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IPCA cai, mas o mérito é do Copom ou do câmbio?

Publicado 19/08/2025 • 18:08 | Atualizado há 2 horas

Alberto Ajzental

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Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

Doze quedas seguidas. Esse é o placar do IPCA projetado pelo Focus de 15/08/2025, divulgado ontem, que recuou para 4,95% no fim do ano.

Um número que desperta curiosidade: trata-se de efeito da política monetária, com juros a 15%, ou há outro segredo por trás dessa desaceleração?

Política monetária

O Banco Central fez sua parte: desde setembro de 2024, foram sete altas consecutivas da SELIC0,25%, 0,5% (três vezes), 1%, 0,5%, 0,25% — até estacionar nos atuais 15%. Os efeitos desse remédio amargo, no entanto, só costumam aparecer entre 6 e 18 meses.

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Restam três reuniões até dezembro (19/09, 05/11 e 10/12). O Copom promete “seguir vigilante” e “não hesitar em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Mas a inflação já cede antes do previsto.

O enigma do IGP-M

Mais surpreendente que o IPCA é a previsão do IGP-M: apenas 1,13% para 2025, na 14ª queda consecutiva.

Estruturado em 60% de preços no atacado (IPA), 30% de preços ao consumidor (IPC) e 10% de construção (INCC), o índice é volátil, sujeito às variações dos preços das commodities e do dólar, e costuma antecipar movimentos do IPCA. Sua queda reflete menos o esforço doméstico e mais o que vem de fora.

Linha do tempo da divergência

Os números recentes deixam o contraste ainda mais evidente:

Desde janeiro de 2024, enquanto o IPCA manteve relativa estabilidade, oscilando entre 3,7% e 5,5%, o IGP-M deu um salto até março e depois despencou para metade do nível em apenas quatro meses.

Essa virada no atacado costuma chegar ao varejo com defasagem, abrindo espaço para a desaceleração do IPCA no segundo semestre.

O câmbio como protagonista

Aqui está o “segredo” que ajuda a explicar a inflação mais comportada.

  • O dólar caiu de R$ 6,1840 para R$ 5,4368 no ano: -12,04%.
  • O DXY, índice que mede a força global da moeda americana, recuou de 109,209 para 98,017: -10,25%.

Assim, o real não se fortaleceu por méritos internos. Apenas surfou na onda da perda de fôlego do dólar no mundo.

Essa apreciação derruba o preço de importados, combustíveis e até alimentos, com reflexo direto no IPCA.o de importados, combustíveis e até alimentos, com reflexo direto no IPCA.

Energia e serviços ainda pesam

Apesar da trégua vinda de fora, o alívio não é generalizado.

A energia elétrica, pressionada por reajustes e bandeiras tarifárias, segue no radar.
O mesmo vale para serviços, mais indexados ao mercado de trabalho e à inércia inflacionária doméstica.

Conclusão

A queda da inflação brasileira é menos fruto da orquestração doméstica e mais consequência da música que toca lá fora.
O Copom aperta os juros e garante a narrativa da disciplina monetária.
Mas quem realmente está segurando os preços, ao menos por ora, é o câmbio e a maré das commodities.

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