Tarifas dos EUA sobre aço e alumínio preocupam Brasil
Publicado 12/03/2025 • 10:31 | Atualizado há 11 horas
Publicado 12/03/2025 • 10:31 | Atualizado há 11 horas
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Pixabay
O presidente Donald Trump implementou novas tarifas sobre a importação de aço e alumínio, afetando países como China, Canadá e Brasil. A decisão gerou reações no cenário internacional e levanta dúvidas sobre o impacto para a economia brasileira.
Em entrevista exclusiva ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC — nesta quarta-feira (11), Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, analisou os efeitos da medida para o Brasil.
Ele explicou que a estratégia do governo norte-americano busca restringir importações e proteger a indústria local.
“A gente vê um cenário em que o Trump, antes de unir forças, quer medir forças. Essa é a estratégia do presidente na medida em que ele impõe taxas. E isso é importante que seja repetido: não estamos falando de aumentar impostos, estamos falando de manter os que já existem e trazer novos impostos. Ou seja, essa taxação extra de 25% e 50% é uma sobretaxa, uma taxa nova para segurar as importações de aço e alumínio”, afirmou Braga.
Segundo Braga, as medidas visam conter as exportações chinesas desses dois metais.
“Uma vez que a China exporta para o mundo todo, ela acaba beneficiando outros países que têm uma sobreoferta e passam a exportar mais para os Estados Unidos. Eles exportam bastante esses dois minérios da China, e isso nos permite ser o segundo maior exportador para os Estados Unidos. No que tange ao reflexo no Brasil, acredito que, comparado a outros países, os impactos são menores, embora saibamos da importância da Gerdau e de outras companhias que operam nos Estados Unidos”, completou Braga.
Ele acrescentou que, para mitigar impactos, o vice-presidente Geraldo Alckmin busca uma cota de exportação.
“Acho muito bem-vinda a iniciativa de buscar uma cota para que possamos continuar exportando pelo menos o volume que já exportamos, evitando que essa sobretaxa tenha um impacto muito grande. Mas outros setores também serão afetados, como o agronegócio, especialmente pivôs de irrigação, maquinário agrícola e a construção civil. São vários setores impactados porque, ao reduzirmos nossas exportações para os Estados Unidos, há uma entrada maior da China, o que retém a produção interna e ameniza esses impactos. A questão é: será que o Brasil, em relação a outros setores, terá uma superoferta desses dois metais, levando à redução dos preços e beneficiando outros setores? Essa é uma reflexão importante”, afirmou.
Sobre as possíveis reações do Brasil, Braga avaliou que as empresas podem buscar novos mercados.
“A reação automática das exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos será a busca por outros mercados, uma vez que a negociação política entre os dois países é muito difícil. Acredito que quem produz aço e alumínio no Brasil precisa considerar novas alternativas imediatamente, inclusive voltando-se para o mercado interno.”
Ele destacou ainda que a produção interna pode ser beneficiada. “Na medida em que o Brasil importa menos e mantém uma produção com um custo logístico menor, dificilmente as importações conseguirão competir com a produção interna em termos de preço. Por isso, vejo que, em vez de importar, o Brasil pode vender internamente, equilibrando o mercado e, de forma indireta, ajudando a conter a inflação”, finalizou Braga.
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