CNBC

CNBCApós elogio de Trump, Stellantis lança novo modelo de veículo nos EUA; entenda

Agro

Juros altos fazem inadimplência disparar no Crédito Rural

Publicado 09/12/2025 • 12:42 | Atualizado há 8 horas

inadimplência Safra 2026 deve ser 4% menor que a atual por quedas no milho e sorgo

Pixabay

inadimplência no Agro

A inadimplência no crédito rural disparou no Brasil e alcançou o maior nível desde 2011, em meio à combinação de juros altos, clima instável e queda nos preços das commodities. Segundo dados apresentados nesta terça-feira (9) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o cenário preocupa e deve trazer desafios significativos para produtores rurais em 2026.

Em outubro de 2025, o crédito rural contratado com taxas de mercado registrou inadimplência de 11,4%, muito acima dos 3,54% de um ano antes. Em janeiro de 2023, esse índice era de apenas 0,59% — uma mudança considerada dramática pela CNA.

Juros altos agravam o endividamento no campo

A taxa Selic em 15% ao ano tem impacto direto no crédito rural, já que grande parte do financiamento no campo utiliza taxas de mercado, especialmente para custeio e investimento. Cada ponto percentual de alta nos juros encarece o plantio, reduz margem e dificulta renegociações.

Para a CNA, a política monetária restritiva prolonga a fragilidade financeira dos produtores:

“Com juros elevados e custos de produção altos, o produtor fica sem capacidade de pagamento e a inadimplência cresce”, avaliou a entidade na apresentação.

Além dos juros altos, os bancos também ficaram mais restritivos, exigindo garantias adicionais e reduzindo a liberação de crédito em regiões afetadas pelo clima.

Clima e preços mais baixos completam o cenário adverso

Os últimos anos foram marcados por perdas climáticas em diversas regiões — seca no Centro-Oeste, excesso de chuvas no Sul, geadas pontuais e atraso no plantio.
Esses eventos reduziram a produtividade, encurtaram as receitas e dificultaram o pagamento das dívidas.

Ao mesmo tempo, commodities como soja e milho tiveram preços menores do que o esperado, diminuindo a renda do produtor.

Esse conjunto de fatores ampliou o endividamento e elevou a inadimplência a níveis históricos.

Falta de seguro rural aumenta risco e deixa o setor exposto

A CNA destacou outro ponto crítico: o seguro rural cobriu apenas 2,2 milhões de hectares em 2025 — o pior desempenho desde 2007. Isso representa menos de 5% da área agricultável do país.

Sem seguro, o produtor assume sozinho as perdas de clima, o que gera um efeito cascata:

  • aumenta a necessidade de crédito,
  • reduz capacidade de pagamento,
  • amplia risco para bancos,
  • e pressiona ainda mais a inadimplência.

Para a Confederação, a falta de instrumentos de proteção financeira é um dos principais motivos para o aumento do endividamento.

Endividamento ameaça a próxima safra

A CNA afirmou que a recuperação econômica do produtor dependerá de soluções estruturais para reduzir vulnerabilidades.
Caso contrário, a inadimplência pode comprometer a capacidade de investimento para a safra 2026/27.

Entre as preocupações citadas estão:

  • dificuldade crescente para acessar crédito novo,
  • operações de custeio mais caras,
  • risco de retração na área plantada,
  • e atraso em investimentos em armazenagem e tecnologia.

Sem alívio nos juros e sem seguro rural adequado, a tendência é de que novos pedidos de renegociação e programas emergenciais voltem a ser discutidos em 2026.

Política fiscal também pode pressionar juros

A CNA avalia que 2026 será um ano desafiador para a economia brasileira. O governo dependerá de arrecadação maior para cumprir metas fiscais — o que pode restringir espaço para cortes significativos de juros.

Uma política monetária ainda dura aumenta o risco de que a inadimplência permaneça elevada por mais tempo.

Pressão para um novo modelo de financiamento

A CNA defende que o país precisa redesenhar sua estratégia de financiamento rural, ampliando:

  • acesso ao seguro,
  • linhas de crédito com juros menores,
  • instrumentos de mitigação de risco climático,
  • e alternativas ao financiamento exclusivamente bancário.

Sem essas mudanças, diz a entidade, o campo continuará vulnerável a ciclos de clima, preços e juros — e a inadimplência seguirá como um sintoma de uma estrutura financeira pressionada.

Leia também:
Lula pede para Trump prender dono da Refit em Miami

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:


🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Agro

;