O setor de moda acelerou a produção a níveis alarmantes, com marcas de Ultra Fast Fashion lançando milhares de itens por dia, disse Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC. Para ela, muitas roupas são descartadas antes mesmo de serem usadas: “Para grandes marcas, muitas vezes é mais barato jogar fora o excedente do que destinar corretamente”.
A poluição têxtil crescente na região do deserto do Atacama impulsionou o projeto Atacama Recommerce, uma iniciativa das ONGs Fashion Revolution e Desierto Vestido. Segundo Fernanda, a ação busca dar visibilidade ao descarte excessivo da indústria da moda e oferecer soluções mais sustentáveis.
“Estamos vivendo uma emergência climática, e a forma como produzimos, consumimos e descartamos roupas não está alinhada com a realidade do planeta”, ela afirmou.
De acordo com Fernanda, o Atacama Recommerce não é apenas uma plataforma de reutilização. “Precisamos mudar o paradigma da moda e mostrar que o que é considerado lixo pode ser reintegrado ao sistema, transformando-se novamente em valor”. O projeto já teve seu primeiro lote de roupas esgotado em poucas horas e seguirá disponibilizando novas peças.
Além da iniciativa, a diretora também mencionou a Semana Fashion Revolution 2025, evento global que promove debates sobre sustentabilidade na moda. “Moda vai além das roupas; é cultura, tradição e economia, e precisa ser repensada com um olhar mais sustentável”, disse Fernanda.
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