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Democratas se opõem a expansão do império cripto de Trump

Publicado 07/05/2025 • 15:49 | Atualizado há 21 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os democratas no Congresso estão se opondo aos projetos de criptomoedas do presidente Trump.
  • O senador Richard Blumenthal, de Connecticut, anunciou uma investigação preliminar sobre os empreendimentos de moedas meme e stablecoins de Trump, citando riscos à segurança nacional.
  • Com os republicanos no controle da Casa Branca e das duas casas do Congresso, uma das poucas ferramentas disponíveis aos democratas é a persuasão pública.
Presidente dos EUA, Donald Trump

Presidente dos EUA, Donald Trump

MANDEL NGAN/AFP

Os democratas intensificaram nesta semana a pressão sobre os empreendimentos de criptomoedas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a fortuna que ele e sua família estão acumulando com essas iniciativas, no momento em que avança a votação de um projeto de lei para o setor.

A votação da GENIUS Act, marcada para quinta-feira (8), será um teste da força do lobby cripto, que apoiou fortemente a campanha de Trump à presidência em 2024. O projeto estabelece regras federais para stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos estáveis, como o dólar).

Mesmo com poder limitado, os democratas estão pedindo investigações sobre moedas e apoiadores ligados a Trump, requisitando registros financeiros e tentando barrar legislações.

Na manhã da última terça-feira (6), no Capitólio, a deputada democrata da Califórnia Maxine Waters, a principal democrata no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, abandonou uma audiência sobre ativos digitais acompanhada de colegas do partido, encerrando a sessão de forma abrupta.

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Na mesma manhã, o senador Richard Blumenthal, de Connecticut, enviou cartas anunciando uma investigação preliminar sobre o crescente império cripto da família Trump. Ele classificou um concurso promovido pelo “meme coin” de Trump como um “esquema de pagar para ter acesso”.

Blumenthal, que lidera a Subcomissão Permanente de Investigações do Senado, solicitou documentos da Fight Fight Fight LLC — empresa responsável pela moeda digital $TRUMP, e da World Liberty Financial, um empreendimento cripto familiar que recentemente anunciou planos para lançar uma stablecoin.

O senador exigiu registros sobre propriedade, fluxo de receita e toda comunicação com a Casa Branca, alegando a existência de “conflitos de interesse sem precedentes e riscos à segurança nacional”.

No mês passado, o projeto promoveu uma ação prometendo um jantar com o presidente e um “tour VIP pela Casa Branca” para os principais detentores de $TRUMP, o que impulsionou o preço da moeda após semanas de queda.

“As ligações financeiras do presidente Trump com a moeda $TRUMP, bem como o uso da Casa Branca para promover competições que elevem seu valor, representam um esquema inédito de pagar para ter acesso à presidência”, escreveu Blumenthal.

Segundo o site do projeto, cerca de 80% da oferta total do token $TRUMP está sob controle da Trump Organization e seus afiliados.

Uma das cartas de Blumenthal foi endereçada a Bill Zanker, empreendedor por trás da Fight Fight Fight, que detém grande parte da moeda $TRUMP.

Com a Casa Branca e as duas casas do Congresso sob controle republicano, os democratas têm pouca margem para avançar com sua agenda legislativa ou liderar investigações formais. Ainda assim, apostam que uma ação coordenada para expor o que veem como corrupção em um nicho financeiro até então marginal terá ressonância junto a um eleitorado cada vez mais insatisfeito com a política econômica do presidente.

A Casa Branca respondeu ao inquérito de Blumenthal com uma breve nota da vice-secretária de imprensa, Anna Kelly, ao programa Crypto World, da CNBC:

“Os ativos do presidente Trump estão em um fundo fiduciário administrado por seus filhos. Não há conflitos de interesse”, afirmou.

Na terça-feira, Waters também realizou uma sessão apenas com democratas, focada exclusivamente na moeda digital de Trump e na World Liberty Financial. Ela decidiu interromper a audiência principal após o deputado French Hill, republicano do Arkansas e presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, rejeitar seu pedido para incluir disposições na proposta de estrutura de mercado de ativos digitais que impedissem Trump de lucrar com ativos digitais durante seu mandato.

“Me oponho a essa audiência conjunta por conta da corrupção do presidente dos Estados Unidos, seu envolvimento com criptoativos e seu controle sobre as agências reguladoras”, disse Waters.

Kelly respondeu a Waters afirmando que Trump está trabalhando para transformar os EUA na “capital global das criptomoedas”.

