Publicado 09/12/2024 • 14:08
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As ações da Hershey (HSY) subiram cerca de 15% na manhã desta segunda-feira (9), após a Bloomberg informar que a Mondelez está tentando novamente adquirir a fabricante de chocolates. Por volta de 13h40 (horário de Brasília), os papéis subiam 13,17%.
Neste ano, os papéis da Hershey acumulam alta de 7%, elevando o valor de mercado da empresa para US$ 40,49 bilhões.
Antes da movimentação desta segunda-feira, as ações tinham recuado 6% em 2024, pressionadas pelas preocupações com o uso crescente de medicamentos GLP-1 (usados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade, como o Ozempic) e a disparada dos preços do cacau.
Enquanto isso, as ações da Mondelez caíram 2% pela manhã. O valor de mercado da empresa, que já recuou 15% este ano, está agora em US$ 82,22 bilhões.
As ações da Hershey caminham para registrar o melhor dia desde 30 de junho de 2016, quando os papéis subiram mais de 16% após a empresa divulgar publicamente uma oferta de US$ 23 bilhões feita pela Mondelez, dona de marcas como Oreo, Cadbury e Honey Maid.
Na época, o conselho da Hershey rejeitou a proposta por unanimidade, e a Mondelez anunciou em agosto daquele ano que desistiria do acordo.
Desde sua fundação em 1894 por Milton Hershey, a empresa permaneceu independente, mesmo diante de tentativas de aquisição e de uma revisão estratégica conduzida pelo conselho em 2007.
A estrutura acionária de duas classes da Hershey dá aos detentores de ações Classe B, majoritariamente pertencentes ao Hershey Trust, 10 votos por ação. Isso garante ao Hershey Trust um “controle substancial” sobre o futuro da empresa, de acordo com uma análise do analista Ken Goldman, do J.P. Morgan, publicada na última quarta-feira.
Além disso, a legislação do estado da Pensilvânia permite que o procurador-geral intervenha em qualquer acordo que reduza o poder do truste. Foi o que aconteceu em 2002, quando o Hershey Trust anunciou a intenção de vender seu controle acionário para a Wrigley.
Após críticas públicas, o procurador-geral interveio para bloquear a venda por meio do Tribunal de Órfãos do Condado de Dauphin, responsável por questões legais relacionadas a trustes de caridade. Na sequência, 10 dos 17 membros do conselho do truste se afastaram.
Empresas de bens de consumo têm buscado fusões e aquisições para impulsionar suas vendas, após anos de aumentos de preços que pressionaram a demanda por marcas já consolidadas. Como exemplo, a Mars, dona do M&M’s, adquiriu neste ano a fabricante de Pringles, Kellanova, por US$ 36 bilhões.