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“O maior risco imediato é de alta nos preços, não de desabastecimento”, diz analista sobre impacto de conflito Irã-Israel no agro brasileiro

Publicado 17/06/2025 • 17:57 | Atualizado há 9 horas

Giovanni Porfírio, do Times Brasil

KEY POINTS

  • O conflito entre Irã e Israel, deflagrado nos últimos dias, tem gerado preocupações no mercado agropecuário brasileiro, sobretudo no fornecimento de fertilizantes e na logística internacional. No entanto, em alguns cenários, o momento não é de preocupação.
  • O Irã é um fornecedor relevante de ureia para o Brasil, sendo um fertilizante nitrogenado utilizado em diversas culturas no país.
  • Sobre possíveis bloqueios em rotas estratégicas, como o Estreito de Ormuz e o Canal de Suez, o analista considera remota a possibilidade de fechamento no curto prazo. Contudo, reconhece que elevações nos custos logísticos podem ocorrer de forma indireta.
"O maior risco imediato é de alta nos preços, não de desabastecimento", diz analista sobre impacto de conflito Irã-Israel no agro brasileiro.

"O maior risco imediato é de alta nos preços, não de desabastecimento", diz analista sobre impacto de conflito Irã-Israel no agro brasileiro.

Pixabay.

O conflito entre Irã e Israel, deflagrado nos últimos dias, tem gerado preocupações no mercado agropecuário brasileiro, sobretudo no fornecimento de fertilizantes e na logística internacional. No entanto, em alguns cenários, o momento não é de preocupação.

“O maior risco imediato é de alta nos preços, não de desabastecimento”, disse Felippe Serigati, doutor em economia e coordenador do mestrado profissional em Agronegócio do FGV Agro.

Serigati explica que o Irã é um fornecedor relevante de ureia para o Brasil, sendo um fertilizante nitrogenado utilizado em diversas culturas no país. Já o cloreto de potássio, vindo de Israel, não é motivo de preocupação, pois mesmo em episódios de tensão anteriores, o abastecimento não foi comprometido.

Exportações e demanda aquecida

Além dos fertilizantes, o especialista analisou os possíveis reflexos sobre exportações de milho e carnes halal. No caso do milho, Serigatti pondera que, ao contrário da soja — cuja demanda é concentrada na China —, o grão possui uma base de compradores mais diversificada, o que reduz os riscos de mercado.

“Para tradings específicas que exportam ao Irã, pode haver problemas, mas para o mercado como um todo, o impacto é limitado”, avaliou.

O mercado de carnes halal, que foi abatida e preparada de acordo com os preceitos do Islã, também deve sentir pouco efeito, uma vez que os principais embarques para países árabes não dependem de rotas diretamente afetadas pela tensão no Oriente Médio.

Sobre possíveis bloqueios em rotas estratégicas, como o Estreito de Ormuz e o Canal de Suez, o analista considera remota a possibilidade de fechamento no curto prazo. Contudo, reconhece que elevações nos custos logísticos podem ocorrer de forma indireta.

“Mesmo que o container brasileiro não passe por essas rotas, o frete global pode encarecer, já que navios precisariam fazer trajetos mais longos e caros”, observou.

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Pressão sobre as margens do produtor

Na avaliação de Serigati, a alta recente nos preços das commodities agrícolas e do petróleo tende a pressionar as margens dos produtores brasileiros. No entanto, embora isso favoreça setores como o sucroalcooleiro, o aumento nos custos de insumos e transporte ainda supera os ganhos obtidos com a valorização das commodities.

“O produtor que ainda não adquiriu fertilizantes para a próxima safra de verão 2025/26 pode enfrentar preços mais altos”, alertou.

Os comerciantes de petróleo veem o conflito entre Israel e Irã como o evento geopolítico mais significativo desde que a Rússia lançou sua invasão em larga escala à Ucrânia em 2022. Algumas instalações de energia foram atingidas em ambos os países nos últimos dias, embora as principais infraestruturas de petróleo e gás e os fluxos tenham sido poupados até agora.

Estratégias e diversificação de fornecedores

Em relação ao mercado, Serigatti recomendou que produtores rurais reforcem a gestão de riscos. “Isso precisa ser prática constante, não uma reação a crises pontuais”, defendeu, destacando a importância de operações de hedge e compra antecipada de insumos.

O economista observa que no cenário macro, o Brasil já vem tentando diversificar fornecedores de fertilizantes desde a guerra na Ucrânia, mas as limitações de oferta global e o grande volume demandado pelo agro brasileiro dificultam mudanças rápidas.

Já referente às exportações, ele avalia que a dependência brasileira da China na soja continua crítica e sem solução viável no curto prazo. No caso do milho, a situação é mais equilibrada, graças à base mais pulverizada de compradores.

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