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O poder oculto dos conflitos: como empresários podem transformar tensões em oportunidades de crescimento
Publicado 13/05/2025 • 13:05 | Atualizado há 3 dias
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Publicado 13/05/2025 • 13:05 | Atualizado há 3 dias
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O poder oculto dos conflitos: Como empresários podem transformar tensões em oportunidades de crescimento
Unsplash.
Poder, resistência, silêncio: os conflitos corporativos dizem mais do que parece. E, no entanto, continuam sendo tratados como simples ruídos de comunicação ou problemas de convivência. A receita? Reuniões rápidas, alinhamentos esporádicos e muita tentativa de "apaziguamento". Mas essa estratégia rasa custa caro. Empresários que realmente buscam performance sustentável precisam parar de apagar incêndios — e começar a entender o que está alimentando as fagulhas.
A gestão tradicional enxerga o conflito como um desvio, um erro do sistema. Algo que deve ser contido para preservar a harmonia. Técnicas como mediação e negociação são utilizadas, mas quase sempre tratam o sintoma, não a causa.
É aqui que duas abordagens pouco conhecidas no mundo corporativo ganham relevância: a psicanálise vincular e a abordagem psicodinâmica. Elas não oferecem uma fórmula mágica, mas ajudam líderes a enxergar além do aparente — revelando as dinâmicas emocionais e inconscientes que sustentam os conflitos reais.
A abordagem vincular investiga como relações invisíveis de poder, dependência ou rivalidade se constroem e se repetem. Já a psicodinâmica foca nos traumas organizacionais, medos não verbalizados e ansiedades que influenciam comportamentos — mesmo quando ninguém fala sobre isso.
Para empresários que lidam com atritos constantes — entre áreas, entre pessoas, ou entre o discurso e a prática — essas abordagens não são luxo teórico. São ferramentas estratégicas. Elas explicam por que times se sabotam, por que líderes evitam conversas desafiadoras e por que decisões "alinhadas" morrem na execução.
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Não se trata de trocar o Excel por um divã. Trata-se de reconhecer que os conflitos são estruturais, emocionais e simbólicos — tudo ao mesmo tempo. E que tentar resolvê-los com a velha lógica do "quem tem razão" é uma das formas mais sofisticadas de perpetuar o problema.
Quer ver isso na prática? Pegue as três categorias tradicionais de conflito: tarefa, processo e relacionamento. Elas parecem técnicas e objetivas, mas muitas vezes escondem questões emocionais muito mais profundas.
Exemplos concretos:
• Conflito de processo: um colaborador insiste em mudar uma rotina. À primeira vista, uma discordância técnica. Mas por trás, pode haver ressentimento com a forma autoritária como o processo foi imposto. A crítica é um apelo velado por reconhecimento e escuta.
• Conflito de relacionamento: dois colegas vivem em tensão constante. Não se trata só de choque de perfis. Às vezes, é uma projeção inconsciente: um vê no outro um rival simbólico herdado de experiências passadas. O que está em jogo não é funcional — é emocional.
• Conflito de tarefa: um gestor ignora o plano definido em comitê. Pode parecer resistência, mas frequentemente é a sensação de perda de controle e autonomia. Seguir o plano, para ele, seria renunciar à própria autoridade.
Esses exemplos mostram que o problema não é o que aparece. A causa visível é só a ponta do iceberg. O real está submerso.
E quando esses conflitos são mal interpretados ou ignorados, os danos são silenciosos — mas profundos. Desmotivação de talentos. Decisões paralisadas. Inovação travada. Ambientes de baixa confiança.
Mas se bem canalizados, os conflitos viram catalisadores de transformação. Eles podem funcionar como pontos de inflexão — momentos onde a empresa pode rever estruturas, repensar lideranças e ajustar rumos estratégicos. Em outras palavras, conflitos bem trabalhados são alavancas de evolução.
Por isso, empresários precisam mudar a pergunta. Em vez de "como eliminar o conflito?", devem perguntar: "o que este conflito está tentando revelar?"
As causas reais quase nunca são apenas metas desalinhadas ou disputa por recursos. Elas envolvem valores incompatíveis, silêncios institucionalizados, lideranças ausentes e culturas baseadas no não-dito. Muitas vezes, o conflito expõe a lacuna entre o discurso institucional e as práticas reais do dia a dia.
A comunicação deficiente é outro combustível oculto. Muitos conflitos não surgem da discordância em si, mas da falta de escuta, da resposta precipitada, da ausência de contexto. E poucas empresas se preparam para lidar com isso de forma consciente.
Outro ponto essencial: o conflito pode ser construtivo. Ele é, muitas vezes, a única forma legítima de um sistema sinalizar que algo está fora do lugar. Inovações de verdade, mudanças de rota e decisões que viram o jogo costumam nascer da tensão bem direcionada.
Líderes maduros entendem que a tensão nem sempre é um sintoma de colapso. Ela pode ser um chamado para a transformação. O desafio é deixar de ver o desconforto como ameaça e começar a enxergá-lo como oportunidade de crescimento.
O problema nunca foi o conflito. O problema é não saber escutá-lo, interpretá-lo, transformá-lo.
Para isso, não basta fazer um workshop pontual. É preciso construir maturidade emocional para o conflito. Isso inclui criar espaços legítimos de escuta, treinar mediadores internos, e, acima de tudo:
Capacitar líderes para transformar tensão em diálogo produtivo — e que, além de não reagirem automaticamente, saibam ajudar suas equipes a trabalharem o conflito de forma construtiva. Líderes assim não apenas contêm crises — eles impulsionam desenvolvimento.
Empresas que fazem isso operam com mais inteligência emocional coletiva. Tomam decisões mais robustas. Retêm mais gente boa. Adaptam-se mais rápido. Não temem o conflito. Evoluem com ele.
No fim das contas, liderar bem é saber lidar com tensões. E isso exige uma virada cultural: sair da repressão e entrar na transformação. Se a sua empresa está vivendo um conflito, pergunte-se: o que esse embate está tentando dizer que ninguém teve coragem de nomear? Talvez a resposta não esteja no problema — mas na lição que ele revela.
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