‘Cultivar influência’

Waters apresentou um rascunho de projeto que proibiria o presidente e membros do Congresso de possuírem ativos digitais ou de lucrar com eles.

No Senado, os democratas revelaram nesta terça-feira o projeto “Fim da Corrupção com Criptoativos”, liderado pelos senadores Jeff Merkley, do Oregon, e Chuck Schumer, de Nova York. A proposta busca proibir autoridades eleitas, membros do alto escalão do Executivo e suas famílias de emitirem ou apoiarem moedas digitais.

“Hoje, pessoas que querem ganhar influência sobre o presidente podem enriquecê-lo pessoalmente comprando criptomoedas que ele possui ou controla”, afirmou Merkley. “Isso é um esquema profundamente corrupto, que coloca em risco a segurança nacional e mina a confiança pública no governo.”

“Nossa democracia não está à venda”, reforçou Schumer, líder da minoria no Senado.

O projeto já conta com apoio de importantes senadores democratas e foi endossado por grupos de vigilância como o Public Citizen e o Democracy Defenders Action.

Merkley e a senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, também enviaram uma carta ao Escritório de Ética Governamental dos EUA solicitando uma revisão urgente de um acordo entre a World Liberty Financial, a corretora de criptoativos Binance e o fundo estatal MGX, dos Emirados Árabes Unidos. Os senadores alertaram que o acordo pode configurar um “conflito de interesse alarmante”, violar leis federais de suborno e representar riscos à segurança nacional.

Segundo a agência Reuters, o fundo MGX, baseado em Abu Dhabi, estaria usando a stablecoin de Trump para um investimento de US$ 2 bilhões na Binance.

Warren também questionou o Escritório de Ética sobre uma autorização concedida pela Casa Branca a David Sacks, encarregado de inteligência artificial e criptoativos no governo.

Sacks, um investidor de risco que coorganizou recentemente um evento de arrecadação de US$ 1,5 milhão por cabeça para um comitê pró-Trump, divide seu tempo entre aconselhar o presidente sobre política cripto e administrar uma empresa com investimentos ativos no setor.

De acordo com a legislação ética federal, esse tipo de envolvimento financeiro geralmente impediria alguém de atuar na formulação de políticas da mesma área.

Mas o governo Trump emitiu uma autorização afirmando que os investimentos de Sacks “não eram significativos o suficiente” para comprometer sua imparcialidade, algo que Warren considerou “inverificável”. Em sua carta, ela exigiu esclarecimentos sobre se o Escritório de Ética revisou a isenção e se Sacks ainda mantém interesses financeiros em criptoativos que possam configurar conflito de interesses.

Segundo um memorando da Casa Branca de março, Sacks declarou ter vendido mais de US$ 200 milhões em investimentos relacionados a ativos digitais, pessoalmente e por meio de sua empresa Craft Ventures, antes de assumir o cargo.

Legislação encontra obstáculos

O GENIUS Act caminhava para uma votação no plenário do Senado com apoio bipartidário, até que, no fim de semana, nove senadores democratas recuaram. Eles alegaram que o texto enfraqueceu dispositivos contra lavagem de dinheiro e manifestaram preocupação com a possibilidade de aliados de Trump lucrarem com as mudanças na legislação.

Os senadores democratas Ruben Gallego (Arizona), Mark Warner (Virgínia), Andy Kim (Nova Jersey), Lisa Blunt Rochester (Delaware), entre outros, declararam que seguem abertos à negociação, mas não apoiarão o projeto em sua versão atual.

“Queremos continuar colaborando com nossos colegas”, escreveram, “mas não poderíamos votar pelo encerramento da discussão se a versão atual do projeto for levada ao plenário.”

Enquanto isso, o setor de criptoativos segue fazendo lobby para avançar a proposta.

“A GENIUS Act protegerá os consumidores e aumentará a transparência, uma melhora significativa em relação ao que temos hoje”, escreveu Chris Dixon, sócio da área de cripto da Andreessen Horowitz, na rede X (antigo Twitter). “Avançar rapidamente com essa e com a lei de estrutura de mercado daria a clareza há muito esperada para consumidores e para o setor, fortalecendo o dólar e mantendo os EUA na liderança em tecnologia blockchain.”

A Stripe, que recentemente comprou a startup de infraestrutura de stablecoins Bridge Network por US$ 1,1 bilhão, também declarou apoio ao projeto. Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a empresa afirmou que “apoia o desenvolvimento de um marco regulatório claro e consistente para stablecoins e saúda o crescente interesse bipartidário sobre o tema.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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