O JP Morgan anunciou que passará a permitir que seus clientes comprem Bitcoin. A informação foi divulgada pelo CEO do banco, Jamie Dimon, que ressaltou não ser entusiasta de criptomoedas nem da tecnologia blockchain. As transações não serão feitas diretamente pelo banco, mas via parcerias terceirizadas, como exchanges.
“Não faz sentido econômico você não ter um pouco de Bitcoin, dado todas as características dessa moeda”, afirmou Rodrigo Batista, CEO da Digitra, em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
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Aceitação institucional e mudança de postura
Para a comentarista Rita Wu, a notícia representa mais um movimento de aceitação institucional das criptomoedas. Segundo ela, apesar do ceticismo de Dimon, a abertura foi necessária devido à pressão de investidores diante da valorização do Bitcoin.
Wu explicou que as compras feitas pelos clientes do JP Morgan aparecerão no extrato, mas serão intermediadas por parceiros. “Isso já é um avanço, ainda mais considerando a postura crítica do CEO do banco em relação ao Bitcoin”, comentou.
Ela também destacou a primeira transação pública de títulos do Tesouro Americano tokenizados realizada pelo JP Morgan, o que, segundo Wu, reforça a entrada do blockchain no mercado financeiro tradicional.
Bitcoin e ouro: comparação e perspectiva de longo prazo
Rita afirmou que analistas do próprio JP Morgan já discutem o Bitcoin como reserva de valor, em comparação ao ouro. “Muitos analistas falam que até o final do ano o valor do Bitcoin pode ultrapassar o ouro”, disse.
Rodrigo Batista lembrou que Jamie Dimon chegou a chamar o Bitcoin de fraude em 2017. “Agora ele está vendendo aquilo que criticava. Mas ele é só mais um entre tantos que estão mudando de opinião”.
Segundo Batista, além da valorização da criptomoeda, a recente reavaliação negativa da nota de risco dos Estados Unidos por uma agência reforça a percepção do Bitcoin como ativo seguro. “Eu penso que vai acontecer, nos próximos 5 a 10 anos, do Bitcoin ultrapassar o ouro em valor de mercado”, afirmou.
Críticas ao controle dos bancos sobre criptomoedas
O executivo alertou para as práticas atuais de algumas instituições financeiras que limitam movimentações de criptomoedas sob a justificativa de proteção ao cliente. “A mentira atual é essa: que o banco está te ajudando quando te proíbe de sacar ou movimentar sua criptomoeda. Isso é tolher sua liberdade de controlar o próprio dinheiro”, criticou.
Para Batista, o Bitcoin mantém sua proposta original de ser uma moeda que independe de governos e políticos, além de possuir características de escassez e resistência à censura. Ele concluiu afirmando que os bancos estão mudando de postura, mas também buscando formas de restringir a liberdade financeira dos usuários.
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