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Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

Petz e Cobasi terão posição monopolista, critica Petlove

Publicado 10/12/2025 • 16:50 | Atualizado há 37 minutos

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, nos quais analisa as principais movimentações do mercado.

Divulgação

Fusão entre Petz e Cobasi

Principal concorrente das duas redes no e-commerce pet, a Petlove demonstrou incômodo com a aprovação da fusão entre Petz e Cobasi pelo Cade. Em nota enviada para a coluna Plano de Negócios, a empresa afirmou que a união criará “uma gigante com posição monopolista” no setor.

A Petlove destacou que a operação é o maior movimento recente do mercado pet e lembrou que o grupo resultante terá faturamento superior a R$ 7 bilhões anuais. “Não existe concorrente do mesmo porte”, afirmou, ressaltando que sua própria operação passa a ser três vezes menor que a da nova rival.

“Depois da Petlove, todos os demais players são trinta vezes menores que a empresa formada”, diz o comunicado. “Ou seja: Petz e Cobasi, juntas, terão posição monopolista em centenas de mercados no Brasil.”

A empresa também criticou as condições impostas pelo Cade, que determinou o desinvestimento de 26 lojas em São Paulo para aprovar a fusão. Segundo a Petlove, a medida “não é suficiente para criar um rival efetivo capaz de equilibrar o jogo competitivo”.

O desinvestimento representa apenas 3,3% do faturamento combinado de Petz e Cobasi nos últimos 12 meses — ativos pelos quais a própria Petlove já demonstrou interesse.

A coluna Plano de Negócios procurou a Petlove para saber se a empresa pretende adotar alguma medida contra a fusão, mas não houve resposta.

Juridicamente, a Petlove ainda pode contestar a operação, mas somente por meio de ação na Justiça Federal — um caminho pouco usual. Isso porque o Cade funciona em instância única, o que impede a apresentação de recursos administrativos após a decisão do Tribunal.

Leia abaixo a nota completa da Petlove:

A missão da Petlove é tornar o cuidado com o pet acessível para todos, oferecendo uma experiência incrível para tutores e empoderando médicos-veterinários e empreendedores. Tudo o que ameaça esse propósito merece nossa atenção.

A Petlove sempre teve uma posição ativista no mercado. Lutamos por causas que melhoram o bem-estar animal e impulsionam um setor mais ético e responsável. Fizemos isso quando lançamos a campanha Petlove Não Vende, denunciando a venda de animais em vitrines e de produtos que fazem mal aos pets. Fizemos isso com o Chega de Fogos, chamando atenção para o trauma (e em alguns casos até morte) causado por fogos barulhentos em pets. Fizemos isso ao promover a inclusão com a campanha para pets com deficiência.

Defender a concorrência e atuar contra a formação de um monopólio no mercado pet é apenas uma extensão natural desse compromisso.

A fusão entre Petz e Cobasi é o maior acontecimento do setor nos últimos anos. A empresa resultante, com mais de R$ 7 bilhões de faturamento, terá uma escala e um domínio territorial impossíveis de serem replicados por qualquer outro player. Não existe concorrente do mesmo porte. O mais próximo é a própria Petlove, três vezes menor. Depois da Petlove, todos os demais players são trinta vezes menores que a nova empresa formada. Ou seja: Petz e Cobasi, juntas, terão posição monopolista em centenas de mercados no Brasil.

E monopolistas representam riscos concretos: prejudicam a competição, ameaçam a sobrevivência de pequenos empreendedores, criam barreiras quase intransponíveis para novos entrantes e, invariavelmente, levam ao aumento de preços para milhões de consumidores. No mercado pet, quem paga essa conta não são apenas as famílias — são também os pets.

É exatamente esse cenário que fere profundamente a missão da Petlove. Por isso, nos posicionamos contra a fusão e defendemos remédios capazes de preservar a rivalidade que Petz e Cobasi exerciam entre si, uma rivalidade que beneficiava todo o ecossistema.

Acreditamos profundamente na competição. Entendemos que, em um mercado justo e equilibrado, há espaço para todos. E sabemos que inovação, qualidade e experiência surgem quando empresas precisam disputar o coração dos clientes, e não quando operam sem rivais à altura.

Após a aprovação sem restrições pela SG, o Tribunal do CADE impôs, como condicionante, a venda de 26 lojas no Estado de São Paulo. Entendemos que esse remédio não é suficiente para criar um rival efetivo capaz de equilibrar o jogo competitivo.

Agora, apenas o tempo dirá os efeitos dessa decisão, uma decisão irreversível que transformará o mercado pet para sempre.

A Petlove continuará fazendo o que sempre fez: defendendo um mercado justo, competitivo e saudável. Porque, no fim do dia, essa luta não é sobre empresas.

É sobre pessoas.

É sobre empreendedores.

E, acima de tudo, é sobre os pets.

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