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Gordura no fígado: o risco invisível que ronda executivos de alta performance
Publicado 18/10/2025 • 08:00 | Atualizado há 2 meses
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Pixabay
Saúde
Você cuida da carteira de investimentos, acompanha o S&P em tempo real e mede até o tempo do sono. Mas talvez esteja ignorando um dos ativos mais importantes do seu corpo: o fígado. E, neste momento, ele pode estar sofrendo de MASLD — sigla para metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease, a nova forma de nomear a famosa “gordura no fígado”, agora oficialmente associada ao estilo de vida e a fatores metabólicos como obesidade abdominal, diabetes tipo 2, colesterol alto e hipertensão.
Quem vive no ritmo intenso da Faria Lima — sem tempo para almoço direito, entre um happy hour com vinho e semanas seguidas de sedentarismo — está, sim, no grupo de risco. E o mais perigoso: sem sintomas aparentes.
A antiga “esteatose hepática não alcoólica” (NAFLD) foi atualizada. Agora o foco não está mais em excluir o álcool, mas em identificar a causa metabólica. Por isso, os especialistas adotaram o termo MASLD, que abrange também situações em que há consumo moderado de bebida alcoólica. E quando a inflamação se instala e o fígado começa a formar cicatrizes, o nome muda para MASH — uma forma mais agressiva e progressiva da doença.
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Antônio Couceiro Lopes, é justamente esse estágio silencioso que preocupa. “Muitos pacientes chegam com o fígado comprometido, sem nunca terem sentido nada. Quando investigamos, o histórico é sempre parecido: alimentação desregulada, estresse crônico, álcool frequente e noites mal dormidas.”
Hoje, é possível mapear o risco de maneira simples, a começar por um índice chamado FIB-4 — uma fórmula que cruza idade com exames de sangue (AST, ALT e plaquetas). Dependendo do resultado, exames como a elastografia (ultrassom especializado que mede a rigidez do fígado) ou o exame de sangue ELF podem confirmar se já há fibrose — um estágio que exige atenção redobrada.
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Na elastografia, por exemplo, valores acima de 12 kPa geralmente indicam fibrose avançada. Já no teste ELF, um escore acima de 9,8 praticamente confirma risco elevado. Tudo isso sem precisar de biópsia.
O tratamento começa com mudanças reais no estilo de vida — e não com promessas de comprimidos milagrosos. Perder entre 7% e 10% do peso pode reverter inflamação. Acima disso, há chance de melhorar até as cicatrizes no fígado. Dieta mediterrânea, exercícios regulares e redução do consumo de álcool são essenciais, especialmente para quem já apresenta sinais de fibrose.
Além disso, medicamentos modernos como semaglutida e tirzepatida (já conhecidos de quem acompanha o mundo dos antidiabéticos e do emagrecimento) têm mostrado bons resultados também na reversão da inflamação hepática. Para casos mais graves, o resmetirom, recém-aprovado nos EUA, surge como nova esperança — embora ainda não disponível no Brasil.
Dois mitos importantes são desmentidos pelo especialista:
• Estatinas, comumente usadas para colesterol, são seguras em pacientes com MASLD e ajudam a reduzir o risco cardiovascular — que, aliás, é a principal causa de morte nesses pacientes.
• Já a metformina, embora útil para o diabetes, não trata a inflamação do fígado. Pode melhorar números de exames, mas não reverte o quadro clínico.
No fim do dia, quem quer construir um portfólio de longo prazo precisa incluir o próprio corpo na estratégia. Investidores atentos já entenderam que a saúde metabólica é o novo ESG pessoal. E o fígado — esse “analista silencioso” — talvez já esteja sinalizando que algo precisa mudar.
Se você faz parte do grupo que vive para entregar resultados, talvez seja hora de olhar também para o que o seu corpo está entregando em silêncio.
Alexandre Hercules é editor-chefe da Brazil Health (www.brazilhealth.com)
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