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Brasil já está no caminho para se tornar líder global em agricultura sustentável, diz Roberto Rodrigues
Publicado 07/01/2025 • 13:29 | Atualizado há 8 meses
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Publicado 07/01/2025 • 13:29 | Atualizado há 8 meses
KEY POINTS
Com a aproximação da COP30, o Brasil enfrenta o desafio de conciliar a preservação ambiental com a expansão agrícola sustentável. Para Roberto Rodrigues, professor emérito da FGV e uma das maiores autoridades do setor, o país já está no caminho para se tornar líder global nesta questão, e os números são muito claros nessa direção.
“No plano Collor (1990), houve uma ‘chacoalhada’ muito grande na questão da inflação no Brasil, e foi necessário a partir de então, avançar em tecnologia. De lá para cá, o agronegócio brasileiro teve um aumento de produção espetacular. A produção de grãos no Brasil aumentou 435%. Em área plantada, aumentou 115%. Isso é tecnologia que foi implementada por órgãos como Embrapa, além de órgãos de pesquisa privados que funcionam muito bem”, disse Rodrigues em entrevista ao jornal Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
O professor, que também é ex-ministro da agricultura no primeiro governo do presidente Lula (2003-2006), comentou que o código ambiental foi uma conquista importante para o agronegócio brasileiro, porque conseguiu conciliar interesses de ambientalistas e produtores rurais, criando um mecanismo interessante de funcionamento do setor. No entanto, ele ainda não foi implementado.
“Uma das coisas centrais do código florestal é o CAR – Cadastro Ambiental Rural, que tem aplicação feita pelos governos estaduais. Isso não foi feito ainda. O código florestal, embora seja muito bom e componha as forças, não está implementado, infelizmente”, disse Rodrigues.
“Tem problemas de legalidade. Desmatamento ilegal, invasão de terra, garimpo clandestino – tem que acabar. Tem que acabar com ilegalidades que não são cometidas por agricultores, mas que confundem o consumidor de fora. O concorrente usa essa informação que é verdadeira atribuindo isso ao produtor rural brasileiro. A imagem que é negativa fica ruim, porque nós somos sustentáveis de fato”, acrescentou o professor.
O ano de 2024 foi bastante desafiador para o setor agro, com seca em várias regiões do país, além da inundação no Rio Grande do Sul. Entretanto, Rodrigues reforça que as informações existentes até o momento são de normalidade climática. “Há uma crescente onda de que o la niña vai afetar um pouco a safra no sul do país. Mas as informações para o país como um todo são melhores do que o ano passado”.
No geral, o professor afirma que o país tem trabalhado na tentativa de obter um setor mais sustentável, sobretudo com a agricultura regenerativa, que tem conquistado avanços.
“O Brasil é hoje o país que mais aumenta a produção e consumo de bioinsumos no mundo inteiro. A nossa produção aumenta mais de 15% ao ano. A do mundo é metade disso. Foi aprovada no final do ano passado uma nova lei para os bioinsumos, dando segurança ao processo, tranquilidade ao fabricante e ao produtor rural”
Apesar da existência de políticas públicas para a agricultura no Brasil, Rodrigues afirma que alguns pontos ainda precisam de atenção, como logística e infraestrutura.
“O Brasil, até os anos 1970, era considerado costeiro, porque o consumo era costeiro. Com a ida para o centro-oeste, o mundo evoluiu muito e a produção hoje está por lá. Só que o trem não foi, a rodovia não foi, o porto não foi. Então tem um problema sério de logística, que precisa melhorar bastante. Nesse tema da logística, armazenagem é fundamental também”.
“A base do progresso é a tecnologia. Agora, por exemplo, temos uma clara evidência de mudanças climáticas, que podem criar problemas para a produção de alguns grãos. A genética pode resolver esse problema de maneira fundamental, além de acordos comerciais”, finalizou o professor.
Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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