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O que muda no mercado com a compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix

Publicado 05/12/2025 • 21:57 | Atualizado há 8 minutos

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Semanalmente, Michaele Gasparini destrincha um dos principais temas da indústria de mídia na semana. Nada passa despercebido ao olhar da colunista: tudo o que movimenta o mercado e rende milhões de dólares em publicidade nas emissoras de televisão e nas plataformas de streaming estará aqui.

Studio Warner Bros e

A conclusão da aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix marca um dos maiores movimentos corporativos da história do entretenimento. A operação, fechada por cerca de US$ 72 bilhões, transforma a Netflix não apenas em uma gigante do streaming, mas também em um dos conglomerados mais poderosos da indústria global de mídia e conteúdo audiovisual.

Com a compra, a Netflix passa a controlar franquias históricas e altamente lucrativas, como Harry Potter, Game of Thrones, Batman, Superman, Friends, The Big Bang Theory e Rick and Morty, além de marcas consolidadas como a HBO. A operação também reduz a fragmentação do mercado de streaming. Ao absorver o conteúdo exclusivo da HBO Max e da Discovery+, a Netflix consolida um dos catálogos mais amplos do setor.

No entanto, o impacto mais sensível é no equilíbrio de forças do mercado. Netflix e Warner Bros. Discovery, juntas, controlam agora mais de 35% do mercado global de streaming, superando a Disney e a Amazon em alcance e volume de produção. Essa concentração acende alertas regulatórios, especialmente na União Europeia e nos Estados Unidos, onde autoridades antitruste avaliam possíveis efeitos na livre concorrência.

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A curto prazo, o consumidor tende a perceber benefícios como a unificação de assinaturas e acesso a um catálogo mais robusto. Por outro lado, analistas alertam para o risco de aumento de preços, redução da concorrência criativa e menor espaço para estúdios independentes. O poder de negociação da nova Netflix deve crescer, o que pode impactar também os lucros de talentos, roteiristas e distribuidores externos.

Internamente, a Netflix já iniciou um processo de reestruturação para absorver os ativos da Warner. O CEO Ted Sarandos anunciou que o modelo de produção de séries será revisto, mesclando o foco em dados e algoritmos da Netflix com a expertise criativa da HBO. Há também mudanças na gestão dos canais lineares, com expectativa de sinergias entre produção televisiva e streaming.

Outro impacto relevante está na internacionalização de marcas. A Warner tinha forte presença em dezenas de países. A Netflix deve aproveitar essa estrutura para acelerar sua produção internacional e adaptar franquias globais a diferentes mercados. O plano é aumentar a produção de conteúdos locais de marcas como DC, Game of Thrones e Looney Tunes, fortalecendo a penetração em mercados estratégicos, em que a empresa ainda não tem tanta força quanto nos Estados Unidos.

Por fim, a aquisição é também uma resposta direta às pressões do mercado financeiro. A Warner Bros. Discovery acumulava uma dívida bilionária e enfrentava uma série de dificuldades para rentabilizar suas marcas no streaming. A Netflix, por sua vez, passa por um momento estagnação no crescimento de assinantes. A fusão, portanto, atende a uma lógica de escala, eficiência e defesa de mercado em um cenário cada vez mais competitivo.

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