Sistema financeiro internacional demonstra resiliência, diz ata do Comef
Publicado 04/06/2025 • 13:41 | Atualizado há 2 dias
Publicado 04/06/2025 • 13:41 | Atualizado há 2 dias
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Banco Central do Brasil.
Foto: Divulgação/Banco Central do Brasil
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central (BC) afirmou, na ata da sua reunião de maio, que o sistema financeiro internacional vem demonstrando resiliência, e que as expectativas sobre as trajetórias das políticas monetária e fiscal seguem relevantes, mas são acompanhadas de incerteza crescente em função dos efeitos líquidos do reposicionamento da política comercial.
“Em abril, essa incerteza se traduziu em maior volatilidade e reprecificações abruptas. Após um alívio temporário na imposição de tarifas, os preços dos ativos – com relevante exceção do dólar – retornaram a patamares próximos aos anteriormente observados”, diz a ata.
O Comef observou que, desde a última reunião, as condições financeiras internacionais ficaram menos restritivas. Nas economias avançadas, o impulso de crédito converge para a neutralidade, com o ritmo de expansão se alinhando ao crescimento da atividade econômica. “A liquidez segue em processo de contração ordenada, tanto nos balanços dos bancos centrais quanto nas reservas bancárias”, aponta.
Também foi observado que a maioria das jurisdições manteve inalterados seus buffers contracíclicos de capital e que muitas adotam a sistemática do buffer neutro positivo, “que consiste na manutenção de um nível mínimo de capital adicional contracíclico mesmo em períodos sem acúmulo significativo de riscos financeiros”.
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Ainda na ata, o Comef afirmou que o crédito amplo segue com forte crescimento, apesar de uma leve desaceleração na margem e considerando um ambiente marcado pela elevação da Selic, alto endividamento de famílias e empresas e incertezas no cenário externo que podem levar a reprecificação de ativos. “O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, diz a ata.
Na avaliação do crédito amplo, a conclusão é de que a materialização de risco para micro e pequenas empresas segue elevada, como ocorre historicamente. “Quanto às famílias, as modalidades de maior risco continuam crescendo em ritmo superior ao das modalidades de menor risco, observando-se ainda leve piora na qualidade das concessões de crédito consignado e de cartão de crédito. O comprometimento de renda e o endividamento das famílias permanecem elevados e em trajetória ascendente, especialmente entre as faixas de menor renda. O porcentual de endividados de risco no país apresentou uma leve tendência de crescimento nos últimos dezoito meses”, diz a ata.
O mercado de capitais também segue crescendo em ritmo superior ao do crédito bancário, ainda que tenha apresentado leve desaceleração. “Na visão do Comitê, esse cenário requer cautela e diligência adicionais no mercado de crédito”, alerta.
O Comef reafirma que “segue entendendo que políticas macroeconômicas que aumentem a previsibilidade fiscal, que reduzam os prêmios de risco e a volatilidade dos ativos contribuem para a estabilidade financeira e, consequentemente, melhoram a capacidade de pagamento dos agentes”.
Ainda de acordo com a ata do Comef, a política macroprudencial neutra segue adequada ao momento. A decisão foi de manter o ACCP Brasil em 0%.
“A decisão considerou as condições financeiras, os preços dos ativos e as expectativas quanto ao comportamento do mercado de crédito”, diz a ata.
O Comef está estudando a sistemática que estabelece um valor positivo para o ACCP e seja aplicável a períodos sem acúmulo significativo de riscos financeiros. “O objetivo é assegurar a existência de uma parcela de capital liberável, que amplie o espaço de atuação da política macroprudencial. Essa liberação auxiliaria as instituições financeiras a absorver perdas oriundas de reversão aguda do ciclo de crédito ou de valorização excessiva dos preços dos ativos, ou ainda de eventos inesperados, mitigando assim impactos adversos na oferta de crédito”, informa a ata.
O documento pontua que essa sistemática está sendo adotada por várias jurisdições, com implementação gradual e anúncios antecedentes. “Nas últimas reuniões, o Comef tem avaliado a experiência internacional na definição de um buffer positivo neutro e a considera positiva para a estabilidade financeira. O Comitê considera que o entendimento dessa sistemática alcançou um grau de maturidade que permite a deliberação sobre a sua adoção no futuro próximo”, aponta.
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