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Líderes sob pressão: neurociência vira aliada na tomada de decisões estratégicas
Publicado 23/09/2025 • 16:34 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 23/09/2025 • 16:34 | Atualizado há 1 mês
Tomada de decisões pode ser um processo estressante
Unsplash
Liderar em 2025 exige mais do que experiência e cargo: requer clareza mental, rapidez analítica e domínio emocional — mesmo em situações críticas e ambíguas. Uma pesquisa global da Oracle com 14 mil executivos revelou que 85% dos líderes já se arrependeram ou duvidaram de decisões recentes, fenômeno chamado de decision distress. Além disso, 72% admitiram paralisar diante do excesso ou da incerteza nos dados disponíveis.
No Brasil, a pressão também é crescente. Segundo levantamento da Hogan Assessments, líderes brasileiros, quando submetidos a contextos instáveis, tendem a adotar posturas impulsivas ou defensivas, o que pode comprometer a qualidade das escolhas. Em setores com alta rotatividade, como varejo e serviços, onde a saída de colaboradores é extremamente elevada, a urgência por decisões rápidas recai sobre os gestores, muitas vezes sem tempo para análise profunda.
A neurociência tem se mostrado uma aliada para entender — e treinar — a mente dos tomadores de decisão. Em situações de estresse, a amígdala cerebral assume o controle, ativando respostas emocionais e inibindo o córtex pré-frontal, área responsável pelo raciocínio lógico, planejamento e empatia. O resultado é um “encurtamento da visão”, decisões impulsivas e foco restrito em soluções imediatas.
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Estudos da Cognitive Resource Theory indicam que líderes experientes tendem a mitigar esses efeitos, usando sua bagagem para preservar o raciocínio estratégico mesmo sob alta carga emocional.
A administradora de empresas e especialista em neuroestratégia Madalena Feliciano defende que o segredo não está apenas no conhecimento técnico, mas na forma como o cérebro é treinado para operar sob pressão. “Em momentos críticos, o que define a qualidade da escolha não é só o que sabemos, mas como gerenciamos nossa mente”, explica.
Ela aponta cinco práticas que vêm sendo adotadas por executivos de alto desempenho:
“A neurociência nos dá o mapa, mas é o autoconhecimento que permite usar esse GPS quando o motor está em sobrecarga”, resume Madalena.
No Brasil, programas de capacitação voltados à tomada de decisão sob pressão estão ganhando espaço em escolas de negócios e consultorias estratégicas. Trilhas como “Liderança com dados e decisão em ambientes VUCA”, já presentes em multinacionais e startups, buscam reduzir a dependência de improviso e aumentar a estrutura emocional e racional dos gestores.
Como conclui Madalena Feliciano: “Não se trata de eliminar a pressão, e sim de estar preparado para enfrentá-la com equilíbrio, método e estratégia.” Em um mundo que muda em alta velocidade, a vantagem competitiva pode estar na mente mais calma — e bem treinada — da sala de reunião.
Alexandre Hercules é editor-chefe da Brazil Health
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