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Mau hálito: o detalhe que ninguém comenta, mas que pode acabar com a sua carreira
Publicado 28/10/2025 • 15:51 | Atualizado há 32 minutos
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Publicado 28/10/2025 • 15:51 | Atualizado há 32 minutos
Foto: Coife Odonto
Pessoa com mau hálito
No mundo corporativo, a primeira impressão ainda é decisiva — e, muitas vezes, invisível. Em reuniões, entrevistas ou conversas de corredor, detalhes sensoriais como o tom de voz, a postura e até o hálito podem determinar a percepção de profissionalismo e credibilidade.
O hálito, silencioso mas poderoso, influencia diretamente a forma como uma pessoa é percebida em cargos de liderança, gestão de equipes e negociações estratégicas.
De acordo com o cirurgião-dentista Sérgio Lago, embaixador da S.I.N., o mau hálito é mais do que uma questão estética: é um ruído na comunicação interpessoal. “Ele pode comprometer a conexão emocional, prejudicando a empatia e a clareza da mensagem. Detalhes como um hálito fresco e uma voz segura influenciam a percepção de competência e cuidado pessoal.”
Estima-se que mais de 40% dos adultos sofram episódios recorrentes de halitose, mas poucos reconhecem o problema. Isso ocorre porque o olfato humano se adapta rapidamente aos próprios odores. Aparelhos modernos, como o halímetro, permitem medir com precisão os compostos responsáveis pelo mau cheiro e fazer o diagnóstico sem constrangimento.
Embora 90% dos casos de mau hálito tenham origem na cavidade oral — por acúmulo de bactérias, gengivites ou má higiene —, o estilo de vida moderno tem papel decisivo. O estresse crônico e o ritmo intenso de trabalho reduzem a salivação, alteram o pH bucal e criam um ambiente ideal para a proliferação de bactérias.
No universo executivo, é comum pular refeições, ingerir pouca água e abusar do café. A combinação favorece a halitose e compromete o bem-estar. “Cuidar do hálito é um ato de respeito e de inteligência relacional”, afirma Lago. “Esses cuidados não são apenas estéticos — são expressões de autoconfiança, saúde e elegância pessoal.”
Nem sempre, porém, a origem do mau hálito está na boca. Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Antonio Couceiro Lopes, refluxo gastroesofágico e infecção por Helicobacter pylori são causas digestivas frequentes e muitas vezes ignoradas. O conteúdo ácido e os gases do estômago podem subir até a garganta, liberando compostos sulfurados e amônia, responsáveis pelo odor desagradável.
O médico alerta que hábitos comuns no mundo corporativo — longos jejuns, excesso de café e estresse — agravam o quadro. “O hálito também reflete o estilo de vida. Executivos que negligenciam alimentação e hidratação podem estar alimentando um problema que afeta diretamente sua autoconfiança e imagem profissional.”
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O diagnóstico envolve exames simples, como endoscopia ou teste respiratório de ureia. Quando o tratamento é direcionado à causa — erradicação da H. pylori ou controle do refluxo —, o mau hálito de origem gástrica tende a desaparecer.
Mais do que uma questão médica, o hálito saudável é um ativo de comunicação e liderança. Em um ambiente competitivo, em que a interação humana é parte da estratégia, cuidar da saúde bucal e digestiva é um gesto de inteligência emocional. Executivos, líderes e profissionais de vendas dependem de relacionamentos — e esses laços são sustentados por confiança e conforto interpessoal.
No cotidiano corporativo, pequenas atitudes fazem diferença. Uma rotina ideal inclui escovação cuidadosa após as refeições, uso de fio dental, limpeza da língua, boa hidratação e visitas regulares ao dentista. Evitar longos períodos em jejum, moderar o consumo de café, álcool e alimentos muito condimentados também ajuda a manter o hálito equilibrado. Enxaguantes sem álcool e balas sem açúcar são soluções pontuais para momentos de exposição intensa, como reuniões ou apresentações.
Mais do que estética, esses hábitos refletem autoconfiança, saúde e elegância pessoal — sinais cada vez mais valorizados em posições de liderança. Cuidar da saúde, portanto, é também cuidar da reputação.
De acordo com a Journal of Breath Research, o mau hálito afeta até 31% da população mundial. No Brasil, estudos da Associação Brasileira de Halitose estimam que cerca de 30 milhões de pessoas sofram do problema. Embora subnotificada, a halitose tem impacto direto na produtividade e nas relações de trabalho.
Um levantamento da consultoria americana CareerBuilder mostrou que 59% dos recrutadores consideram o hálito desagradável um fator de exclusão imediata em entrevistas presenciais. Já um relatório da Harvard Business Review de 2024, sobre “presença executiva”, apontou que aspectos de higiene e autocuidado são percebidos como determinantes de confiança e influência em ambientes corporativos de alta exigência.
Em outras palavras: o hálito também fala — e, no mundo dos negócios, pode dizer muito sobre quem você é.
Alexandre Hercules é editor-chefe da Brazil Health (www.brazilhealth.com)
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