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Venda de aços planos cresce 4,7% em fevereiro, atingindo 321,8 mil toneladas

Publicado 20/03/2025 • 19:24 | Atualizado há 21 horas

Agência DCNews

KEY POINTS

  • As vendas de aços planos em fevereiro tiveram um crescimento de 4,7% em comparação com o mesmo mês de 2024, alcançando 321,8 mil toneladas, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda)
  • Em fevereiro de 2025, as compras de aços planos registraram um aumento de 7,8% em comparação com o mesmo mês de 2024, totalizando 346 mil toneladas contra 321 mil toneladas. Em relação a janeiro, as compras subiram 1,2% comparadas às 341,9 mil toneladas do primeiro mês de 2025.
  • Para março de 2025, a expectativa da rede associada é que as compras e vendas tenham um aumento de 3,8% em relação a fevereiro.
Siderúrgicas.

Siderúrgicas.

Unsplash.

As vendas de aços planos em fevereiro tiveram um crescimento de 4,7% em comparação com o mesmo mês de 2024, alcançando 321,8 mil toneladas, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (20). Em relação a janeiro, quando foram vendidas 320,3 mil toneladas, o aumento foi de 0,5%.

Em fevereiro de 2025, as compras de aços planos registraram um aumento de 7,8% em comparação com o mesmo mês de 2024, totalizando 346 mil toneladas contra 321 mil toneladas. Em relação a janeiro, as compras subiram 1,2% comparadas às 341,9 mil toneladas do primeiro mês de 2025.

Para Carlos Jorge Loureiro, presidente do Inda, as usinas brasileiras estão com uma boa demanda, apesar de o mercado ainda estar retraído e inundado pelo aço chinês. Ele destacou que, com os preços atuais, não é viável no curto prazo aumentar a produção ou elevar os preços. Loureiro também lembrou que a CSN tem comprado placas devido à parada de um de seus fornos.

Em termos absolutos, o estoque de dezembro teve um aumento de 2,3% em relação ao mês anterior, atingindo 1,05 milhão de toneladas. O giro de estoque fechou em 3,3 meses.

As importações encerraram o mês de fevereiro com um aumento de 8,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, totalizando 211,2 mil toneladas contra 241,5 mil. Em comparação com janeiro de 2025, quando as importações chegaram a 241,5 mil toneladas, houve uma queda de 12,5%. A China representou 80,5% das importações totais em fevereiro.

Para março de 2025, a expectativa da rede associada é que as compras e vendas tenham um aumento de 3,8% em relação a fevereiro.

Para 2025, a Ativa ainda vê com preocupação o elevado volume de importação de aço e a possível desaceleração da economia do país, o que pode impactar os volumes vendidos. A corretora destacou também que, no curto prazo, o fortalecimento das atuais medidas protetivas ou a criação de novas medidas antidumping ao aço chinês podem melhorar o cenário para o setor.

Antidumping e tarifas dos EUA

Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) reconheceu preliminarmente o dano causado à indústria nacional por importações de aços laminados a frio da China, mas recomendou que o caso siga sem a aplicação de direitos antidumping provisórios.

Em nota, o MDIC ressaltou que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) concluirá a investigação, ouvindo todas as partes e coletando os elementos necessários para seu julgamento, antes de recomendar ou não os direitos antidumping definitivos.

O presidente da Inda afirmou que a constatação do MDIC sobre o dumping chinês é importante, mas a falta de uma ação concreta para resolver o problema frustra as siderúrgicas nacionais. “O MDIC apenas confirmou o que todos já sabiam. Com o custo do minério e do carvão, é evidente que há dumping por parte do aço chinês”.

Impacto das tarifas dos EUA sobre o aço

Sobre as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre aços brasileiros, Loureiro não acredita que o setor de placas será negativamente impactado. “Há uma completa falta de placas nos EUA, por isso eles terão que continuar importando. O grande importador de placas nos EUA é a ArcelorMittal, e eu imagino que a matriz deva manter o mesmo volume de importação da sua filial brasileira. Já os produtos acabados devem sentir mais os efeitos das novas tarifas norte-americanas”, concluiu Loureiro.

Em nota, o MDIC informou que as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, uma relação de complementaridade mutuamente benéfica. O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão, aproximadamente R$ 6,24 bilhões) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, aproximadamente R$ 11,44 bilhões, representando 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana.

“À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos. Vamos avaliar todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, para contrabalançar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”.

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