Donald Trump Jr. está se afastando da memecoin de seu pai, a $TRUMP — enquanto defende a incursão mais ampla da família nas criptomoedas como uma resposta a serem excluídos do sistema bancário tradicional.
“Eu não estava envolvido na meme coin”, disse Trump Jr. em uma entrevista ao programa “Squawk Box” da CNBC. “Estou mais focado na stablecoin e na mineração de bitcoin”.
Memecoins são uma classe de criptomoedas impulsionadas pelo burburinho das redes sociais e pelo hype de celebridades, ao invés da utilidade no mundo real. Elas frequentemente têm um aumento explosivo de valor antes de desvalorizarem rapidamente — um padrão que tem gerado preocupações dos reguladores, especialmente quando figuras de destaque estão envolvidas.
O token $TRUMP do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 80% do qual é controlado pela Trump Organization e entidades afiliadas, tornou-se o ponto central do império cripto da família. Trump Jr. observou que o token foi lançado antes de seu pai retornar ao cargo.
A moeda foi lançada três dias antes da posse, eventualmente alcançando uma capitalização de mercado de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 84,6 bilhões, na cotação atual) antes de perder a maior parte desses ganhos. Ainda assim, os criadores do projeto recebem uma taxa por cada negociação.
Entre janeiro e o final de abril, mais de US$ 324 milhões (R$ 1,82 bilhão) em taxas de negociação foram direcionados para carteiras ligadas aos criadores do projeto, de acordo com a Chainalysis. O código do token automaticamente direciona uma parte de cada transação para esses endereços, permitindo que a equipe lucre com a atividade contínua.
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Críticas e justificativas
A empresa de análise de blockchain disse que parou de rastrear o meme token do presidente no início de maio, citando a necessidade de redirecionar recursos para clientes pagantes.
O envolvimento crescente da família Trump com criptomoedas motivou críticas generalizadas — incluindo preocupações de que um presidente em exercício com vínculos com tokens poderia criar novos caminhos para tráfico de influência ou fluxos de capital estrangeiro.
Trump Jr. não contestou o potencial de abuso, mas apresentou o anonimato do blockchain como um fator atenuante.
“Você não sabe quem realmente está fazendo essas coisas”, disse ele. “É difícil influenciar se você realmente não sabe de onde isso está vindo”.
Em janeiro, o fundador do blockchain Tron, Justin Sun, aumentou sua participação nos tokens WLFI da World Liberty Financial para US$ 75 milhões (R$ 423 milhões). Um documento judicial no mês seguinte mostrou que Sun e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA estavam explorando uma resolução para o caso de fraude civil do regulador contra o empreendedor de criptomoedas.
Posteriormente, Sun comprou o meme token do presidente, vencendo um concurso para os principais detentores, e elevou sua participação em tokens vinculados à família Trump para pelo menos US$ 97 milhões (R$ 547 milhões).
Trump Jr. enfatizou que a adoção mais ampla de criptomoedas pela família não foi um movimento de vaidade, mas uma resposta a terem sido excluídos do sistema bancário após a ascensão política de seu pai.
O filho do presidente disse que ele e seu irmão viam as criptomoedas como um sistema mais justo — que poderia proteger até mesmo jogadores bem estabelecidos como eles de exclusões arbitrárias.
“Eu poderia ligar para qualquer banqueiro em Nova York”, disse. “Eles atenderiam, eu conseguiria um empréstimo para qualquer projeto imobiliário que estivesse fazendo do outro lado da rua. Então entramos na política, e de repente eles não atendiam mais suas ligações. Você não conseguia financiamento. Fomos excluídos”.
Segundo ele, essa mudança empurrou os Trumps a explorarem alternativas descentralizadas “por necessidade.”
Iniciativa de stablecoin
Acrescentou ainda que essa filosofia agora sustenta a iniciativa de stablecoin da família, a USD1, lançada através da World Liberty Finance. O token afirma ser totalmente lastreado por Títulos do Tesouro dos EUA e visa servir como um ativo em conformidade com o dólar.
Trump Jr. argumentou que stablecoins como a USD1 podem apoiar a dominância financeira dos EUA, e não ameaçá-la.
“Eles são literalmente alguns dos maiores compradores de Títulos do Tesouro dos EUA do mundo, substituindo muitos dos países que tradicionalmente fariam isso”, disse ele, referindo-se a empresas de criptomoedas como a Tether, que controla cerca de 70% do mercado global de stablecoins.
Com quase US$ 120 bilhões (R$ 676,8 bilhões) em dívida do governo dos EUA em seus livros, de acordo com sua última autoavaliação, a Tether agora está entre os 20 maiores detentores de Títulos do Tesouro dos EUA — à frente de países como Alemanha e Emirados Árabes Unidos.
“Stablecoins podem ser a salvação da moeda dos EUA”, finalizou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC
Internacional e a
responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
