O Brasil na era da inteligência artificial: liderança visionária, base desconectada
Publicado 27/05/2025 • 13:44 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 27/05/2025 • 13:44 | Atualizado há 2 dias
O Brasil na era da inteligência artificial: liderança visionária, base desconectada.
Pixabay.
No Brasil, a inteligência artificial vive uma contradição eloquente. Enquanto 94% dos líderes empresariais dizem que 2025 será um ano decisivo para a transformação com IA, apenas 54% dos trabalhadores compreendem o funcionamento básico de um agente de IA — ferramenta que já começa a assumir tarefas antes exclusivas dos humanos. Esse abismo entre o topo da pirâmide e sua base operacional ajuda a explicar por que tantas iniciativas de IA não decolam, ou pior: empacam.
O Work Trend Index 2025 da Microsoft, o Workforce Radar Report 2024 da PwC e o State of GenAI in the Enterprise da Deloitte traçam um retrato claro: o Brasil tem uma elite empresarial engajada e otimista com a IA, mas uma força de trabalho que ainda caminha — sem preparo adequado — rumo a esse novo paradigma.
Nas chamadas Frontier Firms, termo cunhado pela Microsoft para designar empresas que já integram IA à cultura, processos e decisões, mais de 70% dos colaboradores percebem suas organizações como prósperas, e 90% relatam acesso a tarefas mais relevantes e inovadoras. No Brasil, essas experiências ainda são minoria. Segundo a Deloitte, menos de 40% dos trabalhadores têm acesso formal à IA generativa, e menos da metade dos que têm realmente a utilizam de forma recorrente. A maioria das iniciativas permanece restrita a áreas técnicas ou a pilotos sem escala institucional.
A PwC revela outro dado sensível: apenas 62% dos colaboradores brasileiros dizem que suas empresas promovem aprendizado contínuo, e entre as mulheres esse número cai para 48%, apontando um viés estrutural na democratização do acesso à inovação. Enquanto os executivos apostam em revoluções, grande parte da base ainda não foi sequer convidada a participar da conversa.
Mas por que tantas empresas ficam paradas na fase de protótipo?
As causas se repetem e se somam. Falta de estratégia clara, com objetivos soltos e métricas inexistentes. Governança difusa, em que ninguém sabe ao certo quem lidera a transformação: RH, TI, inovação ou todos ao mesmo tempo. Resistência cultural, alimentada pelo medo de substituição e pela falta de transparência sobre o papel da IA. Desigualdade de acesso, que exclui mulheres, equipes operacionais e áreas não técnicas. E falta de talentos preparados para conectar IA com valor de negócio — um déficit que já pressiona o mercado por profissionais híbridos, com visão estratégica e domínio tecnológico.
A boa notícia? Esse cenário é reversível. Mas exige ação coordenada.
Primeiro, é preciso ampliar o acesso à IA de forma segura, guiada e inclusiva. Democratizar não é liberar — é treinar, apoiar e testar com responsabilidade. Segundo, o trabalho precisa ser redesenhado com base nas capacidades da IA, e não apenas automatizado sobre processos antigos. Terceiro, a liderança intermediária precisa ser capacitada e empoderada para conduzir a mudança, e não a bloquear por insegurança ou desconhecimento"
Também é hora de abandonar discursos vagos e adotar estratégias de IA com metas claras, governança multidisciplinar e indicadores reais de impacto. A maturidade digital não se mede por quantidade de pilotos, mas por resultados integrados ao negócio. E, por fim, é fundamental avaliar não apenas produtividade, mas também engajamento e bem-estar. O “human-agent ratio”, proposto pela Microsoft, traz um bom início: quantos humanos são necessários para coordenar cada agente? Qual o valor entregue? E qual o efeito na saúde mental da equipe?
A verdade é simples: a tecnologia já está pronta — o que ainda precisa amadurecer são as organizações. A inteligência artificial não substitui lideranças; ela apenas revela sua maturidade. E para empresas brasileiras que desejam cruzar a fronteira da próxima economia, será preciso investir não só em dados e algoritmos, mas em cultura, educação e coerência institucional.
Porque, no fim das contas, não basta adotar IA — é preciso torná-la parte viva da organização.
Fontes:
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