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Vida nas organizações Joaquim Santini

2025: o nascimento da “Frontier Firm” — O futuro do trabalho já começou

Publicado 20/05/2025 • 10:39 | Atualizado há 8 horas

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Joaquim Santini

Pesquisador e palestrante internacional, diplomado em Psicologia Clínica Organizacional e mestre em Consulting and Coaching for Change no Insead ( european business school, na França), graduado e mestre em Engenharia Mecânica pela Unicamp. Fundador da EXO - Excelência Organizacional.

KEY POINTS

  • O mundo do trabalho está passando por sua mais profunda reconfiguração desde a Revolução Industrial.
  • A transformação, que vinha ganhando forma nas últimas décadas, agora tem nome, estrutura e direção: a Firma Fronteira.
  • Este conceito, apresentado pela Microsoft no seu mais recente relatório global, descreve uma nova tipologia organizacional onde humanos e agentes de inteligência artificial (IA) atuam de forma integrada, compartilhando responsabilidades, decisões e entregas.

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O mundo do trabalho está passando por sua mais profunda reconfiguração desde a Revolução Industrial. A transformação, que vinha ganhando forma nas últimas décadas, agora tem nome, estrutura e direção: a Firma Fronteira.

Este conceito, apresentado pela Microsoft no seu mais recente relatório global — o 2025 Work Trend Index Annual Report — descreve uma nova tipologia organizacional onde humanos e agentes de inteligência artificial (IA) atuam de forma integrada, compartilhando responsabilidades, decisões e entregas.

O relatório é uma das mais completas radiografias do mundo do trabalho contemporâneo. Foram entrevistados 31 mil profissionais em 31 países, analisados trilhões de sinais de produtividade do Microsoft 365, incorporados dados do LinkedIn Economic Graph e incluídos insights de cientistas, economistas e startups nativas de IA. O que emerge é claro: o trabalho do futuro será fluido, orientado por propósito e mediado por sistemas inteligentes.

Inteligência sob demanda: um novo recurso estratégico

Na Firma Fronteira, a inteligência — antes concentrada em especialistas — torna-se acessível, sob demanda. Com o avanço dos agentes de IA, que aprendem, planejam e executam tarefas com mínima supervisão humana, as organizações estão reestruturando suas equipes. Já não basta mapear competências humanas: é preciso orquestrar ecossistemas digitais complexos e interativos.

Essa mudança exige uma função organizacional inédita: o chefe de agentes. Esse profissional não lidera times humanos tradicionais, mas supervisiona, treina e audita inteligências artificiais, garantindo alinhamento estratégico, segurança e integridade nos processos mediados por IA.

Três estágios de transição rumo à Firma Fronteira

A Microsoft descreve essa jornada em três fases, cada uma representando uma transformação na forma como o trabalho é concebido, executado e supervisionado:

  1. Humano com IA assistente: nesta primeira etapa, os trabalhadores contam com copilotos digitais que automatizam tarefas administrativas, operacionais e repetitivas, como geração de relatórios, redação de e-mails ou análise de dados. O foco está na elevação da produtividade individual.
  2. Times humano-agente: neste estágio, os agentes de IA deixam de ser meramente assistentes e passam a atuar como colaboradores integrados aos times, participando ativamente de processos decisórios e operacionais. A IA gera soluções, antecipa problemas e contribui com entregas em tempo real, lado a lado com os humanos.
  3. Empresa operada por agentes, supervisionada por humanos: no estágio mais avançado, a organização inteira passa a ser operada por agentes inteligentes. Processos inteiros — como atendimento ao cliente, gestão de estoque, análise financeira ou planejamento logístico — são conduzidos por IA. Cabe aos humanos supervisionar, auditar e intervir em pontos críticos, com ênfase em ética, estratégia e empatia.

Atualmente, 24% das empresas já adotaram IA de forma plena. E 81% afirmam que seus processos contarão com agentes digitais integrados nos próximos 18 meses. O futuro, ao que tudo indica, chegou.

Brasil: protagonismo com um alerta

O Brasil desponta com entusiasmo. Segundo o relatório:

  • 94% dos executivos brasileiros enxergam 2025 como um ponto de virada;
  • 90% planejam integrar agentes de IA para impulsionar a produtividade;

No entanto, há um contraponto importante: apenas 54% dos profissionais brasileiros se sentem preparados para colaborar com a IA — um número significativamente abaixo da média global. Essa lacuna revela um risco: temos visão estratégica, mas ainda não consolidamos a base de educação e letramento digital necessária para a transição ser inclusiva e sustentável.

Se não houver investimento em qualificação, há risco de exclusão digital, aumento de desigualdades e resistência organizacional — ameaçando o potencial de inovação e adaptação das empresas brasileiras.

Três ações urgentes para empresas brasileiras

O relatório aponta três passos decisivos — práticos e estratégicos — para empresas que desejam se posicionar na vanguarda:

  1. Contratar seu primeiro agente digital: isso significa aplicar IA em processos reais do negócio, com metas, monitoramento e aprendizado contínuo. Pode ser na área de atendimento ao cliente, gestão de contratos ou apoio à área financeira.
  2. Definir o índice humano-agente: mapeie todas as atividades da organização e classifique-as entre tarefas humanas, automatizáveis e híbridas. Isso permite decisões mais assertivas sobre onde investir em tecnologia e onde capacitar pessoas.
  3. Treinar toda a força de trabalho: o letramento em IA deve atingir todos os níveis — do CEO ao operador de sistemas. Programas de treinamento, laboratórios de inovação e jornadas de aprendizagem serão cruciais para que a transição seja sustentável, inclusiva e bem-sucedida.

Firma Fronteira: uma nova biologia organizacional

A Firma Fronteira não é uma reorganização tradicional. Ela representa um novo organismo organizacional: vivo, adaptativo, orientado por propósito e movido por inteligência digital. Não há mais silos, mas fluxos interconectados de entrega. Times se formam sob demanda, como elencos temporários em uma produtora de cinema. A liderança, por sua vez, ganha nova função: curar contextos, mediar complexidades e garantir ética algorítmica.

Imagine uma empresa de saúde onde agentes automatizam a triagem de pacientes, mas os médicos continuam liderando decisões sensíveis. Ou uma fábrica em que agentes otimizam linhas de produção, mas o supervisor humano define prioridades éticas e de segurança.

Esse é o futuro que se desenha: não uma substituição do humano, mas uma redefinição de papéis entre inteligência biológica e artificial.

O Brasil pode — e deve — liderar

Com sua criatividade natural, sua cultura colaborativa e seu apetite digital, o Brasil tem os ingredientes certos para ser protagonista nessa transição. Mas isso exige ação agora: coragem institucional, investimento em requalificação e políticas públicas de incentivo à cultura digital.

O trabalho do futuro não será uma disputa entre humanos e máquinas. Será uma jornada de cocriação simbiótica, onde o verdadeiro diferencial estará em saber liderar com — e através de — inteligências múltiplas.

Fonte: Microsoft – 2025 Work Trend Index Annual Report: “2025: The Year the Frontier Firm Is Born”

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