante a Virada Cultural.
Na ocasião, os músicos se depararam com uma decoração nos quartos composta por quadros que retratavam cenas da escravidão, o que gerou forte repercussão nas redes sociais. Questionada na época pela revista Marie Claire, a administração do hotel afirmou que a escolha dos itens tinha como objetivo a “conscientização histórica”.
O estabelecimento declarou que lamentava que alguns hóspedes tenham se sentido ofendidos com certas gravuras inspiradas na obra de Debret, originárias do antigo Hotel Del Rey e que os quadros “representam cenas de um Brasil colonial, com todas as características daquele tempo”.

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