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A Inteligência Artificial e o vazio que ela não preenche
Publicado 30/04/2025 • 19:22 | Atualizado há 2 meses
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Cena do filme 'Her'
Divulgação
Nos últimos anos, testemunhamos uma corrida acelerada rumo à adoção da inteligência artificial (IA) em quase todas as áreas da vida: dos negócios à saúde, da educação à organização pessoal. Mas um dado recente me fez parar para refletir: “o que está faltando nas relações humanas para que tantas pessoas busquem conforto emocional em algoritmos?”.
Em 2025, segundo curadoria da FEN Educação e dados apontados pela Harvard Business Review, o principal uso da IA não está na codificação, nem na produtividade, nem mesmo na inovação. Está na terapia. Em seguida, aparecem o companheirismo, o propósito e a aprendizagem.
Você nunca se perguntou por que, com tanta tecnologia à disposição, as pessoas ainda se sentem tão sozinhas? Isso diz muito. Diz sobre as pessoas. Diz sobre nós. E, sobretudo, diz sobre a forma como estamos lidando com o trabalho, a liderança e os relacionamentos — ou melhor, como não estamos lidando.
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O uso da IA para suprir funções emocionais expõe uma lacuna profunda dentro das empresas, e também fora delas. A tecnologia aproxima, mas também isola. Traz eficiência, mas retira o olhar. Facilita decisões, mas atrofia o tato humano. A delegação excessiva de interações emocionais para uma máquina escancara o despreparo das lideranças em acolher e gerir o emocional de suas equipes. E não estamos falando de um luxo corporativo, estamos falando de um requisito de sobrevivência.
Hoje, muitas empresas relatam aumento de produtividade com a adoção de ferramentas de IA. Mas ao mesmo tempo, metade dessas mesmas empresas também relata uma queda na intuição dos colaboradores. Aquela intuição que vem de anos de estrada, da observação sutil, do erro, do contato humano. A IA pode sugerir caminhos, sim. Mas ela não viveu o que você viveu. Ela não sente o que você sente. E é justamente esse repertório humano, tão intransferível, que fundamenta decisões que, no final do dia, salvam ou afundam um negócio.
Me preocupa ver líderes, especialmente os menos experientes, terceirizando o raciocínio estratégico ao algoritmo. Estratégia não é sobre gerar ideias. É sobre escolher ideias certas, diante de contextos únicos, com riscos reais e impactos humanos. E isso exige algo que IA nenhuma possui: vivência concreta e maturidade decisória.
Como empreendedora há 22 anos e investidora há 15, já entrei em salas onde bastavam dois minutos para entender quem estava preparado para o jogo. Não era pelo pitch. Era pelo olhar, pela postura, pela escuta ativa. Era pela maneira como aquela pessoa segurava a pressão sem perder o senso de propósito. Nada disso se ensina com prompts. Nada disso se aprende com atalhos.
Há quem diga que a IA ajuda a sonhar mais alto, por não haver julgamento. Mas sonhar sem julgamento é planejar sem limites. E plano sem limites é só ilusão. O papel do mentor, do investidor, do conselheiro, não é validar todas as ideias. É testar a consistência de cada uma delas, puxar perguntas que ninguém fez, apontar o que a empolgação do fundador quer ignorar. É um papel de tensão construtiva. E isso, sinto muito, a IA não entrega.
Aliás, quando me perguntam se acredito que a inteligência artificial um dia vai substituir esse fator humano, minha resposta é: não. O maior ativo de qualquer negócio continua sendo o humano. O abraço. O olho no olho. A escuta verdadeira. A construção compartilhada de um sonho.
A IA pode ser uma aliada incrível, e é, mas ela não substitui o que é vivo. E se ela está sendo usada como substituta da terapia, do companheirismo, da liderança, então não temos um problema tecnológico. Temos um problema humano. E este, a máquina não resolve
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