CNBC
Chip da AMD. Empresas de chips vão distribuir parte dos lucros ao governo do EUA

CNBCÍndia aposta US$ 18 bilhões para virar potência em chips; o que isso significa?

Sua saúde, seu sucesso Brazil Health

Líderes sob pressão: neurociência vira aliada na tomada de decisões estratégicas

Publicado 23/09/2025 • 16:34 | Atualizado há 2 horas

Foto de Brazil Health

Brazil Health

A Brazil Health é uma agência de notícias especializada em saúde e bem-estar, que tem mais de uma década de atuação. Desenvolve conteúdos exclusivos baseados em ciência e ética, destacando-se pela qualidade e precisão de suas informações.

De acordo com a Associação Americana de Psicologia, 41% dos adultos nos Estados Unidos relatam um aumento no estresse durante o fim de ano.

Tomada de decisões pode ser um processo estressante

Unsplash

Liderar em 2025 exige mais do que experiência e cargo: requer clareza mental, rapidez analítica e domínio emocional — mesmo em situações críticas e ambíguas. Uma pesquisa global da Oracle com 14 mil executivos revelou que 85% dos líderes já se arrependeram ou duvidaram de decisões recentes, fenômeno chamado de decision distress. Além disso, 72% admitiram paralisar diante do excesso ou da incerteza nos dados disponíveis.

No Brasil, a pressão também é crescente. Segundo levantamento da Hogan Assessments, líderes brasileiros, quando submetidos a contextos instáveis, tendem a adotar posturas impulsivas ou defensivas, o que pode comprometer a qualidade das escolhas. Em setores com alta rotatividade, como varejo e serviços, onde a saída de colaboradores é extremamente elevada, a urgência por decisões rápidas recai sobre os gestores, muitas vezes sem tempo para análise profunda.

O que a neurociência explica sobre a mente do líder sob pressão

A neurociência tem se mostrado uma aliada para entender — e treinar — a mente dos tomadores de decisão. Em situações de estresse, a amígdala cerebral assume o controle, ativando respostas emocionais e inibindo o córtex pré-frontal, área responsável pelo raciocínio lógico, planejamento e empatia. O resultado é um “encurtamento da visão”, decisões impulsivas e foco restrito em soluções imediatas.

Leia mais artigos da coluna Brazil Health

Estudos da Cognitive Resource Theory indicam que líderes experientes tendem a mitigar esses efeitos, usando sua bagagem para preservar o raciocínio estratégico mesmo sob alta carga emocional.

Frameworks e práticas que melhoram a performance decisória

A administradora de empresas e especialista em neuroestratégia Madalena Feliciano defende que o segredo não está apenas no conhecimento técnico, mas na forma como o cérebro é treinado para operar sob pressão. “Em momentos críticos, o que define a qualidade da escolha não é só o que sabemos, mas como gerenciamos nossa mente”, explica.

Ela aponta cinco práticas que vêm sendo adotadas por executivos de alto desempenho:

  • Respiração consciente e mindfulness: técnicas simples, como a respiração 4x4 (inspirar, segurar, expirar e manter por 4 segundos), reduzem a reatividade e restauram o controle racional.
  • Frameworks estruturados de decisão: métodos como OODA loop e matrizes de priorização têm mostrado ganhos de até 25% na agilidade de resposta em crises, segundo testes com executivos.
  • Simulações e “war games”: treinamentos práticos preparam o cérebro para reagir com mais estrutura em situações reais.
  • Expansão de perspectivas: adotar a visão de um concorrente ou realizar um “pre-mortem” ajuda a evitar decisões precipitadas.
  • Diário reflexivo pós-decisão: registrar sensações, erros e acertos após decisões críticas reforça o aprendizado e estimula a melhoria contínua.

“A neurociência nos dá o mapa, mas é o autoconhecimento que permite usar esse GPS quando o motor está em sobrecarga”, resume Madalena.

Ambientes instáveis exigem preparo cognitivo, não apenas coragem

No Brasil, programas de capacitação voltados à tomada de decisão sob pressão estão ganhando espaço em escolas de negócios e consultorias estratégicas. Trilhas como “Liderança com dados e decisão em ambientes VUCA”, já presentes em multinacionais e startups, buscam reduzir a dependência de improviso e aumentar a estrutura emocional e racional dos gestores.

Como conclui Madalena Feliciano: “Não se trata de eliminar a pressão, e sim de estar preparado para enfrentá-la com equilíbrio, método e estratégia.” Em um mundo que muda em alta velocidade, a vantagem competitiva pode estar na mente mais calma — e bem treinada — da sala de reunião.

--

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Brazil Health

;